Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
Gleisson Gurgel de Vasconcelos Universidade Federal de Minas Gerais | Escola de Arquitetura | Belo Horizonte 2020
Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico: Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
Monografia apresentada ao curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: André Luiz Prado
Belo Horizonte | 2019
Agradecimentos
Agradeço primeiramente à Universidade Federal de Minas Gerais, em especial à Escola de Arquitetura por me abrir uma janela imensa de conhecimento e criatividade. Aos meus pais e irmãos que sempre apoiaram e incentivaram a minha formação escolar e acadêmica. Em especial a minha mãe Vera Lúcia pelas contribuições para este trabalho de conclusão de curso. À Izabela Barreto, mulher, companheira e amada, com quem compartilhei os melhores momentos, os dramas, sofrimentos e um aprendizado imensurável durante a graduação. Ao meu orientador Professor André Luiz Prado pelos ensinamentos em Arquitetura. À todas as pessoas que estiveram envolvidas diretamente ou indiretamente na minha formação como Arquiteto Urbanista. A todos que lutam diariamente no Brasil em defesa do ensino superior gratuito e de qualidade. A vocês, a minha gratidão.
Lista de figuras Figura 1 – Oliveira visão geral. Foto: PIJ Guimarães [Domínio Público] 3 Figura 2 – Rodovias; Região Intermediária de Oliveira; Municípios Limítrofes e Região Metropolitana de Belo Horizonte 4 Figura 3 – Oliveira - área urbana vista de satélite 4 Figura 4 – Limite administrativo, mancha urbana e acessos 5 Figura 5 – Mapa Geral - Bairros 6 Figura 6 – Equipamentos urbanos do entorno 6 Figura 7 – Recorte do zoneamento 14 Figura 8 – Detalhe da Bacia o Córrego Maracanã 20 Figura 9 – Geomorfologia e Bacias Hidrográficas 21 Figura 10 – Declividade e Altimetria 21 Figura 11 – Levantamento topográfico 22 Figura 13 – Geologia e pedologia 23 Figura 14 – Uso do Solo e Vegetação 24 Figura 15 – Dados climatológicos para Oliveira 25 Figura 16 – Temperatura (°C) 25 Figura 17 – Precipitação (mm) 25 Figura 18 – Direção dos ventos (grau) 25 Figura 19 – Velocidade do vento (m/s) 25 Figura 20 – Zoneamento bioclimático do Brasil e estratégias para Oliveira 26 Figura 21 – Estratégia de aquecimento solar passivo 27 Figura 22 – Estratégia para inércia térmica para aquecimento 27 Figura 23 – Estratégia para resfriamento evaporativo 27 Figura 24 – Estratégia para ventilação natural e inércia térmica para resfriamento 28 Figura 25 – Orientação solar - Testada sul 29 Figura 26 – Orientação solar - Testada norte 29 Figura 27 – Orientação solar - Testada oeste 29 Figura 28 – Orientação solar - Testada leste 29 Figura 29 – Média de moradores por domicílio 31 Figura 30 – Pirâmide etária - Oliveira 2010 31 Figura 31 – Rendimento nominal médio dos responsáveis por domicílios 33 Figura 32 – Pessoas alfabetizadas com mais de 5 anos de idade 33 Figura 33 – População alfabetizada com mais de 25 anos 34 Figura 34 – Abastecimento de água 36 Figura 35 – Esgotamento sanitário 36
Figura 36 – Coleta de lixo Figura 37 – Pavimentação Figura 39 – Calçadas Figura 40 – Iluminação pública Figura 41 – Avenida Rio Jequitinhonha Figura 42 – Arborização Figura 44 – Comércio na Praça XV de Novembro Figura 45 – Comércio na Avenida Maracanã Figura 46 – Comércio próximo à Santa Casa Figura 47 – Comércio na Avenida Miguel Resende Figura 48 – Caracterização do bairro Arthur H. de Melo Figura 49 – Vista panorâmica de Oliveira a partir do terreno Figura 50 – Descontinuidade da rua Dulce Leite Reis Figura 51 – Senac São Miguel Paulista Figura 52 – Senac São Miguel Paulista – Implantação geral Figura 53 – Senac São Miguel Paulista – Térreo Figura 54 – Senac São Miguel Paulista - Praça central Figura 55 – Senac São Miguel Paulista - Hall de entrada Figura 56 – Senac São Miguel Paulista - corte longitudinal Figura 57 – Senac São Miguel Paulista – Auditório Figura 58 – Senac São Miguel Paulista - corte transversal Figura 59 – Senac São Miguel Paulista - primeiro pavimento Figura 60 – Senac São Miguel Paulista - segundo pavimento Figura 61 – Senac São Miguel Paulista - Terceiro pavimento Figura 62 – Senac São Miguel Paulista – Quarto pavimento Figura 63 – Senac São Miguel Paulista - Quinto pavimento Figura 64 – Senac São Miguel Paulista – Ático Figura 65 – Senac São Miguel Paulista – Subsolo Figura 66 – Senac São Miguel Paulista - Sistema estrutural Figura 67 – Senac São Miguel Paulista - Fachada Frontal e lateral do bloco principal Figura 68 – Senac São Miguel Paulista - Fachada posterior do bloco principal Figura 69 – Senac Oliveira - Programa de necessidades Figura 70 – Senac Oliveira - Fluxograma funcional Figura 71 – Senac Oliveira - Diretrizes e estratégias
37 37 38 38 39 39 42 42 43 43 44 45 45 46 47 47 48 48 49 49 50 52 53 53 54 54 55 55 56 57 57 58 61 62
Introdução
Localização, conexões viárias e entorno imediato
Justificativas
Desocupação no Brasil Plano Diretor Posicionamento da Prefeitura Municipal de Oliveira Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Senac Considerações sobre as justificativas
Condicionantes Legais
Código de Obras Proposta de Lei de Uso e Ocupação do Solo Legislação ambiental NBR 9050/2015 Combate e Prevenção de Incêndio
Condicionantes físico-ambientais Hidrografia e Relevo Geologia Vegetação Clima
Condicionantes socioeconômicos Densidade demográfica Trabalho e rendimento Alfabetização
Condicionantes Urbanas – Entorno Abastecimento de água Esgotamento Sanitário Coleta de Lixo Pavimentação Calçadas Iluminação Pública Arborização Aspectos do Planejamento Urbano
Situações análogas
Senac São Miguel Paulista
Conclusões
Programa de Necessidades Fluxograma Funcional Diretrizes e Estratégias
Referências Anexos
3 3 8 8 8 9 9 11 12 13 13 13 13 15 16 18 20 20 23 24 24 30 30 32 32 34 34 34 34 35 35 35 35 40 46 46 58 58 61 62 69 74
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contexto de grande importância econô-
Introdução
mica por ser interligada por três importantes rodovias federais1. Fonseca, em sua obra, escreveu sobre a história do municí-
pio: “Oliveira é filha de uma encruzilhada
Esta monografia faz parte da primei-
(...) O que equivale dizer que ela é filha da
ra etapa do trabalho de conclusão de curso
sua própria geografia: um entroncamento
em Arquitetura e Urbanismo pela Univer-
de caminhos que provocou, pelo comércio
sidade Federal de Minas Gerais. O estudo
e pelo cultivo do solo, o aparecimento do
trará dados que irão subsidiar a elaboração
lugar” (FONSECA, 1961). Tal configuração
de um projeto arquitetônico do Centro de
fez com que Oliveira desenvolvesse sua
Formação Profissional Senac no município
economia, principalmente, por meio do
de Oliveira/MG o qual atenderá também a
comércio e da oferta de serviços.
região imediata.
1 BR-381 – Liga o município de São Mateus/ES a São Paulo/SP; BR-494 – liga o município de Nova Serrana/MG a Angra dos Reis/RJ e BR-369 – liga a cidade de Oliveira/MG a Cascavel/PR.
O objetivo da proposta da unidade
Figura 1 – Oliveira visão geral. Foto: PIJ Guimarães [Domínio Público]
Senac em Oliveira é ofertar cursos de aprendizagem, capacitação, aperfeiçoamento e reciclagem profissional voltados para os trabalhadores do comércio, empresários e para o público em geral, nos segmentos de comércio, saúde e turismo, contribuindo com o desenvolvimento, educacional, econômico e turístico da cidade. Pretende-se ainda que a formação profissional potencialize o comércio e o serviço, gere emprego e renda para a cidade, aumente as oportunidades de emprego formal e atraia pessoas de outras regiões para se formarem, expandindo o potencial da proposta em escala regional.
Serão considerados para a elabora-
ção do projeto, a funcionalidade da edificação de acordo com as especificidades de seu uso, a racionalidade do sistema construtivo e as soluções sustentáveis para a edificação, alinhando o pensamento de projeto com o desenvolvimento sustentável.
Localização, conexões viárias e entorno imediato
O município de Oliveira (Figura 1)
está localizado a aproximadamente 150 km de Belo Horizonte e se insere num
Segundo a projeção do IBGE para o
ano de 2019, Oliveira possuí um total estimado de 41.687 habitantes (IBGE Cidades, 2019). O município é o oitavo maior em população da Região Intermediária de Divinópolis, e é a cidade polo da Região Imediata2 de Oliveira, composta pelos municípios de Oliveira, Carmópolis de Minas
2
Segundo a Agência IBGE Notícias a partir de 2017 o novo recorte das Regiões Geográficas do Brasil foi definido entre Regiões Geográficas Intermediárias e Regiões Geográficas Imediatas, anteriormente conhecidas como Mesorregiões e Microrregiões, respectivamente (IBGE, 2017).
(19.355 habitantes), Passa Tempo (8.084 habitantes), São Francisco de Paula (6.483 habitantes), Bonfim (6.868 habitantes), Crucilândia (5.034 habitantes), Itaguara (13.358 habitantes), Piedade dos Gerais (4.640 habitantes), Piracema (6.409 habitantes) e
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Rio Manso (5.832 habitantes). A região se
habitantes), Carmópolis de Minas (19.355
mescla com o eixo de expansão sudoeste
habitantes), Passa Tempo (8.084 habi-
do colar metropolitano da Região Metro-
tantes), São Tiago (10.941 habitantes),
politana de Belo Horizonte (RMBH) (IBGE
Bom Sucesso (17.243 habitantes), Santo
Cidades, 2019).
Antônio do Amparo (18.525 habitantes)
Fazem
divisa
com
Oliveira
os
municípios de Carmo da Mata (11.476
e São Francisco de Paula (6.483 habitantes) (Figura 2).
Figura 2 – Rodovias; Região Intermediária de Oliveira; Municípios Limítrofes e Região Metropolitana de Belo Horizonte
Figura 3 – Oliveira - área urbana vista de satélite
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As principais rodovias que passam
com as áreas centrais onde se concentram
pelo município se caracterizam principal-
a oferta de serviços e os comércios, a dis-
mente pela importância da integração do
ponibilidade de infraestrutura e a conexão
Estado de Minas Gerais com os estados de
com outros equipamentos, os quais podem
São Paulo, Rio de Janeiro e Espirito Santo,
dar suporte ao funcionamento da edifica-
sendo este um fator relevante no desenvol-
ção.
vimento econômico e turístico do municí-
pio.
entre a Rua Afonso Terra e a Rua Dulce Leite
O terreno está situado na quadra
A principal rodovia que passa por
Reis no bairro Arthur Henrique de Melo, em
Oliveira é a BR-381, conhecida também
frente ao parque Municipal João Reis onde
como Rodovia Fernão Dias, com 1321Km,
funciona hoje, além do parque, a Secretária de Meio Ambiente do município. O terreno Figura 4 – Limite administrativo, mancha urbana e acessos
a qual liga o município de São Mateus/ES
é de fácil acesso devido à proximidade com
à cidade de São Paulo/SP, passando por
os principais eixos comerciais da cidade,
Oliveira em seu KM 617. A BR-494 possui
com destaque para a Praça XV de Novem-
533KM de extensão e liga o entroncamen-
bro e Avenida Maracanã, fator que contribui
to localizado na BR-262, no município de
para a integração da edificação proposta
Nova Serrana/MG, à Angra dos Reis/RJ. A
com o entorno existente.
BR-369, com 1.228 Km, tem início no pró-
prio município de Oliveira/MG e segue até
comerciais, é importante destacar que o
Cascavel/PR, passando pelo estado de São
entorno do terreno conta com equipamen-
Paulo (MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA,
tos estratégicos que podem dar suporte aos
2019).
eventos realizados no espaço proposto. Os
A escolha do terreno para o proje-
to partiu das áreas disponíveis na cidade,
Além da integração com os eixos
principais equipamentos e centralidades são destacados nas figuras 6.01 a 6.06.
considerando principalmente a integração
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Figura 5 – Mapa Geral Bairros
Figura 6 – Equipamentos urbanos do entorno
6
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6.01 – Terreno visto da rua Lana Naves Ladeira
6. 02 – Terminal Rodoviário de Oliveira 6.03 – Praça XV de Novembro
6.04 – Pronto Atendimento e Santa Casa 6.05 – Parque Municipal João Reis (Capão)
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Justificativas
cílios Contínua - PNAD Contínua, 2019).
Desocupação no Brasil
baixa renda - Formare - mostrou que 80%
Segundo a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil apresentou, durante o trimestre de janeiro a março de 2019, uma taxa de desocupação de 12,7% do total da população brasileira. Dados estes que representam aproximadamente 13,3 milhões de pessoas desempregadas. Além disso, o número de desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego – foi de 4,4% no percentual da força de trabalho, representando 4,9 milhões de pessoas. A pesquisa leva em consideração a população com idade acima de 14 anos, considerada como força de trabalho, as quais compõem a população economicamente ativa (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2019).
O perfil traçado da população
desocupada mostra que, durante a série histórica iniciada no ano 2012 até o primeiro trimestre de 2019, a taxa de desocupação das mulheres foi superior à dos homens e, no primeiro trimestre de 2019, a desocupação feminina foi 36,7% maior que a dos homens. No 1º trimestre de 2019, 63,9% dos desocupados eram pretos ou pardos. Este grupo apresentou as maiores estimativas desde o início da série histórica de 2012. Na análise por grau de instrução, o grupo das pessoas desocupadas que não concluíram o ensino médio, apresentou as maiores taxas de desocupação para a série histórica. Já no primeiro trimestre de 2019, o percentual para este grupo foi de 43,7% (Pesquisa Nacional por Amostra de Domi-
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Um estudo realizado pelo programa social de educação profissional para jovens de dos jovens que passaram por cursos de capacitação profissional conseguiram se colocar no mercado de trabalho e tiveram aumento em suas rendas em relação ao primeiro emprego (O GLOBO, 2013). Os dados apresentados mostram que há, na atualidade, uma necessidade de geração de emprego e renda nos municípios brasileiros, o que justifica a oferta dos cursos de formação profissional para a cidade de Oliveira como incentivador do comércio e do serviço, possibilitando a geração de emprego e renda para a cidade.
Plano Diretor
No ano de 2011 foi publicada a Lei
Complementar nº160 que instituiu o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Oliveira/MG. Este é o principal instrumento do desenvolvimento econômico e social; o garantidor do cumprimento das funções sociais da cidade; e o estruturador do território municipal visando a melhoria da qualidade de vida de todos os habitantes (OLIVEIRA, 2011).
O Plano Diretor do município defi-
ne políticas e diretrizes com o objetivo de desenvolver o potencial econômico do município. Para o setor de Comércio e Serviços é previsto que Oliveira amplie a qualidade na prestação de serviços, como em educação, saúde, hospedagem e alimentação para a retomada da competitividade regional, atraindo mais visitantes e consumidores para a cidade. Para isso, é necessário capacitar e qualificar a mão de obra dos profissionais do comércio e prestadores de serviços por meio de
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cursos, oficinas e workshops com abordagens sobre custos, preços, recursos humanos, gestão empresarial, finanças, planejamento estratégico, linhas de créditos, entre outros temas relacionados ao empreendedorismo (OLIVEIRA, 2011).
Para a expansão do setor turístico,
é previsto a organização de feiras anuais que têm como intuído expor as principais produções locais – como calçados, confecções e o artesanato –, o fomento e a valorização dos costumes locais. Para o setor do turismo se fortalecer na cidade de Oliveira, é necessário que o município invista na qualificação profissional para o setor de atendimento, hotelaria e gastronomia. Para isso, o Plano Diretor prevê, no artigo 30 alínea m, a capacitação e qualificação da mão de obra do setor turístico através de cursos do “Sistema S” para toda a cadeia produtiva do turismo e, na alínea t, fortalecimento do setor hoteleiro de Oliveira/MG por meio da capacitação dos gestores e funcionários, reforçando, assim, a proposta de um Centro de Capacitação Profissional - Senac Oliveira/MG
projetado
especificamen-
te para o atendimento dessa demanda (OLIVEIRA, 2011).
De acordo com o secretário muni-
cipal de desenvolvimento econômico, Alex Wander Martins Villela, a base econômica em Oliveira continua sendo o comércio e a prestação de serviços, mesmo havendo nos últimos anos um grande crescimento industrial na cidade. Ao analisar os dados do Relatório Anual de Informações Sociais
5 Considerando as atividades econômicas do setor terciário: Comércio (23,1%), administração pública (13%) saúde e serviços sociais (5,3%), alojamento e alimentação (4,4%), transporte e correios (3,4%), construção (3,2%), atividades administrativas (3%), educação (2,7%), atividades financeiras (1,2%), outros serviços (4,3%).
(RAIS) referente ao ano de 2017, pode-se atestar tal hipótese. Foram registrados em Oliveira 8,87 mil empregos formais durante o ano de 2017 sendo que o setor de comércio e serviços5 representou 67,9% do total de empregos gerados. Além disso, foi colocado durante a entrevista que as principais diretrizes norteadoras dos investimentos na cidade estão estabelecidas no Plano Diretor Municipal, sendo que a meta é sempre atrair mais investimentos para a cidade e melhorar o que já existe (VILLELA, 2019).
Ao ser questionado sobre a capaci-
tação da mão de obra na cidade de Oliveira, o secretário afirmou que Oliveira possui hoje uma parceria com o “Sistema S” em que os cursos e treinamentos que são realizados na cidade acontecem sob demanda. Porém, a estrutura de treinamento é temporária e não permite uma capacita-
Posicionamento da Prefeitura Municipal de Oliveira
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico
ção mais técnica que exige um prazo maior
Como justificativa para a criação de
uma unidade Senac/Oliveira e Centro de Convenções, buscou-se saber qual é o posicionamento oficial por parte da administração municipal quanto ao aceite da proposta. Para isso, foram realizadas entrevistas com o Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Alex Wander Martins Villela e com o Supervisor Municipal de 3
Turismo e Presidente do Conselho Municipal de Turismo, Sandro Rezende Lara.
4
e estruturas mais complexas. Ele finaliza dizendo que seria de interesse do município uma instalação permanente de capacitação.
“Este é um fator primordial. A gente bri-
3 Entrevista realizada em 09 de setembro de 2019 – ver anexo I. 4 Entrevista realizada em 27 de setembro de 2019 – ver anexo II.
ga muito para tentar trazer esse tipo de projeto para Oliveira porque a primeira coisa que as empresas querem saber, quando vem se instalar aqui, é se a cidade possui universidades, ensino técnico e profissionalizante, e qual é a
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situação educacional da cidade. E este
são pessoas que estão no momento de
é um dos fatores que pesam muito na
fragilidade e precisam de um apoio”
hora de conseguir atrair alguma empre-
(LARA, 2019).
sa pra cá” (VILLELA, 2019).
Secretaria de Cultural Turismo Esporte e Lazer
No ano de 2004 a Prefeitura Munici-
pal de Oliveira contratou o Senac para a realização do inventário, pesquisa de demanda e o diagnóstico turístico da cidade. Segundo o turismólogo e Diretor de Turismo de Oliveira, Sandro de Resende Lara, o planejamento do turismo passou a ser realizado a partir desses estudos. Porém houveram entraves para a continuidade do planejamento turístico devido à limitação de recursos. Segundo o diretor, cultura, turismo e esporte acabam ficando em segundo plano devido às prioridades de investimentos em saúde e educação. Para suprir esse entrave, a Prefeitura Municipal de Oliveira busca parcerias com hotéis, bares e restaurantes e organizadores de eventos para fortalecer a prática turística em Oliveira (LARA, 2019).
Atualmente, os principais turistas
que visitam a cidade são vendedores, pessoas do dia-a-dia que se instalam na cidade e ocupam os hotéis de segunda a sexta-feira; ou são pessoas que estão na cidade devido a necessidade de atendimento médico ou estético.
“Outro tipo de turismo que tem crescido bastante na cidade de Oliveira é o turismo de Saúde. Oliveira hoje tem recebido pacientes de toda a região nas clínicas, e não só as clínicas médicas, mas também as de estética. (...) Quando falamos em Turismo de saúde é necessária uma capacitação para os comerciantes e prestadores de serviços fazerem um atendimento mais humanizado pois
10
No início de 2019, a Prefeitura
Municipal de Oliveira por meio da Secretaria de Saúde firmou uma parceria com o Instituto NRE Educacional para receber nas unidades de PSF’s e na Santa Casa de Oliveira, médicos estrangeiros que estão em processo de revalidação do certificado médico exigido para o exercício da profissão no Brasil, sob a responsabilidade da Universidade Federal do Mato Grosso. Tal fato acentua a característica da cidade como polo atrativo de turistas que se instalam devido à oferta de serviços relacionados a saúde (PREFEITURA MUNICIPAL DE OLIVEIRA, 2019). Segundo dados do RAIS, em 2015 Oliveira possuía um total de 74 estabelecimentos de saúde, 94 leitos, empregando formalmente 551 profissionais.
Portanto, visto que Oliveira bus-
ca se destacar na atração de pessoas de outras localidades para realizarem atendimento em clínicas médicas e estéticas da cidade, faz se necessário capacitar e qualificar profissionais do comércio e prestadores de serviços, em especial aqueles relacionados à saúde e à estética, para fazerem com que a experiência do turista em Oliveira, mesmo que durante uma necessidade médica, seja agradável e acolhedora.
Além disso, é interesse da Secreta-
ria de Cultura Turismo e Esporte o investimento na identidade cultural e artística da cidade através da valorização das festividades locais e de suas especificidades, como o Cai n’água e a festa do Congado que é uma das mais tradicionais do mundo (LARA, 2019).
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pelo Senac em todo o Brasil, na oferta de
Senac
O Serviço Nacional de Aprendiza-
gem Comercial (Senac), que integra o “Sistema S”, é uma entidade de direito privado administrada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É o principal agente de educação profissional na área de comércio, serviços e turismo no Brasil, ofertando cursos de aprendizagem, capacitação, aperfeiçoamento e reciclagem profissional para os trabalhadores do comércio, empresários e o público em geral (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO, 2018).
O Senac atende 1.808 municípios
em todo o Brasil sendo sua estrutura física distribuída em 428 Centros de Formação Profissional, 26 Empresas Pedagógicas, 11 Centros Especializados, 26 Unidades de Ensino Superior, 84 Carretas-Escola, 1 Balsa-Escola e 42 Unidades Administrativas (PAULA, 2018).
Desde 2014 o Senac promove os
Fóruns Técnicos Setoriais para debater as diferentes realidades ocupacionais do setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo afim de descrever as ocupações e identificar novas tendências de atuação profissional. Como resultado do Fórum são elaborados de forma sistêmica os Mapas Funcionais de cada segmento (comércio, saúde, gastronomia e informática) que servem de base para a elaboração dos itinerários formativos dos cursos oferecidos (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2018).
O
Fórum
do do trabalho (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2017).
O mapa funcional do comércio
apresenta os dados levantados em empresas nos 26 estados brasileiros e mostra que as áreas de logística, marketing estratégico, comercialização e finanças são imprescindíveis para o funcionamento da área comercial, sendo que as ocupações mais estratégicas consideradas são as de vendedor, operador de caixa, estoquista, comprador, promotor de vendas, assistente de marketing, técnico em marketing, representante comercial, repositor de mercadorias e técnico em finanças (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2017).
O papel do vendedor é central no
debate realizado nas mesas do fórum. Foi considerado que 90% das vendas efetuadas são devidas ao serviço prestado ao cliente e o vendedor deve ser o responsável por transformar a o processo em uma experiência significativa e personalizada. Há ainda uma tendência de o vendedor passar a atuar como consultor devido ao amplo conhecimento deste com o produto o qual ele vende, sendo sugerido que sua formação tenha ênfase em conhecimentos de marketing, apresentação pessoal e aspectos comportamentais (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2017).
Para a área de marketing, foi coloca-
da a necessidade de aperfeiçoamento dos profissionais para atuarem de acordo com os novos padrões de comportamento dos consumidores de forma a atendê-los em múltiplas plataformas, apontando para a
Segmento de Comércio
vagas de trabalho e nos dados do mun-
Técnico
Setorial
do
Comércio analisou 57 ocupações com base no portfólio dos cursos oferecidos
necessidade de conhecimentos em ferramentas digitais (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2017).
Por fim, existem questões especí-
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ficas das ocupações financeiro-contábeis
talar e laboratorial, gestão de equipamen-
para a área de saúde que exigem proce-
tos e materiais, gestão de sistemas e gestão
dimentos com determinada complexida-
em excelência da produção. Entre as inova-
de exigindo uma capacitação específica. É
ções tecnológicas foram citados a moder-
necessário portanto que sejam oferecidos
nização constante de equipamentos, os
treinamentos complementares para aten-
avanços tecnológicos relacionados a medi-
der esse público. Esse último item possui
cina diagnóstica e preventiva, os avanços
certa relevância para a cidade de Oliveira
nas áreas de genética, biologia molecular,
visto que a cidade tem ampliado considera-
bioquímica e biotecnologia, uso da robó-
velmente a oferta dos serviços relacionados
tica em cirurgias, informatização dos pro-
à saúde (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDI-
cessos e avanços tecnológicos em fárma-
ZAGEM COMERCIAL, 2017).
cos. Outras tendências foram citadas como
Segmento de Saúde
Para o segmento de saúde foram
analisadas 36 ocupações listadas de acordo
clínicas populares, atendimento humanizado e home care (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2018).
com o portfólio dos cursos oferecidos pelas
Considerações sobre as justificativas
unidades nacionais do Senac, na oferta de
vagas de trabalho e nos dados do mundo do trabalho (Senac, 2018). A análise de mercado realizada pelo Fórum Setorial em 2018 mostrou que as atividades que mais empregam no setor de saúde, são as relacionadas ao atendimento hospitalar, sem seguida o comércio varejista de produtos farmacêuticos e veterinários e as atividade de atendimento ambulatorial (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2018).
Para o entendimento das tendên-
cias ocupacionais na área de saúde, foi realizada uma pesquisa entre as empresas do segmento, sendo que foi solicitada a percepção dos respondentes para os próximos 5 anos do setor. As funções que serão mais demandadas estão relacionadas a enfermagem, como enfermeiro, técnico em enfermagem e auxiliar de enfermagem o que está de acordo com os dados ocupacionais do mercado brasileiro levantados
Os dados apresentados corroboram
com a necessidade da capacitação profissional na cidade de Oliveira, tanto pelas diretrizes do Plano Diretor sejam para o desenvolvimento econômico da cidade, para o setor da saúde, do turismo e da educação. Tais diretrizes para o crescimento da cidade vêm sendo reforçadas tanto pelo posicionamento de representantes oficiais da administração pública pela necessidade da geração de emprego e renda para a população oliveirense. Conclui-se, portanto, que um Centro de Formação Profissional Senac em Oliveira supre a demanda da geração de emprego e renda, potencializa a característica da cidade como referência no atendimento especializado na área da saúde e se alinha com as diretrizes do Plano Diretor, com o planejamento turístico e cultural da cidade e com a necessidade da população.
pelo RAIS em 2015 (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2018).
Dentre as práticas gerenciais, tive-
ram destaque a gestão da qualidade hospi-
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Condicionantes Legais
as que irão impactar mais diretamente em algumas tomadas de decisões durante a elaboração do projeto arquitetônico.
O capítulo é dividido em 10 seções
sendo: I-fundações; II -paredes e pisos; III -
Neste capítulo serão analisadas as
corredores, escadas e rampas; IV - fachadas;
restrições legais que irão influenciar direta-
V- coberturas; VI -marquises e balanços;
mente na elaboração do projeto.
VII - muros, calçadas e passeios; VIII - ilu-
As principais leis municipais que
minação e ventilação; IX - alinhamentos e
irão restringir legalmente a elaboração do
afastamentos; e X - instalações hidráulicas
projeto são a Lei Complementar 216 que dis-
e sanitárias. Há ainda uma seção específica
põe sobre o Parcelamento do Solo no Muni-
para tratar das áreas destinadas à estacio-
cípio de Oliveira/MG, a Lei nº1544/1986 que
namentos, onde é estabelecida a quantida-
estabelece o Código de Obras do município
de mínima de vagas de acordo com o tipo
e o Projeto de Lei Complementar nº004 de
de uso das edificações. (OLIVEIRA, 1986)
22 de junho de 2019 que propõe as normas
de uso e ocupação do solo em Oliveira. Este
a elaboração de projetos de estabelecimen-
último encontra-se em fase avançada de
tos de ensino, a lei apenas esclarece que
discussões para sua aprovação na Câmara
deverão ser obedecidas às normas dadas
Municipal de Oliveira e será levado em con-
pela Secretaria de Educação do Estado,
sideração pelo entendimento da importân-
além das “disposições do código que lhe
cia para o desenvolvimento ordenado da
forem aplicáveis”. Por não se tratar de uma
cidade. Atualmente a cidade não possui, na
edificação pública de responsabilidade do
forma de lei, um zoneamento que estabe-
estado, mas de uma edificação financiada
lece parâmetros urbanísticos para ordena-
com recursos do Senac e de interesse cole-
mento territorial, sendo o Projeto de Lei de
tivo, serão consideradas as normas para
Uso e Ocupação do Solo, um grande avanço
edifícios públicos constantes no Código de
da política urbana na cidade de Oliveira.
Obras, ou as normas mais restritivas como
Código de Obras
A cidade de Oliveira não possui uma
lei de uso do solo aprovada. Atualmente, para a aprovação e liberação da licença de construção, somente é analisado se a edificação demandada atende as exigências dispostas no Código de Obras e Edificações do Município de Oliveira (lei 1544/1986) e as leis ambientais Estaduais e Federais.
Além das questões burocráticas em
relação à apresentação para a liberação do alvará de construção, o Código de Obas
Como parâmetros específicos para
as de acessibilidade e as instruções técnicas para segurança contra incêndio e pânico estabelecidas pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais (OLIVEIRA, 1986).
É importante uma análise criterio-
sa das definições do Código de Obras do município pois qualquer obra irregular, independente da fase em que se encontra, está sujeita a multa, embargo e até mesmo a demolição (OLIVEIRA, 1986).
Proposta de Lei de Uso e Ocupação do Solo
define em seu capítulo VI condições gerais
relativas às edificações. Essas definições são
a cidade de Oliveira não possui uma lei de
Como já exposto na seção anterior,
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13
Gleisson Gurgel de Vasconcelos
uso do solo em vigor que estabeleça parâ-
ciais, comerciais e serviços (URM), comercio
metros para edificações. Está em fase de
varejista (CV), prestação de serviços (PS1)
aprovação na Câmara Municipal de Olivei-
que não sejam classificadas como espe-
ra o Projeto de lei Complementar nº004 de
ciais nem de recreação e lazer, prestação
22 de julho de 2019 que propõe as normas
de serviços de tecnologia da informação
de uso e ocupação do solo e o mapa de
(PSTI), uso misto comercial e de serviços
zoneamento (anexo IV). Este documento
caracterizando centros comerciais (UMCS),
será considerado para a elaboração do proje-
e também o uso institucional (UI) (OLIVEI-
to arquitetônico devido ao entendimento da
RA, 2019).
importância que ele representa no avanço da
política urbana da cidade previsto no Plano
atendimento público, de interesse da socie-
Diretor de Desenvolvimento Municipal como
dade para a capacitação profissional e rea-
instrumento da ordenação territorial.
lização de eventos de negócios na cidade,
O terreno selecionado para este traba-
a edificação proposta se enquadra melhor
lho está localizado na Zona de Uso Preferen-
como de uso institucional (UI), que é defi-
cialmente Residencial 3 (ZUR 3) (Figura 7). As
nido na lei de uso do solo como sendo os
características do entorno são atrativas para
“Equipamentos Urbanos de atendimen-
esse empreendimento visto a proximidade
to a Posto de Saúde, creches, pré-escolar,
com equipamentos estratégicos poderão dar
unidades escolares de nível fundamental
suporte para o funcionamento de suas ativi-
e médio, atividades associativas, atividades
dades, como já foi exposto no capítulo ante-
religiosas, atividades de: assistência social,
rior.
recreativas, esportivas e sociais, dentre
Por suas características voltadas ao
Figura 7 – Recorte do zoneamento
14
É permitido na ZUR 3 edificações
outras” (OLIVEIRA, 2019).
de até 5 pavimentos destinadas ao uso
residencial unifamiliar (UR1) e multifamiliar
nialtimétrico cadastral (anexo III) do terre-
(UR2), uso misto entre atividades residen-
no em estudo será considerada a área real
Considerando o levantamento pla-
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Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico: Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
de 13.416,28 m², sendo que será respeitada,
em áreas de preservação e que hoje estão
para a elaboração do projeto arquitetôni-
pendentes de regularização por não aten-
co, a faixa de 30 metros do curso d’água do
derem as normas ambientais vigentes.
córrego do Capão, estabelecida como área
de preservação permanente.
cípio segue as regras que são estabelecidas
A lei de uso do solo estabelece um
nas legislações que tratam do assunto em
percentual de 70% como taxa de ocupação
âmbito estadual ( Lei n° 20.922/2013, que
(TO), sendo que esse valor, aplicado a área
dispões sobre as Políticas Florestal e de Pro-
total do terreno, resulta na área total máxi-
teção à Biodiversidade no Estado de Minas
ma de projeção da edificação de 9.391,40
Gerais) e federal (Lei Federal n° 12.651/2012
m², sendo que deverão ser respeitadas a
- Código Florestal e resolução CONA-
taxa de permeabilidade mínima de 25%,
MA 369/2006). De acordo com Fernando
equivalente a 3.354,07m², os afastamentos
Pimenta, atual secretário de Agricultura e
mínimos laterais e de fundos de 1,5 m e
Meio Ambiente, por não possuir um zone-
frontais, quando alinhados com a via públi-
amento claro que defina quais são as áreas
ca, de 3 m.
de preservação ambiental na cidade atual-
O coeficiente de aproveitamento
mente, somente são impedidas as constru-
(CA) permitido de 3,5 para a ZUR 3, pos-
ções em áreas de preservação permanente
sibilita uma área total a ser edificada de
(APP), excetuando-se aquelas hipóteses de
46.956,98m², desde que respeitadas os
utilidade pública, interesse social ou baixo
outros parâmetros de taxa de permeabili-
impacto ambiental (PIMENTA, 2019).
dade, afastamentos, taxa de ocupação e a
quantidade de pavimentos.
Brasileiro que define os parâmetros de deli-
O licenciamento de obras no muni-
Tabela 1 – Parâmetros ZUR 3
Considerando o Código Florestal
mitação das Áreas de Preservação Permanente (APP), podemos dizer que na área urbana da cidade de Oliveira são definidas como APP’s as faixas marginais de 30 metros a partir da borda da calha do leito regular para os cursos d´água, todos eles inferiores a 10 metros de largura; e as áreas no raio de 50 metros no entorno das nas-
Legislação ambiental
A cidade de Oliveira não possui uma
política municipal que estabelece planos, programas e projetos que visem a proteção ao meio ambiente, apesar de ser dever do poder público municipal promover a proteção e o uso racional do solo e do subsolo. (BRASIL, 1988) A falta de rigidez no controle da ocupação do solo fez com que surgissem em Oliveira vários imóveis construídos
centes e dos olhos d’água. A geomorfologia da área urbana de Oliveira é favorável a edificações por se tratar de uma região de Planalto com declividades suaves7 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2019). Isso implica que Oliveira possui poucas Áreas de Preservação Permanente delimitadas como característica de encostas com declividade superior a 45º e não
7 Segundo o Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) o conjunto de formas de relevo de topos convexos possuem características definidas por vales pouco profundos e apresentando vertentes de declividade suave.
sendo o caso da área em estudo.
O terreno a ser edificado é margea-
do a oeste pelo Córrego do Capão como se
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15
Gleisson Gurgel de Vasconcelos
pode observar no levantamento planialti-
considerados acessíveis todos os espaços
métrico cadastral (Anexo III). O levantamen-
devem atender às disposições contidas
to obtido teve como objetivo a abertura de
na norma (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
uma via de acesso que integra a Rua Rio
NORMAS TÉCNICAS, 2015).
Madeira a Rua Afonso Terra passando por
dentro da APP que considera 30 metros a
parâmetros antropométricos e as dimen-
partir do leito do córrego do Capão. A lei
sões referenciais para pessoas em pé e
federal 12.651/12 (Código Florestal Brasilei-
pessoas em cadeira de rodas para enfim
ro) em seu Art. 8º define prevê a interven-
determinar os parâmetros de dimen-
ção ou a supressão da vegetação nativa
sionamento para áreas de circulação e
em Área de Preservação Permanente nas
manobra, áreas de transferência, áreas
hipóteses da utilidade pública, de interes-
de aproximação, alcance manual, assen-
se social ou de baixo impacto, incluso na
to para pessoas obesas, alcance visual e
definição desse último item a abertura de
parâmetro auditivo, sendo que estes dois
pequenas vias de acesso de pessoas e ani-
últimos parâmetros não serão conside-
mais, suas pontes e pontilhões (BRASIL,
rados pois devem ser matéria específica
2012).
do projeto de informação e sinalização
Considerando
as
A seção 4 da norma que define os
restrições
conforme a seção 5 da norma (ASSOCIA-
ambientais acima descritas o projeto
ÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
arquitetônico a ser desenvolvido deverá
2015).
propor uma intervenção urbanística de
baixo impacto que solucione o acesso
para os acessos e áreas de circulação de
de pedestres entre as ruas Rio Madeira e
pessoas são estabelecidos na seção 6 da
Afonso Terra e que integre a área degra-
NBR 9050. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
dada das margens do córrego do Capão
NORMAS TÉCNICAS, 2015) É importante
com a cidade e com a edificação proposta
ressaltar que além da NBR 9050 deter-
tendo como princípios a preservação dos
minar as dimensões de acessos, rotas de
cursos d’água e a melhoria da qualidade
fugas e escadas, deve-se consultar tam-
de vida dos moradores do entorno.
bém as Instruções Técnicas (I.T.) do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
NBR 9050/2015
O
projeto
Os critérios de acessibilidade
que também estabelece critérios para o arquitetônico
a
ser
desenvolvido deverá atender ao disposto na norma de Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos (NBR 9050). A norma NBR 9050/2015 estabelece critérios técnicos para as condições de acessibilidade visando dar condições a maior quantidade de pessoas possível independentemente da idade, de maneira autônoma e segura, as edifi-
dimensionamento desses elementos.
Deverão ser consultadas também
as seções que tratam do dimensionamento e quantificação de sanitários, banheiros e vestiários acessíveis (seção 7); mobiliário urbano (seção 8); mobiliário (seção 9) e equipamentos urbanos (seção 10). A tabela abaixo apresenta um resumo dos principais itens que deverão ser consultados na NBR 9050.
cações, ambientes, mobiliários e equipamentos urbanos, sendo que para serem 16
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Combate e Prevenção de Incêndio Decreto 44.746 O Decreto 44.746 regulamenta a
contra incêndio e pânico; IT4 – Acesso
segurança contra incêndio e pânico em edi-
de viaturas nas Edificações e Áreas de
ficações e áreas de risco no Estado de Minas
Risco IT7 – Compartimentação horizon-
Gerais. O decreto classifica as edificações de
tal e compartimentação vertical; e IT08
acordo com a ocupação, quanto a altura e
– saídas de emergência em edificações,
quanto a carga de incêndio para determi-
esta última que deverá ser analisada
nar quais as medidas de segurança deverão
em conjunto com a NBR 9077 que tam-
ser tomadas para a prevenção de incêndio
bém determina regras para as saídas de
e pânico. A tabela abaixo apresenta a clas-
emergência em edificações (CORPO DE
sificação da edificação que deverá servir de
BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS,
parâmetro para a análise das exigências do
2019).
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 2008).
Exigências CBMMG – Instruções Técnicas Após a classificação da edificação de acordo com o Decreto 44.746, deverão ser consultadas as Instruções Técnicas (IT) do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais que definem os trâmites que deverão ser atendidos para o Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP) como procedimento para obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS, 2019)
As principais instruções técnicas
que irão balizar as medidas de segurança contra incêndio e pânico na edificação proposta são: IT1 – Processos Administrativos que define no anexo A as medidas que deverão ser adotadas para a segurança 18
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Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico: Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
8
9 8 Deverá ser analisado em conjunto com a NBR 9077 que também define parâmetros para o dimensionamento de saídas de emergência em edificações. 9 Deverá considerar a norma NBR 9050 – Acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos que define regras específicas para corrimãos e guarda corpos.
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Gleisson Gurgel de Vasconcelos
Condicionantes físico-ambientais Hidrografia e Relevo
A cidade de Oliveira está situada
entre as bacias do Rio São Francisco e pela Bacia do Rio Grande. O perímetro urbano faz parte da sub-bacia do córrego maracanã e o local de captação de água para o abastecimento do perímetro urbano encontra-se na sub-bacia do rio Jacaré (Figura 8). A localização entre a divisão de ágauas de 10
A densidade de drenagem é a relação entre o comprimento total dos canais e a área total da sub-bacia refletindo a permeabilidade e a porosidade do terreno.
duas bacias hidrográficas federais revela as grande altitudes da cidade de Oliveira. É possível identificar através do mapeamento hidrico do Estado de Minas Gerais, inumeras nascentes no território da cidade, sendo 23 nascentes localizadas na área urbana
revelando seu potencial hídrico (INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DE ÁGUAS, 2019).
A geomorfologia de Oliveira (Figura
9) é clasificada como Planaltos de Oliveira, caracterizada por um relevo predominantemente suave composto por morros e colinas de topo convexo, podendo ocorrer com menor frequência topos mais aguçados e serras de pequeno porte. Essas ultimas ocorrências não são observadas na cidade de Oliveira. Os desníveis médios dos vales na cidadede Oliveira são considerados fracos e com predominância de alta densidade de drenagem e média densidade de drenagem10 que inclui toda a área urbana. A unidade dos Planaltos de Oliveira possui altitudes que variam geralmente entre 800m e 1.200m. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2019).
Figura 8 – Detalhe da Bacia o Córrego Maracanã
20
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Figura 9 – Geomorfologia e Bacias Hidrográficas
Figura 10 – Declividade e Altimetria
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21
Gleisson Gurgel de Vasconcelos
11
O mapa de declividades e de altimetrias foram elaborados a partir de imagens da missão Sentinel 2A obtida em https://scihub. copernicus.eu/dhus/#/ home e processadas como modelo digital de elevação (MDE) com precisão de 10 m no software de geoprocessamento ArcGIS.
12 Como já citado anteriormente na seção que trata da legislação ambiental.
Na área urbana de Oliveira pode-se observar as menores altitudes aproximadas entre 926m e 962m (Figura 10) predominantes nos leitos dos córregos marcando visivelmente a calha do córrego Maracanã. As altitude médias na cidade variam entre 962m e 998m e abrangem a região do terreno a ser edificado, e as maiores altitudes estão acima dos 998m e vão até aproximadamente 1034m marcando os pontos mais altos da cidade como o bairro São Sebastião, bairro Aparecida e bairro do Rosário. 11 O terreno escolhido para o projeto não possui grande complexidade topo-
gráfica, sendo a maior diferença de nível de aproximadamente 7 metros entre as curvas 962,00 e 969,00 (Figura 11). O corte longitudinal (Figura 12) mostra que a declividade é suave, sendo a diferença entre os níveis um fator interessante a ser explorado para valorizar a distribuição espacial dos espaços e da volumetria da edificação. A testada principal voltada para a rua Afonso Terra configurará esquina com a abertura da passagem pedonal na área de preservação permanente do córrego do Capão. 12
Figura 11 – Levantamento topográfico
22
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Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico: Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
Geologia
Em termos geológicos pode-se
los álico e podzólico vermelho-amarelo
observar predominância da formação
álico ou distrófico, sendo predominante
do Gnaisse Cláudio (Figura 13) na área
na área urbana de Oliveira o argissolo-
urbana de Oliveira. (INSTITUTO BRASI-
-vermelho-amarelo distrófico. (CPRM -
LEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA,
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL, 2007)
2019) De acordo com o Programa Geo-
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA
logia do Brasil desenvolvido pela CPRM
E ESTATÍSTICA, 2019) Isso significa dizer
– Serviço Geológico do Brasil que reali-
que o solo de Oliveira possui cor verme-
zou os levantamentos geológicos básicos
lho-amarelada com processo de acumu-
em todo o Brasil em escala de 1:100.000,
lação de argila, enquanto que o termo
os principais tipos de solo encontra-
distrófico indica que o solo é de baixa fer-
dos na folha de Oliveira são os latosso-
tilidade, sendo necessário o uso de adu-
los vermelho-amarelo álico, latossolos
bação para fins agrícolas.
vermelho-escuro distrófico, cambisso-
Figura 13 – Geologia e pedologia
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23
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Vegetação
Clima
Oliveira se insere numa região de
Segundo Junior (2009) o clima de
tensão ecológica (contato entre regiões)
Oliveira é classificado como clima tem-
entre os biomas da Mata Atlântica do Inte-
perado úmido com inverno seco e verão
rior e o Cerrado brasileiro (savana), com
quente (Cwa) de acordo com a Classifica-
uso do solo predominante no entorno da
ção de Koopen Geiger (SÁ JUNIOR, 2009).
área urbana para agropecuária com pre-
dominância das produções de café e de
meteorológicos do Instituto Nacional de
pastagens para a criação de gado (Figura
Meteorologia (INMET) mostra um recor-
14) (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRA-
de de temperatura mínima de 0ºC em
FIA E ESTATÍSTICA, 2019).
junho de 1979 e temperatura máxima de
A
série
histórica
de
Comumente o contato entre regi-
35,5ºC em outubro de 2014, sendo que
ões ecológicas gera a interpenetração das
a temperatura média compensada do
floras. A vegetação característica da Mata
mês mais quente foi de 22,1ºC para o mês
Atlântica predominante em Oliveira é a
de dezembro e a temperatura média
floresta estacional semidecidual com a
compensada para o mês mais frio foi de
presença de espécies advindas da Ama-
17,2ºC para o mês de junho (Figura15).
zônia e marcada pelo clima estacional
Este intervalo corrobora com a classifica-
com períodos bem definidos de secas e
ção de Koopen Geiger para a cidade de
chuvas. Destaca-se também a vegetação
Oliveira (INSTITUTO NACIONAL DE METE-
secundária de reflorestamento com Euca-
OROLOGIA, 2019).
lipto (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2012).
Figura 14 – Uso do Solo e Vegetação
24
registros
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Figura 15 – Dados climatológicos para Oliveira
Além disso, Oliveira possui uma
Figura 16 – Temperatura (°C)
estação meteorológica automática que registra a cada hora dados meteorológicos de pressão atmosférica, temperatura do ar, umidade relativa do ar, precipitação, radiação solar, direção e velocidade dos ventos que são agrupados a cada ano e são uma excelente base para a definição de estratégias bioclimáticas para o projeto arquitetônico. Os gráficos abaixo foram
Figura 17 – Precipitação (mm)
extraídos do sistema de registro do INMET e apresentam os dados de temperatura (figura 16), precipitações (figura 17), direção dos ventos (figura 18) e velocidade dos ventos (figura 19) para o ano de 2019 até o dia 23 de outubro.
Para o ano de 2019 a menor tem-
peratura do ar registrada foi de 12 ºC para
Figura 18 – Direção dos ventos (grau)
o dia 08 de julho e a temperatura mais alta foi de 28 ºC para o dia 13 de setembro. As maiores precipitações ocorreram em fevereiro, sendo o dia 11 de fevereiro o mais chuvoso com registro de 136 mm, porém em novembro de 2018 foi registrado até 170mm em um mesmo dia.
Os registros da direção dos ventos
indicam uma média de direção de aproxi-
Figura 19 – Velocidade do vento (m/s)
madamente entre 150º e 180º, o que equivale dizer que a predominância de ventos em Oliveira encontra-se entre as direções sudeste e sul. A média da velocidade registrada encontra-se entre 2,5 e 3 m/s.
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Zoneamento bioclimático
A Norma de Desempenho Térmico
de Edificações (NBR15220 – parte 3) define um zoneamento bioclimático brasileiro em 8 zonas relativamente homogêneas e apresenta recomendações de condicionamento térmico passivo para cada uma delas destinado a aplicação em habitações unifamiliares de interesse social. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003)
Apesar do caráter destinado a este
tipo de edificações, as estratégias bioclimáticas sugeridas pela norma podem também ser aplicadas a outras tipologias afim de otimizar o desempenho térmico de acordo com o clima local. Oliveira enquadra-se na zona 4 onde são recomendadas aberturas médias, sombreamento nas aberturas durante todo o ano, paredes pesadas e coberturas leve com
isolamento térmico (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003).
Como
estratégias
bioclimáticas
são sugeridos para o inverno o aquecimento solar da edificação e alto índice de inércia térmica nas paredes internas. Para o verão são sugeridos o resfriamento evaporativo, a inércia térmica para o resfriamento e o uso de ventilação seletiva (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003).
O software ZBBR disponibilizado
pelo Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) resume graficamente o zoneamento bioclimático brasileiro de acordo com a NBR 15220 e apresenta um quadro com as recomendações para cada uma das zonas bioclimáticas brasileiras (Figura 20) (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2019).
Figura 20 – Zoneamento bioclimático do Brasil e estratégias para Oliveira
26
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Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico: Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
A plataforma o Projeteee – Proje-
Figura 22 – Estratégia para inércia térmica para aquecimento
tando Edificações Energeticamente Eficientes que busca soluções de eficiência energética que visam garantir conforto aos usuários no interior das edificações. Cada uma das estratégias bioclimáticas são ilustradas didaticamente de maneira simples e direta.
Estratégia para o inverno Aquecimento solar passivo
Consiste na utilização da radiação
solar direta para o aquecimento interno da
Estratégias para o verão Resfriamento evaporativo
edificação no período do inverno admitida através de aberturas ou superfícies envidraçadas nas fachadas (PROJETEEE – PROJETANDO EDIFICAÇÕES ENERGETICAMENTE EFICIENTES, 2019).
Consiste no processo de resfria-
mento pela evaporação da água que retira calor do ambiente, sendo que quanto mais rápido for o processo de evaporação, maior será a queda da temperatura (PROJETEEE – PROJETANDO EDIFICAÇÕES ENERGETICA-
Figura 21 – Estratégia de aquecimento solar passivo
MENTE EFICIENTES, 2019). Figura 23 – Estratégia para resfriamento evaporativo
Inércia térmica para o aquecimento
Consiste no uso de superficies com
elevada inércia térmica que atrasa o fluxo de calor externo para dentro da edificação,
Ventilação natural e inércia térmica para o resfriamento
sendo assim, durante os dias de inverno, as superfícies, se bem orientadas, irão reter o calor que será liberado gradualmente a
noite, contribuindo para o aquecimento
tes, a ventilação natural também é res-
da edificação. Durante o verão, a absorção
ponsável pela renovação do ar interior que
de calor e o atraso na transmissão também
ocorre por meio das diferenças de pressão
contribui para o conforto no interior da edi-
interna e externa. Essas trocas ocorrem de
ficação (PROJETEEE – PROJETANDO EDIFI-
forma mais eficiente se as aberturas esti-
CAÇÕES ENERGETICAMENTE EFICIENTES,
verem posicionadas em zonas de pressão
2019).
opostas. As correntes de convecção aconte-
Além do resfriamento dos ambien-
Universidade Federal de Minas Gerais | Escola de Arquitetura | Belo Horizonte 2020
27
Gleisson Gurgel de Vasconcelos
cem pela diferença de temperatura e den-
tação norte. Portanto a testada voltada
sidade do ar. O ar mais frio é mais denso,
para o córrego do Capão está orientada
à medida que o ar esquenta ele torna-se
para a direção oeste-noroeste (ONO) e a
menos denso e é criado um fluxo ascen-
testada da Rua Afonso Terra orientada
dente ou efeito chaminé. A quantidade de
para sul-sudoeste (SSO).
calor retirado pela ventilação dependerá da
diferença de temperatura entre o ar exte-
Afonso Terra orientada mais ao sul terá a
rior e o ar interior (PROJETEEE – PROJETAN-
menos horas de sol incidindo durante o
DO EDIFICAÇÕES ENERGETICAMENTE EFI-
ano, ocorrendo principalmente no início
CIENTES, 2019).
da manhã e durante a tarde, entre o final
Isso significa que a testada da rua
do mês de novembro e o início do mês de
Figura 24 – Estratégia para ventilação natural e inércia térmica para resfriamento
fevereiro (Figura 25).
Em
contraposição,
a
testada
orientada mais ao norte é a que receberá mais horas de sol durante o ano (Figura 26), sendo que a incidência no período da manhã ocorrerá em praticamente todo o ano e receberá incidência a tarde entre fevereiro até as 13h, aumentando o numero de horas gradualmente até o
Carta Solar
Além de serem considerados os
dados e as estratégias bioclimáticas para a elaboração do projeto arquitetônico, será considerada também a carta solar para a latitude da cidade de Oliveira (lat. -20.69). Com o auxílio do software Sol-Ar será estudada a incidência solar nas fachadas e, consequentemente, serão dimensionados elementos de sombreamento caso seja necessário. Deverão ser pesquisadas indicações práticas a respeito da orientação e das aberturas de modo a aproveitar melhor a luz nas orientações voltadas mais ao sul e evitar o desconforto nas orientações voltadas mais ao norte e oeste (LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES - LABEEE, 2019).
O terreno escolhido para o proje-
to está orientado longitudinalmente em
início de agosto, onde a incidência solar ocorre até o final da tarde e reuzindo o número de horas novamente até o início de novembro. Entre o meio de novembro ao meio do mês de fevereiro não há incidência na fachada voltada mais ao norte durante a tarde.
A incidência solar mais crítica
ocorre na testada mais voltada a oeste (Figura 27) pois esta receberá incidência solar principalmente no período da tarde durante todos os dias do ano, sendo necessário o uso de elementos de sombreamento afim de garantir conforto térmico para os usuários.
A testada orientada a leste rece-
berá incidência solar somente durante o período da manhã, sendo pouco adequada à orientação das salas de aula por limitar a incidência solar somente nesse período.
um ângulo de 75º em relação à orien-
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Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico: Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
Figura 25 – Orientação solar - Testada sul Figura 26 – Orientação solar - Testada norte
Figura 27 – Orientação solar - Testada oeste Figura 28 – Orientação solar - Testada leste
Diretrizes para a orientação solar
tar a radiação indireta, modulando-as
orientar quanto ao dimensionamento
Segundo a Fundação para o Desen-
volvimento da Educação é recomendável as seguintes diretrizes quanto á orientação e à insolação de edificações de ensino: 1. adotar
preferencialmente
estratégias
naturais para obtenção de conforto térmico e luminoso, utilizando energia artificial apenas em seu complemento na busca de conservação de energia, desde que garantidos os índices de luminosidade sobre as áreas de trabalho; 2. evitar radiação solar direta e aprovei-
através de elementos de proteção solar; destas peças a partir de estudos específicos de geometria da insolação e iluminamento; 3. dimensionar a proteção à insolação em função do calendário escolar (horários de aula / tipos de atividade / período de férias, etc.); 4. focar nas carteiras e lousas como planos de trabalho a proteger da radiação direta e a iluminar ao máximo com luz natural, garantindo condições de lumi-
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29
Gleisson Gurgel de Vasconcelos
nosidade uniformes, evitando que as
o município de Oliveira cresceu a uma
sombras produzidas formem padrões
taxa de 0,58% ao ano, enquanto, enquan-
de claros e escuros;
to que o Brasil teve um crescimento anu-
5. equilibrar as perdas e ganhos de calor
al de 1,17% para a mesma década. Além
através da orientação adequada da edi-
disso, a taxa de urbanização do município
ficação, do aproveitamento dos ventos
passou de 86,48% para 89,15 % (ATLAS DO
predominantes para ventilação natural
DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRA-
e da especificação dos materiais;
SIL, 2014).
6. evitar criação de microclimas ou ilhas
Através do tratamento dos dados
de calor pela interrupção dos fluxos de
do censo de 2010 é possível identificar
ventilação
que a média de moradores por domicílio
7. considerar os ventos predominantes no
em Oliveira varia entre 2,78 a 3 morado-
que possam favorecer a ventilação cru-
res para os setores com menores densi-
zada
dades e entre 3,55 a 3,88 moradores para
8. conciliar as decisões luminotécnicas ao projeto de elétrica. (FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO, 2011)
os setores com maiores densidades, não havendo portanto um contraste muito discrepante de densidade de moradores por domicílio no perímetro urbano de Oliveira. Os bairros com as maiores den-
Condicionantes socioeconômicos
Para a caracterização dos aspec-
tos socioeconômicos da cidade de Oliveira, foram utilizados os dados do censo de 2010 e disponibilizados pelo IBGE. Serão analisados dados mais gerais da população como a média de moradores por domicilio, a faixa etária da população, o rendimento nominal médio dos responsáveis por domicílios e o número de pessoas alfabetizadas com mais de 5 anos de idade.
Densidade demográfica
Segundo a projeção do IBGE para
sidades são o bairro Maria Amélia, São Sebastião e bairro das Graças (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).
A pirâmide etária da população
oliveirense (IBGE, 2019) no ano de 2010 mostra um equilíbrio entre pessoas do sexo masculino e feminino na cidade, sendo predominante a faixa etária de pessoas entre 10 a 39 anos de idade. Isso indica que grande parte da população de Oliveira se enquadra no grupo da população economicamente ativa em idade de trabalho, sendo mais um indicador positivo para a implantação de um sistema formativo de capacitação profissional na cidade (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2019).
o ano de 2019, Oliveira possuí um total estimado de 41.687 habitantes e densidade demográfica de 43,98 habitantes/m² (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2019). Entre 2000 e 2010
30
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Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico: Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
Figura 29 – Média de moradores por domicílio
Figura 30 – Pirâmide etária - Oliveira 2010
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Gleisson Gurgel de Vasconcelos
Trabalho e rendimento
Os dados do censo de 2010 sobre
res valores registrados concentram-se na
rendimento dos responsáveis por domicí-
região central de Oliveira e nos bairros
lios em Oliveira deixa claro a desigualda-
que possuem maior integração urbana
de da renda das pessoas que residem em
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA
bairros da área central da cidade, que são
E ESTATÍSTICA, 2010).
considerados “nobres”, como Sinhaninha
e São Bernardo em contraste com os bair-
volvimento Humano no Brasil, no ano de
ros mais periféricos, onde residem pesso-
2010 a porcentagem de matriculados em
as com menores rendimentos, como no
escolas foi de 95,09% para crianças de 5
bairro São Sebastião e bairro das Graças
a 6 anos; 85,89% para crianças de 11 a 13
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
anos frequentando o ensino fundamental;
ESTATÍSTICA, 2010).
52,44% dos jovens entre 15 e 17 anos com
No ano de 2017 o salário médio na
ensino fundamental completo; e apenas
cidade de Oliveira foi de 1,7 salários mín-
38,57% dos jovens com idades entre 18 a
mos, sendo que 21,9% da população pos-
20 possuíam o ensino médio completo. A
suia ocupação formalizada. Em contra-
expectativa dos anos de estudo, que indi-
partida, 31,3% dos domicílios de Oliveira
ca o número de anos que uma criança
possui rendimentos mensais de até meio
tende a permanecer na escola até atin-
salário mínimo por pessoa, colocando o
gir os 18 anos, foi de 9,10 anos. (ATLAS DO
município na posição 714 dos 853 muni-
DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRA-
cípios do estado de Minas Gerais. Os prin-
SIL, 2014)
cipais setores geradores de empregos na
cidade são o comércio e o serviço (26,5%),
zação da população com idade acima de
produção (22,5%) e a a administação
25 anos mostram a urgência, não somen-
pública (16,8%) (BRASIL, 2017).
te do município de Oliveira, mas do Brasil,
O
levantamento
De acordo com Atlas do Desen-
Além disso, os índices de alfabeti-
xo mostra os dados referentes ao grau de censitário
do
IBGE considera como alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever um bilhete simples no idioma que se conhece. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011) A figura 32 mostra a distribuição em porcentagem por setor censitário das pessoas alfabetizadas com mais de 5 anos de idade. As menores por-
escolaridade para a cidade de Oliveira. Em comparação com os dados registrado para o Brasil, os percentuais foram de 11,82% eram analfabetos, 50,75% tinham o ensino fundamental completo, 35,83% possuíam o ensino médio completo e 11,27 possuíam ensino superior completo (ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL, 2014).
centagens registradas foram entre 76,7 a 80% para o setor censitário que abrange o bairro Cíntia e Vila Progresso na região do Alto São Sebastião e os bairros Triângulo e Barro Preto. Como já se esperava, os maio-
32
em investir em educação. O gráfico abai-
Alfabetização
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Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico: Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
Figura 31 – Rendimento nominal médio dos responsáveis por domicílios
Figura 32 – Pessoas alfabetizadas com mais de 5 anos de idade
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Gleisson Gurgel de Vasconcelos
Figura 33 – População alfabetizada com mais de 25 anos
Condicionantes Urbanas – Entorno
O entorno do terreno foi analisa-
observar valores entre 97,5% a 98,9% de
do através de visitas ao local e pelo levan-
domicílios atendidos pelo SAAE (INSTITU-
tamento de dados do Censo Demográfico
TO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTA-
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geo-
TÍSTICA, 2010).
grafia e Estatística - IBGE em 2010.
Abastecimento de água
O sistema de esgotamento sanitário
O abastecimento hídrico em Oli-
de Oliveira também é de responsabilidade
veira é realizado pelo Sistema Autôno-
do SAAE. No setor censitário onde se localiza
mo de Água e Esgoto (SAAE), que capta
o terreno a porcentagem verificada do aten-
a água córrego dos Bois por gravidade e
dimento da rede geral de esgoto foi entre
por bombeamento no córrego da Lagoa,
94% e 98%. Nos setores que apresentam os
afluente do Rio Jacaré que abastece a
menores valores (faixa 80,5% - 88,9%) foram
área urbana, Poço do Capão e Poço Villa
registrados descartes pontuais de esgoto
Velha, para então realizar o tratamento
em cursos d’água no ano de referência da
convencional na estação de tratamento
pesquisa (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEO-
ETA – Dr. Carlos Chagas e distribuir para
GRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).
todo o município (SISTEMA AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO OLIVEIRA - MG, 2019).
Os dados agrupados do censo de
2010 referentes ao abastecimento de água do entorno do terreno em estudo mostra que mais de 94% dos domicílios possuiam abastecimento de água da rede geral no ano de referência da pesquisa. No setor específico do terreno pode-se
34
Esgotamento Sanitário
Coleta de Lixo
Oliveira é atendida em mais de 95%
com coleta de lixo realizada porta a porta pela prefeitura municipal. O entorno de terreno é atendido em mais de 98,8% com a coleta do lixo comum e com a coleta seletiva realizada 1 vez por semana. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTI-
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CA, 2010). Não foi registrado descarte irregular de resíduos em terrenos vazios e nas vias públicas do entorno do terreno (PREFEITURA MUNICIPAL DE OLIVEIRA, 2018).
Pavimentação
Grande parte das ruas do entorno
do terreno possuem algum tipo de pavimentação como pode ser verficado na figura 37. O censo de 2010 apontou valores entre 93,2% a 99,4% para os setores censitários mais próximos. Foi verificado no entorno imediato do terreno ruas abertas não pavimentadas como a continuação da rua Dulce Leite Reis (Figura 38) que, apesar de não serem consideradas ruas oficiais e a área fazerem parte do terreno, são ruas que foram configuradas pela passagem intensa de pessoas entre as ruas Rio Madeira e Rua Afonso Terra.
A conexão já configurada será con-
siderada no tratamento arquitetônico e paisagistico do projeto por se considerar que este fluxo já configurado irá respeitar o sentido de passagem já construído, contribuirá para a preservação da APP do córrego do Capão e valorizará a inserção urbana do projeto (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).
Assim como em todo o Estado de
Minas Gerais, a iluminação pública em Oliveira é de responsabilidade da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). O entorno do terreno possuia em 2010 mais de 99% das vias com iluminação pública adequada, assim como grande parte da região central de Oliveira. O entorno com menor valore registrado foi no bairro Aparecida porém pode-se constatar em visita ao bairro que atualmente a região é bem atendida em iluminação pública (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).
Arborização
De acordo com o IBGE a arboriza-
ção das vias públicas considera a presença de vegetação arbórea em calçadas ao longo da via para cada um dos domicílios entrevistados no censo
No geral, os valores registrados em
oliveira são baixos em comparação com outros municípios do mesmo porte. Apesar dos baixos valores gerais, o e entorno do terreno é considerado com muito arborizado com índice percentual acima de 90% das vias. Pode-se considerar a hipotese de que esses valores são eleva-
Calçadas
Iluminação Pública
Atualmente as calçadas do entor-
no são consideradas adequadas, apesar do baixo registro percentual do censo de 2010 (69,1% - 81,7%). Pode-se concluir com essa dado que houveram maiores investimentos após o ano de 2010 em melhorias
dos devido as grandes áreas abertas ao longo da ferrovia desativada que segue paralela à avenida Rio Jequitinhonha e a presença do parque João Reis (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).
das condições das calçadas na área, fato acentuado também pela instalação do parque João Reis na ultima década (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).
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Figura 34 – Abastecimento de água
Figura 35 – Esgotamento sanitário
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Figura 36 – Coleta de lixo
Figura 37 – Pavimentação
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Figura 39 – Calçadas
Figura 40 – Iluminação pública
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Figura 41 – Avenida Rio Jequitinhonha
Figura 42 – Arborização
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Gleisson Gurgel de Vasconcelos
Aspectos do Planejamento Urbano Centralidades comerciais
Pode-se identifica nas proximida-
-se observar a presença de galpões que
des do terreno as principais centralida-
abrigam comércios do setor agropecuá-
des comerciais de Oliveira. A praça XV de
rio, concessionárias de veículos, oficinas
novembro (Figura 44) é o principal cen-
mecânicas,
tro da cidade onde se concentra a maior
etc.
variedade de oferta do comércio e ser-
viços como lojas varejistas, hotéis servi-
ra (Figura 46), onde se localiza a Santa
ços bancários, serviços da administração
Casa de Misericórdia de Oliveira, o Pron-
pública, edifícios religiosos, entre outros.
to Atendimento Médico Municipal e o
O tempo médio de deslocamento a pé
Laboratório Microrregional de Análises
do terreno até o centro da Praça XV é de
Clinicas, é marcada pela influência direta
aproximadamente 10 minutos.
destes equipamentos urbanos de grande
Outro local de destaque que se
porte. De acordo com o Secretário Muni-
relaciona diretamente com o local do
cipal de Saúde de Oliveira Lucas Lasmar
terreno é a Avenida Maracanã (Figura
Resende, Oliveira é uma cidade privile-
45), marcada pela inserção da rodoviária
giada por possuir tais equipamentos e
no cruzamento com a Avenida Miguel
ser referência regional em atendimento
Resende (Figura 47). A avenida Maracanã
médico, sendo a maior parte deles reali-
se caracteriza por sua centralidade line-
zados pelo SUS. O hospital regional e os
ar marcada por atividades do comércio
PSF’s de Oliveira passaram a receber cer-
como supermercados e hipermercados,
ca de 60 alunos de medicina formados
lojas de autopeças, materiais de cons-
em universidade estrangeiras que estão
trução, postos de gasolina, pela oferta
em processo de revalidação do registro
de serviços como bares e restaurantes,
junto ao Conselho Regional de Medicina
hotéis, academias, etc, e por serviços ins-
(CRM) (PREFEITURA MUNICIPAL DE OLI-
titucionais pela presença do fórum de
VEIRA, 2019).
Oliveira, Previdência Social e o edifício
do Programa de Saúde da Família (PSF
Oliveira
– Avenida Maracanã). O tempo de cami-
do pela presença desses equipamentos
nhada a pé, desde o terreno até o início
configurando um entorno comercial de
da Avenida Maracanã é de aproximada-
farmácias, clínicas médicas particulares,
mente 10 minutos, mas como se trata de
clínicas estéticas, clinicas de fisioterapia,
uma centralidade linear, o trajeto até o
lojas de equipamentos médicos, labo-
final da avenida leva cerca de 30 minu-
ratórios de análises clinicas, etc., além
tos.
de ser marcado também pela oferta de
40
madeireiras,
marmorarias,
A região hospitalar de Olivei-
O entorno da área hospitalar de é
evidentemente
influencia-
Já a avenida Miguel Resende
outras atividades comerciais como pada-
(Figura 47) é a principal rota de aces-
rias, restaurantes e lanchonetes. O tempo
so dos ônibus intermunicipais que che-
de percurso até o hospital de Oliveira é
gam na rodoviária de Oliveira. Ali pode-
de aproximadamente 5 minutos a pé.
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Figura 44 – Comércio na Praça XV de Novembro
Figura 45 – Comércio na Avenida Maracanã
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Figura 46 – Comércio próximo à Santa Casa
Figura 47 – Comércio na Avenida Miguel Resende
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Gleisson Gurgel de Vasconcelos
Usos identificados 14 Devido a falta de uma legislação de regulação urbana em Oliveira, que estabelece parâmetros urbanísticos para restringir o gabarito máximo, foram aprovados e encontram-se em processo de construção edifícios verticais com mais de 10 pavimentos no bairro Sinhaninha.
Figura 48 – Caracterização do bairro Arthur H. de Melo
O terreno se insere no contexto
edificações no bairro, no geral, não ultra-
do bairro Arthur Henrique de Melo cujo
passa de 4 pavimentos (aproximadamen-
a predominância e uso é residencial uni-
te 12 metros), apesar de se poder notar
familiar, mas sendo também identificado
na paisagem do entorno imediato o sur-
usos mistos (residencial + comercial), uso
gimento de edificações de maior porte
religioso e institucional. A altimetria das
no bairro Sinhaninha. 14
Caracterização do bairro Arthur Henrique de Melo Tipologia típicas
Imagem de referência
Residência unifamiliar térrea
Residência unifamiliar com dois pavimentos
Residência unifamiliar de baixa renda limitrofe ao terreno
Residência unifamiliar térrea com dois pavimentos e uso comercial/serviços
Residência multifamiliar
Institucional
Religioso
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Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico: Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
Figura 49 – Vista panorâmica de Oliveira a partir do terreno
Sistema viário local O sistema viário da quadra imediata ao ter-
A integração entre essas vias foi criada pela
reno tem característica local. O principal
passagem intensa de pedestres pelas mar-
acesso ao bairro partindo da Praça XV de
gens do terreno e pela área de preservação
novembro é feito pela Avenida das Laranjei-
permanente do córrego do Capão. Apesar
ras ou pela Avenida São Cristóvão. Partindo
de não serem consideradas como vias ofi-
da Avenida Maracanã, o principal acesso é
ciais pela prefeitura municipal, o projeto
feito pela rua Rio Jacaré. A quadra do ter-
arquitetônico da edificação irá propor a
reno possui descontinuidades viárias que
abertura de uma via pedonal entre as ruas
foram observadas entre as ruas Afonso Ter-
Afonso Terra e Rio Madeira, e a continuação
ra e Rio Madeira e também entre as ruas
da rua Dulce Leite Reis ligando com a rua
Dulce Leite Reis e Rio Madeira (Figura 50).
Rio Madeira.
Figura 50 – Descontinuidade da rua Dulce Leite Reis
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Gleisson Gurgel de Vasconcelos
Situações análogas Senac São Miguel Paulista
O Senac São Miguel Paulista inau-
gurado em março de 2018 possui 26.000 m² de área construída, sendo a maior unidade do estado de São Paulo, localizado na zona leste da cidade de São Paulo (ARCHDAILY BRASIL, 2018). Apesar da escala do projeto analisado ser muito superior à do projeto a ser proposto neste trabalho, a unidade selecionada possui espaços de laboratórios e salas de aulas muito similares aos que serão propostos, possui uma boa distribuição funcional dos espaços e um apelo arquitetônico formal resultado da racionalidade modular dos sistemas construtivos e das soluções tecnológicas empregadas no projeto, configurando uma referência relevante para o dimensionamento e para uma análise crítica mais aprofundada das soluções técnicas a serem adotadas.
Análise crítica da articulação urbana
O Senac São Miguel Paulista se inse-
re no contexto de grande movimento viário na esquina da Avenida Marechal Tito com a Avenida Rosária. O terreno de aproximadamente 8.000 m² está localizado numa área onde possuía uma baixa oferta de cursos profissionalizantes (ARCHDAILY BRASIL, 2018).
A configuração do terreno em esqui-
na possibilitou distribuir o programa da edificação em três blocos, criando uma agradável praça interna voltada para a Avenida Rosária delimitando bem o acesso principal feito pela Avenida Marechal Tito e os acessos secundários realizados pela Avenida Rosária para veículos e para o acesso ao subsolo (ARCHDAILY BRASIL, 2018).
A fachada de acesso principal voltada
para a Avenida Marechal Tito, assume uma diagonal em relação a avenida que cria um grande espaço de transição entre o público e o privado que dialoga claramente com a intensidade do movimento da avenida. O hall de entrada principal se integra diretamente a praça central arborizada voltada para a Avenida Rosária reforçando o valor de integração social da edificação.
Figura 51 – Senac São Miguel Paulista
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Figura 52 – Senac São Miguel Paulista – Implantação geral
Análise crítica da Setorização e Fluxos Térreo Figura 53 – Senac São Miguel Paulista – Térreo
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Gleisson Gurgel de Vasconcelos
O pavimento térreo é marcado
650 m², sendo a estrutura mais próxima
principalmente pela presença dos espa-
da rua, aberta para atender o público do
ços de convívio desde a entrada prin-
entorno. A proposta de biblioteca públi-
cipal até a praça central com mais de
ca dialoga com a proposta educacional
1.000m² que articula a conexão entre os
do Senac de enfatizar a aprendizagem
três blocos. O projeto adota a estratégia
para o desenvolvimento de competên-
de amplos espaços de circulação geran-
cias, autonomia e cidadania (SERVIÇO
do espaços de convivência distintos, ora
NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMER-
mais relacionados ao exterior, ora mais
CIAL, 2005). No hall de entrada existe
interiorizados, à medida que se adentra
uma estrutura de atendimento ao públi-
ao edifício.
co que chega no edifício, principalmen-
A biblioteca, localizada no bloco
te alunos, conectada diretamente com
01 com dois níveis e acesso pelo térreo
outros serviços administrativos que são
ocupa uma área de aproximadamente
realizados no mesmo bloco.
Figura 54 – Senac São Miguel Paulista - Praça central
Figura 55 – Senac São Miguel Paulista - Hall de entrada
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O
auditório
com
aproximada-
A maior estrutura abrigada pelo
mente 585m² no ocupa todo o bloco 02
bloco 03 no térreo é o setor administra-
no pavimento térreo e tem capacidade
tivo e as estruturas de suporte para o
para 200 pessoas. Sua inserção, dialoga
departamento (sala de reunião, sala de
claramente com a praça central através
atendimento de alunos, departamento
de um foyer na entrada e com o andar
médico e apoio). Há também uma sala
superior onde são realizados os cursos
de aula que comporta 30 alunos e um
de rádio e televisão. Estrategicamente o
ateliê de oficina e criação, ambos sepa-
auditório utiliza cadeiras móveis possibi-
rados por um lounge - criatividade,
litando novos usos em períodos em que
onde são realizadas as atividades de
ele não é utilizado para palestras e even-
produção, criação, design, arquitetura,
tos. O auditório é equipado também com
paisagismo e moda.
depósitos, cozinha de apoio e camarim.
Figura 56 – Senac São Miguel Paulista - corte longitudinal
Figura 57 – Senac São Miguel Paulista – Auditório
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Gleisson Gurgel de Vasconcelos
Figura 58 – Senac São Miguel Paulista - corte transversal
Primeiro pavimento
50
A circulação vertical para acesso
de gerência, sala de coordenação e uma
aos pisos superiores acontece por meio de
ampla sala para os professores. Além disso,
duas caixas de escadas e elevadores dis-
a concentração destes serviços administra-
postos no hall do bloco 01. Chega-se ao
tivos mais relacionados às questões peda-
1º pavimento pelos elevadores em uma
gógicas facilita a interface entre docentes,
ampla circulação que se evidencia como
técnicos e alunos.
um espaço de convivência possibilitado
pela largura dos corredores e pela conexão
tra espaços de aprendizagem com uma
com os lounges em cada um dos andares.
área total de aproximadamente 1198,00
Essa configuração irá se repetir até o 5º
m² destinada a realização de cursos nas
pavimento.
áreas de editoração, rádio e televisão, loca-
O mezanino da biblioteca é aces-
lizada estrategicamente acima do auditó-
sado por uma escada interna ou por uma
rio que pode ser utilizado também como
plataforma elevatória para pessoas com
um espaço de ensino e aprendizagem.
deficiência. Do lado oposto a bibliote-
ca no mesmo bloco 01 existem salas que
existem 3 laboratórios de informática, uma
são utilizadas pelos serviços administra-
sala de pranchetas, um laboratório de esti-
tivos, coincidindo com o mesmo tipo de
lismo e uma sala de modelagem que são
uso no pavimento térreo, porém com um
acessadas através de um lounge – galeria
layout menos segmentado, o que facilita a
onde são expostos os trabalhos realizados
integração entre serviços que se comple-
pelos alunos dos cursos ligados à área de
mentam. Há um setor técnico, uma sala
visagismo e moda.
O bloco 02 no 1º pavimento concen-
No bloco 03 do mesmo pavimento
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Segundo pavimento
A partir do segundo pavimento, já
não há mais ligação entre o bloco 01 e o bloco 02 que se interrompe neste nível com uma área técnica e uma cobertura verde em sistema Tec Garden.
O bloco 01 é ocupado em aproxima-
damente 890,00 m² com salas e laboratórios de ensino e aprendizagem distribuídos em 8 salas multifuncionais com diversos layouts que podem ser facilmente adaptados de acordo com a demanda de uso, 01 laboratório de segurança do trabalho e 01 laboratório de práticas administrativas.
A partir do segundo pavimento até
o nível do ático (equivalente ao sexto pavimento) o bloco 03 passa a ser ocupado integralmente como garagem em aproximadamente 1576,00 m².
Terceiro pavimento
As salas do terceiro pavimento do
bloco 01 são ocupadas por laboratórios destinados aos cursos de beleza e saúde, salas multifuncionais e uma central de materiais esterilizados que atende as demandas dos laboratórios.
São dois laboratórios multiproce-
dimentos equipados com vestiários e 29 poltronas de procedimentos estéticos que atendem os cursos de podologia, estética e massoterapia.
Por demandarem estruturas simila-
res, foi criado para os cursos de técnico em farmácia, técnico em enfermagem e técnico em meio ambiente um laboratório 3 em 1 com capacidade para até 50 alunos. A estrutura que atende o curso de técnico em enfermagem conta com uma enfermaria completa com leito UTI, UTI neonatal, berço aquecido para recém-nascidos, bancadas com pias, banheiro pedagógico, mane-
quins adulto e infantil e outros modelos anatômicos em tamanho real. A estrutura para o curso de farmácia e meio ambiente conta com bancadas para a manipulação de medicamentos e/ou reagentes químicos, bancadas com pias, armários para guardar equipamentos, vidrarias e EPI’s, chuveiro de emergência, lava-olhos, e uma capela de exaustão de gases.
O Laboratório de beleza e visagismo
possui 15 estações com bancada, espelho, cadeira hidráulica, carrinho auxiliar e equipamentos que permitem simular por completo os serviços realizados em salões de beleza em cabelo, maquiagem, sobrancelha, esmalte, manicure e pedicure.
Quarto pavimento
Todo o quarto pavimento é ocupa-
do por seis laboratórios de informática, um laboratório de hardware, um laboratório para criação de jogos e duas salas multifuncionais que atendem aos cursos da área de tecnologia da informação.
Quinto pavimento
O quinto pavimento é destinado
para os cursos de hotelaria e gastronomia. Há um laboratório de hospedagem que simula a estrutura de atendimento e quarto de hotel, um laboratório de turismo, um laboratório bar, uma cozinha pedagógica com estrutura completa e quatro salas multifuncionais.
Ático
No último piso existe há uma laje
técnica com equipamentos necessários para o funcionamento da edificação, sendo uma área significativa para os equipamentos de ar condicionado e uma outra para coletores solares. Há também uma
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central de aquecimento, casa de máquinas dos elevadores e acesso para os reservatórios superiores.
Subsolo
Por fim, o subsolo com aproxima-
damente 1400 m² é onde se concentra os serviços logísticos com uma ampla área de estacionamento para veículos utilitários. Existe no subsolo uma área de recebimento e estoque, almoxarifado, depósitos, manutenção, segurança, copa e uma sala de conforto para os funcionários.
Figura 59 – Senac São Miguel Paulista - primeiro pavimento
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Figura 60 – Senac São Miguel Paulista - segundo pavimento
Figura 61 – Senac São Miguel Paulista - Terceiro pavimento
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Figura 62 – Senac São Miguel Paulista – Quarto pavimento
Figura 63 – Senac São Miguel Paulista - Quinto pavimento
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Figura 64 – Senac São Miguel Paulista – Ático
Figura 65 – Senac São Miguel Paulista – Subsolo
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Análise crítica dos sistemas e materiais construtivos
dada com diferentes sistemas de acordo
As estruturas dos três blocos foram
concebidas em concreto armado moldado in-loco de maneira independente e modular, sendo que é possível identificar claramente os eixos estruturais dos blocos 01 e 03, distribuídos em forma de malha. Os maior vão encontrado é de aproximadamente 13 metros no átrio interno do bloco 01, que é compensado por vigas mais robustas. A estrutura principal do bloco 02 é ordenada por duas linhas estruturais principais no sentido longitudinal da edificação que é “travada” por vigas transversais que sustentam a laje do pavimento superior, possibilitando um ambiente de aproximadamente 33,90m x 12,55m.
A independência da estrutura de
concreto armado em relação aos planos de vedação possibilita diferentes configurações internas. Essa estratégia amplia as possibilidades de uso da edificação dando maior flexibilidade de uso da edificação e evitando que ela se torne obsoleta ao longo do tempo.
Cada uma das fachadas foi abor-
com a necessidade de solução da insolação ou com a finalidade destaque plástico. Na fachada de acesso principal voltada para a Avenida Marechal Tito (norte), foi utilizada uma caixilharia de vidro com proteção acústica. Essa fachada é protegida da intensa exposição a insolação por um sistema modular de brises horizontais metálicos afastados da parede de alvenaria configurando um colchão de ar entre os sistemas, aumentando o atraso térmico entre o exterior e o interior do edifício. A fachada voltada para Avenida Rosária (oeste) também recebe um sistema de fachada ventilada que forma um mosaico de placas cimentícias e material reciclado.
A fachada sul, voltada para a pra-
ça central, recebe menor incidência solar durante o ano e foi completamente envidraçada possibilitando o maior aproveitamento da iluminação indireta durante o dia e criando agradáveis lounges adequados aos estudos e à contemplação do espaço urbano ao redor.
Figura 66 – Senac São Miguel Paulista - Sistema estrutural
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Figura 67 – Senac São Miguel Paulista - Fachada Frontal e lateral do bloco principal
Figura 68 – Senac São Miguel Paulista - Fachada posterior do bloco principal
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Conclusões Programa de Necessidades
Figura 69 – Senac Oliveira - Programa de necessidades
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Fluxograma Funcional
Figura 70 – Senac Oliveira - Fluxograma funcional
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Diretrizes e Estratégias
Figura 71 – Senac Oliveira - Diretrizes e estratégias
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Anexos
dimentos.
Anexo I - Entrevista com Alex Wander Martins Villela, atual Secretário de Desenvolvimento Econômico do município de Oliveira, realizada em 9 de setembro de 2019.
o “Sistema S” em que eles desenvolvem
Inicialmente eu gostaria de entender
Essa estrutura para treinamento e capa-
cursos sob demanda. Eles montam e modelam os cursos de acordo com essas demandas. Ano passado por exemplo nós fizemos um curso de pespontador.
qual é a principal base econômica da
citação é permanente ou temporária?
cidade de Oliveira, hoje.
Temporária, somente durante o tempo
Comércio e Serviços. Qualquer tipo de
do curso. Eles chegam, montam a estru-
informação quanto ao desenvolvimento
tura para a oferta do curso e depois vão
econômico, eu te recomendo a entrar no
embora.
portal DataViva onde tem todos os dados
A instalação permanente de uma unida-
socioeconômicos de todos os municípios de Minas Gerais.
de do Senac, Sesi, Sebrae, entre outros que integram o “Sistema S” poderia tra-
E existe uma perspectiva de novos inves-
zer benefícios para a cidade?
timentos dentro do Município? Em qual
Com certeza esse seria um interesse do
setor?
município.
Somente se a gente tivesse uma bola de cristal para dar uma resposta concreta. Mas as políticas públicas do município são para estimular o desenvolvimento econômico no setor de comércio e industrial. O município possui algum plano de metas para os investimentos e para o desenvolvimento deste setor? Nós possuímos uma base jurídica estabelecida. Um acervo de legislações municipais que fomentam o desenvolvimento, como Plano Diretor por exemplo. Então a gente faz o planejamento em cima destes instrumentos. Não tem muito uma meta. A meta é sempre atrair mais investimentos para a cidade e melhorar o que já existe. A cidade de Oliveira possui algum trabalho de capacitação de mão de obra que visa atender esses novos empreen-
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Sim. Nós possuímos uma parceria com
Oliveira possui áreas institucionais que já são destinadas à algum uso específico, em especial para a instalação de equipamentos voltados para a capacitação profissional? Oliveira possui áreas institucionais, porém elas são destinadas de acordo com a demanda. O que eu te aconselho é que você defina as características básicas do terreno como localização aproximada e área, para que nós façamos a indicação de uma área institucional. Outra possibilidade é que você defina o terreno a ser trabalhado e se este for privado, por se tratar de uma proposta de interesse público, o município tem a prerrogativa de negociação através de mecanismos como permuta, desapropriação etc. Recomendações finais: Ao analisar os dados do DataViva, você verá que em Oliveira a Kromberg (indús-
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tria de chicotes elétricos automotivos)
restaurantes, equipamentos de apoio que
está disparada, mas mesmo assim o
engloba as farmácias e postos de gasolina
comércio e o serviço ainda carregam a
por exemplo e, por fim, os atrativos turísti-
economia da cidade. Então através dos
cos. A partir desse levantamento teremos
gráficos é possível fazer uma projeção. O
um diagnóstico da situação em que se
planejamento da cidade é pela geração
encontra o potencial turístico, o que já exis-
de empregos e pelo progresso.
te de infraestrutura e o que é necessário
Então existe afinidade entre o planejamento municipal e a instalação em Oli-
melhorar. Então temos um perfil do que a cidade apresenta.
veira de estruturas para a capacitação
Em um segundo Momento a gente faz um
profissional?
trabalho de pesquisa de demanda. Então
Este é um fator primordial. A gente briga muito para tentar trazer esse tipo de projeto para Oliveira porque a primeira coisa que as empresas querem saber, quando
a gente estrutura os principais eventos que ocorrem durante o período normal, segundas e sextas-feiras, de janeiro a dezembro, para saber quem que vem visitar Oliveira.
vem se instalar aqui, é se a cidade possui
Existe uma diferenciação pela Organiza-
universidades, ensino técnico e profissio-
ção Mundial do Turismo do excursionista. O
nalizante, e qual é a situação educacional
excursionismo é aquela pessoa que vem a
da cidade. E este é um dos fatores que
cidade e retorna para sua casa no mesmo
pesam muito na hora de conseguir atrair
dia. Para ser considerado turista ela tem que
alguma empresa pra cá.
ficar mais de 24 horas e menos de um ano. Passou de um ano ele já não é mais turista, é residente. Então essa pesquisa de demanda
Anexo II - Entrevista com Sandro de Resende Lara, atual Diretor de Turismo da cidade de Oliveira, realizada em 27 de setembro de 2019.
ela traça um perfil socioeconômico, inclusi-
Quais ações vêm sendo realizadas em rela-
mais interessante na cidade. Uma vez que
ção ao fomento ao turismo na cidade de Oliveira? Bom, como que funciona a metodologia para o planejamento público para o turismo? A primeira coisa que um destino turístico, seja ele uma cidade ou uma região, precisa fazer é um inventário da oferta turística. Então há trabalho também científico com uma metodologia orientada pelo Ministério do Turismo, onde é feito um levantamento de tudo aquilo que a cidade oferta. Este levantamento é feito dividindo os equipamentos turísticos, sejam os hotéis, bares e
ve de destino dos nossos turistas, para saber de onde ele vem, quanto ele gasta, qual o tempo de permanência e o que ela acha nós temos esses dois instrumentos realizados um inventário e a pesquisa de demanda nós vamos ter que cruzar os dados e realizar um diagnóstico que vai atrelar a oferta e a demanda, que vai servir de base para elaboração do planejamento. O planejamento pode ser decenal, de médio e longo prazo, e em cima desse planejamento as administrações públicas vão trabalhando os seus planos plurianuais que sempre vai trabalhar com 3 anos de administração e primeiro da próxima para evitar que haja uma ruptura de planejamento. Em Oliveira foi realizado até 2004 o inventário
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a pesquisa de demanda e o diagnóstico
circuitos de Minas como membro do Fórum
que foram contratados pela prefeitura. Este
Estadual de Turismo. O Fórum pegava todas
diagnóstico ele foi entregue em 2004 pelo
as demandas de projeto uma vez por mês e
Senac.
era votado se aquele projeto iria ou não para
O Planejamento é dividido em 7 programas, desde infraestrutura e sinalização passando até pela pelas pesquisas periódicas. Porém foi executado em partes porque temos um problema de recursos financeiros. Cultura, Turismo e Esportes acabam ficando, por parte da administração pública, em segundo plano pois existem outras prioridades como a saúde a educação em que a prefeitura é obrigada a arcar. Buscamos então trabalhar com parceiros. Quem são os parceiros?
formou no Conselho Estadual de Turismo, e nós fundamos a FECITUR que a Federação dos Circuitos Turísticos de Minas Gerais. Dentro da prefeitura de Oliveira primeira bandeira que a gente brigou foi para a criação do ICMS do Turismo. No ano de 2017 Oliveira saiu do circuito do Campo Turístico das Vertentes por apresentar uma estrutura organizacional um pouco maior do que os demais municípios então o município optou por se integraram ao circuito do Vale Verde e Quedas D’água e, pela primeira vez,
O trade turístico. Os hotéis, os restaurantes
nós conseguimos nos cadastrar para rece-
e as casas de shows. Que são, na verdade,
ber o ICMS do Turismo baseado no ano de
as pessoas que vão ganhar especificamente
2018. Nós iremos receber no ano de 2020
com o desenvolvimento da prática turística.
caso toda a documentação seja aprovada.
Hoje, a realidade que nós temos, é o planejamento que está sendo desenvolvido dentro do Plano Nacional de Regionalização do Turismo. Este plano ele é uma diretriz que vem do Ministério do Turismo que divide o território em regiões. Em Minas Gerais, nós temos os circuitos turísticos e Oliveira está
Se formos aceitos, teremos um valor específico para aplicar no turismo na cidade no ano que vem. Todo esse trabalho que está sendo desenvolvido pela prefeitura de Oliveira se encaixa muito bem com a proposta de uma estrutura de capacitação profissional para
inserido no circuito turístico Vale Verde e
o setor do Turismo na cidade de Oliveira.
Quedas d'água (do qual fazem parte os
Falando um pouco sobre quem são os nos-
municípios de Oliveira, Bonsucesso, Coqueiral, Ijaci, Ingaí, Itumirim, Lavras, Luminárias, Nepomuceno, Passa Tempo, Perdões, São Bento Abade São Thomé das Letras Três Pontas e Varginha.) Então nós fazemos parte desse circuito.
sos turistas, não sei se você tem percebido, mas Oliveira tem que aumentado, nos últimos anos, a parte de hotelaria com os hotéis Pit Stop Novo Hotel, Hotel Bela Vista. Mas o principal fluxo do Turismo na cidade de Oliveira não é o carnaval, não são as fes-
Eu fui um dos fundadores do circuito do
tividades religiosas. São vendedores, as pes-
Campo das Vertentes. (o qual Oliveira fazia
soas do dia a dia que passam pela cidade
parte até 2017). Na época eu era o primei-
e ocupa os hotéis de segunda a sexta-feira.
ro presidente. Fui eleito depois como pre-
O fato de Oliveira se localizar em uma região
sidente do circuito e, posteriormente, fui eleito para ser representante de todos os
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o Ministério do Turismo. Este fórum se trans-
muito estratégica faz com que o turismo na cidade de Oliveira adquira essa característi-
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Análise das Condicionantes de Implantação e Projeto Arquitetônico: Escola Técnica Profissionalizante em Oliveira - MG
ca?
comerciais, porque às vezes o acompanhan-
Correto. Outro tipo de turismo que tem crescido bastante na cidade de Oliveira é o turismo de Saúde. Oliveira hoje tem recebido pacientes de toda a região nas clínicas, e não só as clínicas médicas, mas também as de estética. Oliveira tem recebido um fluxo muito grande de pessoas para tratamentos e o foco atualmente é o desenvolvimento do Turismo de saúde e além, é claro, daque-
te acaba ficando com o paciente no próprio hospital. Na cidade de Belo Horizonte, por exemplo, existem muitos turismólogos que trabalham dentro dos hospitais. O hospital de Oliveira já passou por uma reformulação de layout, uma nova estrutura mais agradável do que a estrutura antiga para melhorar o atendimento aos pacientes e para os acompanhantes.
les turismos tradicionais como o carnaval,
Hospital de Oliveira agora passou a ser
festival da primavera, férias de julho e janei-
também um hospital-escola ele passou a
ro, aniversário da cidade, que são eventos
receber alunos e professores que estão em
tradicionais e que trazem um público gran-
processo de formação.
de para cidade de Oliveira, apesar do nosso carnaval ter tido uma caída por causa do desenvolvimento do carnaval da cidade de Belo Horizonte.
E essa é mais uma das Vertentes do Turismo de saúde. São pessoas que vem de outra cidade, outras localidades, e vão dormir, vão consumir aqui na cidade. Isso é muito baca-
As categorias de públicos que são atraídos
na porque acaba sendo um dinheiro novo.
para uma cidade acabam influenciando
Quando a gente fala de turismo nós falamos
no tipo de serviço que é oferecido? O turis-
de recursos novos que vende outras regiões
mo de saúde por exemplo exige alguma
para dentro da cidade. Então por exemplo
especificidade?
um dos piores eventos, do ponto turístico
Quando falamos em Turismo de saúde é necessária uma capacitação para os comerciantes e prestadores de serviços fazerem um atendimento mais humanizado pois
na cidade de Oliveira, é a festa do peão que não atrai turistas, é um evento caro, onde a população gasta demais e praticamente não nada é aplicado na cidade de Oliveira.
são pessoas que estão no momento de fra-
Além de haver hoje uma ampla discussão
gilidade e precisam de um apoio. Quan-
em cima do bem-estar animal que são
do a gente faz turismo a gente faz turismo
explorados nos rodeios.
porque nós queremos viajar, mas o turismo de saúde é um pouco compulsório pois a pessoa não tem outra opção, ela tem que vir para Oliveira porque aqui tem a oferta do serviço. Então fazemos essa tentativa de mostrar para os comerciantes e para a associação comercial que é necessário um olhar diferente. Claro que todo cliente deve ser bem tratado pois o turismo vive de boas experiências
de
atendimento.
Portanto
deve-se ter um olhar um pouco mais humano não somente nos estabelecimentos
Sim, existe essa discussão e é uma questão polêmica o não apoio do poder público para este tipo de evento. É muito mais interessante que a cidade invista em outras atividades como o Congado e Festival da Primavera que são eventos mais culturais, com caráter de utilização de mão de obra local, de artistas locais e barraqueiros locais. Então você consegue trazer as pessoas para dentro da cidade para ver aquilo que é específico da cidade de Oliveira. O Cai n’água por
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Gleisson Gurgel de Vasconcelos
exemplo e a festa do Congado que é uma
somente em 2021 nós vamos receber refe-
das mais tradicionais do planeta.
rente ao planejamento que estamos fazen-
Na cidade de Oliveira tem acontecido fei-
do para esse ano de 2019.
ras e eventos relacionados a questão ao
Cidade de Oliveira possui alguma parceria
Comércio?
com o “Sistema S” para capacitação e qua-
A Associação Comercial de Oliveira (ACINOL)
lificação da mão de obra para o turismo?
realizou uma noite de vinhos que foi muito
Atualmente, para o turismo, não. O que
interessante em 2017. Realizamos o festival
temos é feito via circuito, que é uma instân-
Sabores com apoio dos bares e restaurantes
cia de governança regional, que está den-
da cidade, porém nós ficamos muito limi-
tro da política nacional de regionalização
tados. O poder público, por mais que ele
do turismo. É uma instituição com CNPJ
tente fomentar o turismo, ele depende do
de associação de municípios, no caso do
empresariado. O turismo tem duas verten-
Vale Verde Quedas d'água, são 15 municí-
tes principais: o turista e o empresário que
pios. Nós teremos um workshop no dia 8
é quem vai lucrar com isso. Então a função
de outubro, onde será lançado o planeja-
do poder público é criar políticas e diretrizes
mento estratégico realizado pelo SEBRAE
que sejam seguidas para facilitar o fomento
em que nós iremos dar orientações para os
ao turismo. Mas é necessária a participação
municípios para uma formatação de rotei-
dos empresários e da associação comercial
ros. O que que nós precisamos para o turis-
para fazer com que os turistas realmente
mo? Produtos, porque ele funciona através
venham para cidade. A ACINOL tem algu-
do comércio. Por mais que você tenha os
mas ações que têm sido desenvolvidas e a
melhores atrativos se você não transformar
prefeitura também está sempre aberta aju-
isso em produto para comercializar você
dar, desde que dentro da nossa capacidade
tem somente uma atividade de contempla-
institucional.
ção.
Então os principais recursos que são aplicados hoje no turismo na cidade de Oliveira São provenientes da iniciativa privada? Isso, mas com o advento do ICMS nós teremos um pouco mais recursos para trabalharmos questões relacionadas a conscientização e orientação. O cadastramento foi feito pela primeira vez, apesar de existir desde 2014. Faltavam algumas coisas como a criação do Fundo Municipal do Turismo, que já foi feita a abertura da conta. Então o ano de 2017 foi de estruturação e o ano de 2018 já tivemos ações que poderiam ser comprovadas. Porém sempre dentro do intervalo de 2 anos. Em 2020 nós estaremos recebendo referente ao ano de 2018. Então
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Anexo III – Levantamento Planialtimétrico Cadastral
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