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Jorge Palma, os 70 anos do 'bon vivant' do Rock português

Cantor e poeta nacional celebra esta quinta-feira 70 anos e as mensagens de aniversário por parte de amigos e colegas multiplicam-se nas redes sociais.
Iúri Martins(iurimartins@cmjornal.pt) 4 de Junho de 2020 às 16:03
Jorge Palma
Jorge Palma
Jorge Palma
Jorge Palma não lança temas novos desde 2011, mas já tem várias canções prontas para ir para estúdio
Jorge Palma
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Jorge Palma
Jorge Palma não lança temas novos desde 2011, mas já tem várias canções prontas para ir para estúdio
Jorge Palma
Jorge Palma
Jorge Palma
Jorge Palma não lança temas novos desde 2011, mas já tem várias canções prontas para ir para estúdio
"Que se lixe a música clássica... O Mundo do sex, drugs & rock’n’roll é que era!". A frase é de Jorge Palma, numa entrevista ao jornal Sol em 2011, e uma das que define a vida cheia de loucuras e excessos de um 'bon vivant' que nunca escondeu o gosto pelo lado mais vertiginoso da vida. O icónico cantor, compositor, produtor e poeta português celebra esta quinta-feira 70 anos.

Nas redes sociais do artista português - que é também do Mundo - os elogios multiplicam-se, as mensagens de carinho são muitas.
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@paulogonzomusic #jorgepalma70voltasaosol

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Rui Reininho #jorgepalma70voltasaosol #ruireininho

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"It's never too late to have a happy childhood", escreveu Tom Robbins num dos seus livros. A frase inspirou uma das músicas de 'O Lado Errado da Noite' - um dos álbuns mais aclamados pela crítica. "Nunca é tarde para se ter uma infância feliz" é possivelmente um dos motes do artista que parece viver uma eterna infância, cheia de loucuras, sucessos mas também muitos excessos. O homem do 'Sexo, Drogas e Rock n' Roll' é ainda o autor de baladas que marcaram a vida de muitos jovens e adultos, solteiros e casados. Jorge, o apaixonado pelo estrangeiro e pelo desafio, casou com Rita Tomé em novembro de 2008 em Las Vegas, ao som de um dos seus maiores êxitos, a balada 'Encosta-te a Mim'. 

Admite ter experimentado e vivido quase tudo o que havia para viver. Foi do álcool às drogas, até mesmo às mais pesadas, que acabaram por conduzi-lo a uma luta contra a Hepatite C. Mas foi esta forma de levar a vida que tornou Jorge Palma no ícone que hoje, aos 70 anos, é.

Numa descrição unânime e que se repete em cada vídeo partilhado esta quinta-feira no seu Instagram, Jorge Palma é considerado um dos nomes maiores da cultura portuguesa. "Dizem que tu és um cantor, mas para mim tu és sobretudo um poeta, um dos grandes poetas da minha geração", sublinha o realizador António-Pedro Vasconcelos.
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Anto´nio-Pedro Vasconcelos #jorgepalma70voltasaosol #antoniopedrovasconcelos

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Cantou nas ruas de Paris e debaixo delas - nos túneis do metro, como lembra Vitorino na mensagem de aniversário - e admite ter sido aí que se sentiu livre. Era uma "altura de ouro, propícia a fazer-se dinheiro a tocar e a cantar", admitiu ao jornal Sol em 2011. Mas os caminhos de Jorge Palma com a música cruzaram-se muito antes disso. Com apenas seis anos começou a estudar piano. Aos 12 conquistou um prémio no Festival das Juventudes Musicais em Palma de Maiorca.
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Vitorino Salome´ #jorgepalma70voltasaosol #vitorino

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A adolescência levou-o ao "lado errado da noite"... mas que se tornou tão certo - como comprovam todas estas décadas de carreira. Começou a interessar-se pelo Rock e agarrou-se à guitarra, os Stones e os Beatles passaram à frente dos clássicos de Gilbert Bécaud ou Charles Aznavour.

Saiu de Portugal ainda antes do 25 de Abril. Conheceu os EUA, Canadá e as Caraíbas no início dos anos 70. Desistiu do curso de Engenharia e fugiu ao serviço militar obrigatório que o teria levado a embarcar para o Ultramar. Andou por Londres e acabou na Dinamarca onde lhe foi concedido asilo político. 

Regressou a Portugal após a Revolução dos Cravos. Sempre ligado à música, Jorge Palma trabalhou com Amália, José Jorge Letria, Paco Bandeira ou João Vaz Lopes.

A inspiração de Copenhaga - durante o asilo político que conseguiu na Dinamarca - ofereceu-lhe as letras e melodias que fizeram parte do seu primeiro LP 'Com uma Viagem na Palma da Mão' que lançou com a Valentim de Carvalho em 1975. Dois anos depois surge o segundo trabalho discográfico. Tendo depois partido para o Brasil à boleia de Paco Bandeira.

Mais tarde, soltou a sua inspiração nas ruas e no metro de Paris - e outras cidades europeias - onde fez ecoar os clássicos de Bob Dylan e Leonard Cohen, entre outros. 

Regressava então a Portugal para lançar novos trabalhos e foi já em meados dos '80 que Jorge Palma ganhou um lugar ao lado dos incontornáveis da música nacional. 'O Lado Errado da Noite' foi considerado por muitos críticos como o mais certo da sua carreira. Daquele disco saíram alguns dos sucessos que hoje o popularizam, como por exemplo o single 'Deixa-me Rir'. 


A partir daí surgiram os clássicos 'Bairro do Amor' em 1989 e 'Só' em 1991. A coletânea 'Dá-me Lume' editada pela Universal leva Jorge Palma às nuvens do sucesso com mais de 30 mil cópias vendidas.

'Norte' e 'Voo Nocturno' surgem em 2005 e 2007 respetivamente. E, um ano depois, 'Encosta-te a mim' - música de abertura do disco lançado em 2007 - ecoa numa igreja de Las Vegas enquanto Jorge Palma e Rita Tomé dão o nó. Os seus dois filhos, Vicente Palma e Francisco Palma, são fruto de uma relação anterior, com Graça Lami. Hoje, com 37 anos, Vicente Palma tem uma carreira musical e faz parte da equipa de Palma na estrada. 

Jorge Palma, o eterno rocker bon vivant e poeta português que esta quinta-feira completa 70 anos, prometeu um disco de originais para este ano, será o primeiro desde 2011.


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