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Jorge Palma, os 70 anos do 'bon vivant' do Rock português
Cantor e poeta nacional celebra esta quinta-feira 70 anos e as mensagens de aniversário por parte de amigos e colegas multiplicam-se nas redes sociais.
"Que se lixe a música clássica... O Mundo do sex, drugs & rock’n’roll é que era!". A frase é de Jorge Palma, numa entrevista ao jornal Sol em 2011, e uma das que define a vida cheia de loucuras e excessos de um 'bon vivant' que nunca escondeu o gosto pelo lado mais vertiginoso da vida. O icónico cantor, compositor, produtor e poeta português celebra esta quinta-feira 70 anos.
Nas redes sociais do artista português - que é também do Mundo - os elogios multiplicam-se, as mensagens de carinho são muitas.
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"It's never too late to have a happy childhood", escreveu Tom Robbins num dos seus livros. A frase inspirou uma das músicas de 'O Lado Errado da Noite' - um dos álbuns mais aclamados pela crítica. "Nunca é tarde para se ter uma infância feliz" é possivelmente um dos motes do artista que parece viver uma eterna infância, cheia de loucuras, sucessos mas também muitos excessos. O homem do 'Sexo, Drogas e Rock n' Roll' é ainda o autor de baladas que marcaram a vida de muitos jovens e adultos, solteiros e casados. Jorge, o apaixonado pelo estrangeiro e pelo desafio, casou com Rita Tomé em novembro de 2008 em Las Vegas, ao som de um dos seus maiores êxitos, a balada 'Encosta-te a Mim'.
Admite ter experimentado e vivido quase tudo o que havia para viver. Foi do álcool às drogas, até mesmo às mais pesadas, que acabaram por conduzi-lo a uma luta contra a Hepatite C. Mas foi esta forma de levar a vida que tornou Jorge Palma no ícone que hoje, aos 70 anos, é.
Numa descrição unânime e que se repete em cada vídeo partilhado esta quinta-feira no seu Instagram, Jorge Palma é considerado um dos nomes maiores da cultura portuguesa. "Dizem que tu és um cantor, mas para mim tu és sobretudo um poeta, um dos grandes poetas da minha geração", sublinha o realizador António-Pedro Vasconcelos.
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Cantou nas ruas de Paris e debaixo delas - nos túneis do metro, como lembra Vitorino na mensagem de aniversário - e admite ter sido aí que se sentiu livre. Era uma "altura de ouro, propícia a fazer-se dinheiro a tocar e a cantar", admitiu ao jornal Sol em 2011. Mas os caminhos de Jorge Palma com a música cruzaram-se muito antes disso. Com apenas seis anos começou a estudar piano. Aos 12 conquistou um prémio no Festival das Juventudes Musicais em Palma de Maiorca.
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A adolescência levou-o ao "lado errado da noite"... mas que se tornou tão certo - como comprovam todas estas décadas de carreira. Começou a interessar-se pelo Rock e agarrou-se à guitarra, os Stones e os Beatles passaram à frente dos clássicos de Gilbert Bécaud ou Charles Aznavour.
Saiu de Portugal ainda antes do 25 de Abril. Conheceu os EUA, Canadá e as Caraíbas no início dos anos 70. Desistiu do curso de Engenharia e fugiu ao serviço militar obrigatório que o teria levado a embarcar para o Ultramar. Andou por Londres e acabou na Dinamarca onde lhe foi concedido asilo político.
Regressou a Portugal após a Revolução dos Cravos. Sempre ligado à música, Jorge Palma trabalhou com Amália, José Jorge Letria, Paco Bandeira ou João Vaz Lopes.
A inspiração de Copenhaga - durante o asilo político que conseguiu na Dinamarca - ofereceu-lhe as letras e melodias que fizeram parte do seu primeiro LP 'Com uma Viagem na Palma da Mão' que lançou com a Valentim de Carvalho em 1975. Dois anos depois surge o segundo trabalho discográfico. Tendo depois partido para o Brasil à boleia de Paco Bandeira.
Mais tarde, soltou a sua inspiração nas ruas e no metro de Paris - e outras cidades europeias - onde fez ecoar os clássicos de Bob Dylan e Leonard Cohen, entre outros.
Regressava então a Portugal para lançar novos trabalhos e foi já em meados dos '80 que Jorge Palma ganhou um lugar ao lado dos incontornáveis da música nacional. 'O Lado Errado da Noite' foi considerado por muitos críticos como o mais certo da sua carreira. Daquele disco saíram alguns dos sucessos que hoje o popularizam, como por exemplo o single 'Deixa-me Rir'.
A partir daí surgiram os clássicos 'Bairro do Amor' em 1989 e 'Só' em 1991. A coletânea 'Dá-me Lume' editada pela Universal leva Jorge Palma às nuvens do sucesso com mais de 30 mil cópias vendidas.
'Norte' e 'Voo Nocturno' surgem em 2005 e 2007 respetivamente. E, um ano depois, 'Encosta-te a mim' - música de abertura do disco lançado em 2007 - ecoa numa igreja de Las Vegas enquanto Jorge Palma e Rita Tomé dão o nó. Os seus dois filhos, Vicente Palma e Francisco Palma, são fruto de uma relação anterior, com Graça Lami. Hoje, com 37 anos, Vicente Palma tem uma carreira musical e faz parte da equipa de Palma na estrada.
Jorge Palma, o eterno rocker bon vivant e poeta português que esta quinta-feira completa 70 anos, prometeu um disco de originais para este ano, será o primeiro desde 2011.