Blitz

“Amor para rebentar com cabrões”: a lição explosiva de Legendary Tigerman no MEO Kalorama

É um clássico: no final dos concertos desta entrosadíssima encarnação do homem-tigre em formato-banda, tudo pode acontecer menos faltas de respeito. Conquistando o público a pulso, Paulo Furtado e companheiros triunfaram no fim de tarde na Bela Vista, deixando pele no palco do Kalorama. Rock and roll e amor: para quê mais?

“Amor para rebentar com cabrões”: a lição explosiva de Legendary Tigerman no MEO Kalorama

Luís Guerra

Jornalista

“Amor para rebentar com cabrões”: a lição explosiva de Legendary Tigerman no MEO Kalorama

Rita Carmo

Fotojornalista

É como começa e como acaba. Começou muito bem, em toada blues proveniente da raiz americana, atingiu píncaros de devir rock and roll com ‘Motorcycle Boy’ e soul/R&B com ‘The Saddest Thing to Say’ (o dueto com Lisa Kekaula de “Femina”), subiu ainda mais com a medicação a que temos direito ('Fix of Rock and Roll'), temperou com o charme de ‘These Boots Are Made for Walking’ (com a baterista Catarina Henriques na voz), terminou em apoteose com '21st Century Rock and Roll".

Já vimos antes e não nos cansamos de ver: à última canção, o concerto de Legendary Tigerman, que até aí teve os seus momentos de maior fulgor na interação diabólica entre a guitarra de Furtado e o sax de Cabrita (que casamento perfeito, e como de repente surgem ecos de Morphine, uma banda que deixou saudades entre nós)… o concerto de Tigerman, dizíamos, explode para todos os lados. Com Furtado a assumir as despesas do rocker puro, 51 anos em corpo de 31, uma fome incrível. Breve crowdsurfing, saltos no vazio aterrando de joelhos, abraços e beijos junto do público.

Ao som de ‘21st Century Rock and Roll’, uma espécie de mantra repetido por todos - e a pôr uma hoje jovem Bela Vista a celebrar um género musical parido há 70 anos - Tigerman pode tudo. E escolhe fazer o bem, pregando “o amor a rebentar com cabrões”, apelando a que se respeitem “namorados, namoradas”, convertendo transpiração em carinho. É uma espécie de sexo ao vivo, mas sem vergonhas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lguerra@blitz.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas
+ Vistas