13.04.2013 Views

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL - Pos.ajes.edu.br ...

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL - Pos.ajes.edu.br ...

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL - Pos.ajes.edu.br ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

CURSO: <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> <strong>CLÍNICA</strong> E <strong>EDUCACIONAL</strong><<strong>br</strong> />

INTRODUÇÃO A <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> | PROF. MS. Alberico Cony Cavalcanti<<strong>br</strong> />

Aluno (a) _____________________________________________


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

Visamos desenvolver com a presente apostila, a capacidade de sentir,<<strong>br</strong> />

de compreender, de argumentar, de imaginar, de gerar insights, so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />

sociedade no contexto mundial e, especialmente, no contexto <strong>br</strong>asileiro, dentro<<strong>br</strong> />

do desafio sem fim de construí-las sempre mais harmonizadas, equili<strong>br</strong>adas e<<strong>br</strong> />

igualitárias.<<strong>br</strong> />

É indispensável para o <strong>edu</strong>cador, sociólogo, psicólogo, médico ou para<<strong>br</strong> />

qualquer profissional e para o aluno, o exercício da reflexão, que nos leve,<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>etudo, a compreender 1 – além de entender a sociedade – como um todo,<<strong>br</strong> />

constituída pela “soma” dos indivíduos, dos lares, pela formação das instituições,<<strong>br</strong> />

pela constituição do Estado.<<strong>br</strong> />

Indispensável perceber a panorâmica dos problemas atuais que<<strong>br</strong> />

estamos vivendo: desemprego, violência e criminalidade, poluição, saúde,<<strong>br</strong> />

<strong>edu</strong>cação, desigualdade social, habitação, entre outros, onde o indivíduo é o<<strong>br</strong> />

epicentro.<<strong>br</strong> />

Perceber que embora a geração de empregos tenha aumentado nos<<strong>br</strong> />

últimos anos, graças ao crescimento da economia, ainda existe milhões de<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>asileiros desempregados.<<strong>br</strong> />

A violência está crescendo a cada dia, principalmente nas grandes<<strong>br</strong> />

cidades <strong>br</strong>asileiras. Os crimes estão cada vez mais presentes no cotidiano das<<strong>br</strong> />

pessoas.<<strong>br</strong> />

O problema ambiental tem afetado diretamente a saúde das pessoas<<strong>br</strong> />

em nosso país. Os rios estão sendo poluídos por lixo doméstico e industrial,<<strong>br</strong> />

trazendo doenças e afetando os ecossistemas. O ar, principalmente nas grandes<<strong>br</strong> />

cidades, está recendo toneladas de gases poluentes, derivados da queima de<<strong>br</strong> />

combustíveis fósseis. Nos dias de hoje, pessoas que possuem uma condição<<strong>br</strong> />

financeira melhor estão procurando os planos de saúde e o sistema privado, pois<<strong>br</strong> />

a saúde pública encontra-se em estado de crise aguda. Os dados so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />

desempenho dos alunos, principalmente da rede pública de ensino, são<<strong>br</strong> />

alarmantes. A <strong>edu</strong>cação pública encontra vários problemas e dificuldades:<<strong>br</strong> />

prédios mal conservados, falta de professores, poucos recursos didáticos, baixos<<strong>br</strong> />

salários, greves, violência dentro das escolas e, neste item, nos estenderemos<<strong>br</strong> />

um pouco mais nesta introdução para falar especificamente do bullying.<<strong>br</strong> />

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se<<strong>br</strong> />

refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e<<strong>br</strong> />

repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou<<strong>br</strong> />

mais indivíduos. Esta ação causa dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou<<strong>br</strong> />

1 Compreender, em sentido próprio, supõe algo mais do que o frio entendimento de uma<<strong>br</strong> />

mensagem objetiva: envolve, de algum modo, a captação de um alguém, um alguém vivo e<<strong>br</strong> />

concreto que expressou aquela mensagem. Nesses contextos, "compreender" não se deixa<<strong>br</strong> />

substituir por "entender", "conhecer" etc.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

2


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender,<<strong>br</strong> />

sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.<<strong>br</strong> />

O bullying se divide em duas categorias:<<strong>br</strong> />

a) Bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores<<strong>br</strong> />

masculinos e<<strong>br</strong> />

b) Bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre<<strong>br</strong> />

mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento<<strong>br</strong> />

social da vítima.<<strong>br</strong> />

Em geral, a vítima teme o agressor em razão das ameaças ou mesmo<<strong>br</strong> />

a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de<<strong>br</strong> />

subsistência.<<strong>br</strong> />

O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente<<strong>br</strong> />

qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola,<<strong>br</strong> />

faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e<<strong>br</strong> />

entre vizinhos. Há uma tendência das escolas não admitirem a ocorrência do<<strong>br</strong> />

bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a<<strong>br</strong> />

enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença<<strong>br</strong> />

ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no<<strong>br</strong> />

bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.<<strong>br</strong> />

As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos,<<strong>br</strong> />

convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as<<strong>br</strong> />

“próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma<<strong>br</strong> />

efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos,<<strong>br</strong> />

sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de<<strong>br</strong> />

medo e ansiedade.<<strong>br</strong> />

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar<<strong>br</strong> />

adultos com sentimentos negativos e baixa auto-estima. Tendem a adquirir<<strong>br</strong> />

sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento<<strong>br</strong> />

agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.<<strong>br</strong> />

O autor das agressões geralmente são pessoas que têm pouca<<strong>br</strong> />

empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento<<strong>br</strong> />

afetivo entre seus mem<strong>br</strong>os tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o<<strong>br</strong> />

alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa<<strong>br</strong> />

capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem<<strong>br</strong> />

forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.<<strong>br</strong> />

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas<<strong>br</strong> />

públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são<<strong>br</strong> />

comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades <strong>br</strong>asileiras com maior<<strong>br</strong> />

incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.<<strong>br</strong> />

Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à<<strong>br</strong> />

dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo<<strong>br</strong> />

ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável<<strong>br</strong> />

pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

3


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e<<strong>br</strong> />

são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de<<strong>br</strong> />

ensino/trabalho.<<strong>br</strong> />

O Brasil é um país de grande contraste social. A distribuição de renda<<strong>br</strong> />

é desigual, sendo que uma pequena parcela da sociedade é muito rica, enquanto<<strong>br</strong> />

grande parte da população vive na po<strong>br</strong>eza e miséria. Embora a distribuição de<<strong>br</strong> />

renda tenha melhorado nos últimos anos, em função dos programas sociais,<<strong>br</strong> />

ainda vivemos num país muito injusto.<<strong>br</strong> />

O déficit habitacional é grande. Existem milhões de famílias que não<<strong>br</strong> />

possuem condições habitacionais adequadas. Nas grandes e médias cidades é<<strong>br</strong> />

muito comum a presença de favelas e cortiços. Encontramos também pessoas<<strong>br</strong> />

morando nas ruas, embaixo de viadutos e pontes.<<strong>br</strong> />

O que fazer? Educar! Como?<<strong>br</strong> />

A construção da identidade pessoal e coletiva é um processo de<<strong>br</strong> />

construção de sujeitos enquanto pessoas, enquanto seres humanos. Tal processo<<strong>br</strong> />

é marcado pela contingência que imprime a abertura que lhe é característica,<<strong>br</strong> />

dentro do reconhecimento que emana das relações sociais. O indivíduo define-se<<strong>br</strong> />

a partir de como se reconhece no desempenho de papéis sociais e de como é<<strong>br</strong> />

reconhecido pelos outros no meio social. Neste sentido a principal referência de<<strong>br</strong> />

identidade é a família e, posteriormente o relacionamento consigo próprio. Esta<<strong>br</strong> />

constituição no jogo do reconhecimento forma-se, então, por dois pólos – o do<<strong>br</strong> />

auto-reconhecimento (como o sujeito se reconhece) e o do alter-reconhecimento<<strong>br</strong> />

(como é reconhecido pelos outros).<<strong>br</strong> />

Considerar a identidade inserida nesse jogo pressupõe uma concepção<<strong>br</strong> />

do sujeito humano como portador da capacidade de simbolizar, de representar,<<strong>br</strong> />

de criar e compartilhar significados em relação aos objetos com os quais convive.<<strong>br</strong> />

Contudo, penso que não poderemos tomar o processo da construção da<<strong>br</strong> />

identidade esquecendo, por exemplo, da globalização. O termo globalização<<strong>br</strong> />

aponta para duas imagens: a primeira pressupõe a extensão de uma<<strong>br</strong> />

determinada cultura até seu limite, o globo. As culturas heterogêneas tornam-se<<strong>br</strong> />

incorporadas e integradas a uma cultura dominante, que acaba por co<strong>br</strong>ir o<<strong>br</strong> />

mundo inteiro. Coisas que eram mantidas separadas são agora colocadas em<<strong>br</strong> />

contato e justaposição. As culturas se acumulam umas so<strong>br</strong>e as outras, se<<strong>br</strong> />

empilham, sem princípios óbvios de organização.<<strong>br</strong> />

Esta definição nos garante que todos nós já estamos incluídos de<<strong>br</strong> />

algum modo em todos os espaços, inclusive num sistema de comunicação. No<<strong>br</strong> />

entanto, observamos que a discussão so<strong>br</strong>e o tema é acirrada, principalmente no<<strong>br</strong> />

meio intelectual <strong>br</strong>asileiro: quais diferenças terão permissão para permanecer<<strong>br</strong> />

nessa incorporação de culturas? Qual é o problema a ser observado se a<<strong>br</strong> />

globalização mescla mundo, mistura valores? Por que nos inquietarmos diante<<strong>br</strong> />

desse fenômeno e por que a exclusão fica tão evidente?<<strong>br</strong> />

Se existe necessidade de falarmos so<strong>br</strong>e inclusão é porque estamos em<<strong>br</strong> />

dúvida so<strong>br</strong>e o conceito de pessoa humana. E se este conceito está sob<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

4


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

suspeita é porque as formas de conhecimento de que dispomos estão<<strong>br</strong> />

desequili<strong>br</strong>adas em relação ao nosso modo de ser e de agir no cotidiano.<<strong>br</strong> />

Diante desta realidade novas perguntas podem ser formuladas<<strong>br</strong> />

complementando as primeiras: o que está acontecendo com a pessoa<<strong>br</strong> />

humana e a consciência humana? Por que ela está confusa com relação<<strong>br</strong> />

às imagens da realidade? E que realidade é esta que nos invade,<<strong>br</strong> />

disfarçada, escondida em simbolismos dissimulados e manipuladores?<<strong>br</strong> />

Essas inquietações nos alcançam como profissionais da <strong>edu</strong>cação,<<strong>br</strong> />

da aprendizagem humana, além de outros profissionais. Nós que mantemos<<strong>br</strong> />

contato permanente com a pessoa humana deveremos “promover” a saúde<<strong>br</strong> />

mental, emocional, psicológica e, consequentemente, a saúde física. Ensinamos<<strong>br</strong> />

sem medo de aprender? Deveremos trabalhar a nossa visão dia a dia, a nossa<<strong>br</strong> />

consciência e a nossa identidade.<<strong>br</strong> />

Durante toda a vida, no processo de desenvolvimento normal, a<<strong>br</strong> />

identidade vai se constituindo; a criança representa formas sociais de acordo<<strong>br</strong> />

como elas são sintetizadas no seu mundo psíquico em desenvolvimento; o<<strong>br</strong> />

adolescente integra de forma desordenada estas imagens; o adulto as<<strong>br</strong> />

disponibiliza em sistemas coerentes de valores no mundo do trabalho e das<<strong>br</strong> />

relações afetivas; o idoso torna-se generativo, íntegro e sábio.<<strong>br</strong> />

Sabemos que a consciência humana está ligada a um processo de<<strong>br</strong> />

constante expansão responsável em grande parte pela construção da identidade.<<strong>br</strong> />

Ou seja, ao longo da vida o ser humano vai integrando aos poucos as imagens<<strong>br</strong> />

de si mesmo e vai diferenciando, num trabalho delicado, as representações de si<<strong>br</strong> />

e as representações das coisas que estão fora de si.<<strong>br</strong> />

Portanto, as influências da cultura, as regras, as proibições devem ser<<strong>br</strong> />

bem apresentadas ao sujeito em desenvolvimento para que ele possa<<strong>br</strong> />

representar significativamente este conjunto de informações e possa alicerçar e<<strong>br</strong> />

sustentar sua identidade como sujeito único e como sujeito social.<<strong>br</strong> />

A expansão da consciência humana mais do que em nenhum outro<<strong>br</strong> />

tempo é, sem duvida, um dos principais fenômenos responsáveis pela<<strong>br</strong> />

compreensão de nossa época. Através dela poderemos conseguir decifrar o<<strong>br</strong> />

conteúdo simbólico da realidade. Será que estamos cegos diante das novas<<strong>br</strong> />

éticas que nos forçam a nos sentir incluídos quando não estamos? Qual a<<strong>br</strong> />

inclusão que defendemos?<<strong>br</strong> />

A Educação prioriza os aspectos cognitivos do aluno em detrimento de<<strong>br</strong> />

outros fatores também importantes para o processo <strong>edu</strong>cativo. Não devemos<<strong>br</strong> />

pensar apenas na cabeça do aluno, pois o coração também é importante. A<<strong>br</strong> />

inteligência emocional, não obstante Daniel Goleman 2 trazer o excelente<<strong>br</strong> />

contributo na década de 90, está esquecida e a inteligência volitiva nem sequer é<<strong>br</strong> />

considerada. Nessa dimensão podemos citar que o termo Pedagogia do Afeto foi<<strong>br</strong> />

criado para designar relações interpessoais de afetividade em sala de aula e está<<strong>br</strong> />

fundamentada na Psicologia Transpessoal conhecida como a quarta força,<<strong>br</strong> />

2 GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

5


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

oriunda dos estudos de Maslow, Sutich, Fadiman e Grof, muito embora Jung<<strong>br</strong> />

tenha sido o pioneiro a considerar a dimensão espiritual do ser humano.<<strong>br</strong> />

Nessa linha é que se fundamenta esse modelo de ensino voltado para o<<strong>br</strong> />

ser, pela necessidade de se pensar nas mudanças que ocorrem na<<strong>br</strong> />

contemporaneidade no que tange à <strong>edu</strong>cação dos indivíduos.<<strong>br</strong> />

No século XXI a formação intelectual do aluno deve envolver também<<strong>br</strong> />

a sua formação emocional, ou então, corre-se o risco de enfatizar demais o<<strong>br</strong> />

cognitivo, formando indivíduos intelectualizados e desequili<strong>br</strong>ados<<strong>br</strong> />

emocionalmente. Os objetivos curriculares deverão contemplar equilí<strong>br</strong>io<<strong>br</strong> />

emocional e competência profissional de modo que sejam lançados no mercado<<strong>br</strong> />

de trabalho seres humanos desejosos de melhor qualidade de vida.<<strong>br</strong> />

Maturana, citado por Humberto Mariotti 3 , define bem quando afirma<<strong>br</strong> />

que ”vivemos uma cultura na qual desvaloriza as emoções, e não vemos o<<strong>br</strong> />

entrelaçamento cotidiano entre razão e emoção, que constitui o viver humano, e<<strong>br</strong> />

não nos damos conta de que todo sistema racional tem um fundamento<<strong>br</strong> />

emocional”.<<strong>br</strong> />

O ambiente de sala de aula, este espaço físico onde convivem seres<<strong>br</strong> />

humanos desempenhando os papéis de professor e de alunos tanto pode ser<<strong>br</strong> />

alegre, agradável, realizador e gratificante, quanto pode ser gerador de<<strong>br</strong> />

ansiedade, estresse, insegurança ou aversão. Podemos considerar também que<<strong>br</strong> />

esse conjunto de fatores bons ou ruins, em grande parte, é decorrente das<<strong>br</strong> />

relações pessoais que se estabelecem entre os próprios alunos, ou entre os<<strong>br</strong> />

alunos e seus professores.<<strong>br</strong> />

Como não se pode separar o pedagógico do humano, a qualidade de<<strong>br</strong> />

todo o processo de ensinar e de aprender, decorre do tipo de relações<<strong>br</strong> />

interpessoais que são mantidas em sala de aula. A Pedagogia do Afeto procura<<strong>br</strong> />

aplicar uma didática em sala de aula que possa permear de afetividade as<<strong>br</strong> />

relações docentes e discentes, de modo a melhorar a qualidade dos<<strong>br</strong> />

relacionamentos e a produtividade em sala de aula.<<strong>br</strong> />

Sabemos que o processo <strong>edu</strong>cativo envolve a demonstração de<<strong>br</strong> />

competências e habilidades e uma serie de exigências e de fatores extrínsecos ao<<strong>br</strong> />

ambiente de sala de aula, tanto no que se refere ao aluno quanto ao professor.<<strong>br</strong> />

Sabemos também que as variáveis que mais interferem na ausência de<<strong>br</strong> />

aprendizagem do aluno estão situadas na sala de aula permeando a atenção, a<<strong>br</strong> />

motivação e o interesse do aluno.<<strong>br</strong> />

Essas variáveis existem no aspecto físico (iluminação, ambientação,<<strong>br</strong> />

recursos didáticos e mobiliários) como também no aspecto humano (atitude do<<strong>br</strong> />

professor, metodologia utilizada, interação professor - aluno, interação aluno -<<strong>br</strong> />

aluno, nível de atenção, entre outros). Por isso, é de fundamental<<strong>br</strong> />

importância em se estabelecer relações de segurança, de cooperação, de<<strong>br</strong> />

amizade e de prazer em estar com os outros.<<strong>br</strong> />

3 MARIOTTI, Humberto. As Paixões do Ego. Complexidade, Política e Solidariedade. São Paulo:<<strong>br</strong> />

Palas Athenas, 2000.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

6


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Em geral em todo início de aula há a necessidade do professor<<strong>br</strong> />

direcionar a atenção dos alunos para a matéria daquele momento, para propor<<strong>br</strong> />

as atividades, porém nem sempre isso é possível quando se trabalha com<<strong>br</strong> />

crianças ou adolescentes que chegam com suas novidades e suas agitações tão<<strong>br</strong> />

próprias dessas fases de desenvolvimento.<<strong>br</strong> />

Para se conseguir a atenção de todos “A pedagogia do Afeto” se utiliza<<strong>br</strong> />

de técnicas de respiração ritmada acompanhada ou não de música suave. Adota<<strong>br</strong> />

também técnicas de relaxamento, de meditação, de automassagem, de interação<<strong>br</strong> />

afetiva, de visualização criativa, de trocas energéticas e de outras dinâmicas que<<strong>br</strong> />

possam favorecer relacionamentos interpessoais afetivos, cooperativos e<<strong>br</strong> />

otimizados.<<strong>br</strong> />

Para finalizar, a Pedagogia do Afeto pode complementar o trabalho<<strong>br</strong> />

da Psicopedagogia Preventiva, não só no seu objetivo de evitar<<strong>br</strong> />

dificuldades de aprendizagem, mas de otimizar relações humanas<<strong>br</strong> />

afetivas no ambiente escolar.<<strong>br</strong> />

Falamos so<strong>br</strong>e identidade pessoal; poderemos falar so<strong>br</strong>e a identidade<<strong>br</strong> />

profissional. Se falamos so<strong>br</strong>e a identidade pessoal considerando os aspectos<<strong>br</strong> />

ligados ao individual, a idéia da identidade profissional leva-nos a pensar mais<<strong>br</strong> />

em aspectos do social.<<strong>br</strong> />

Podemos associar, de certo modo, a construção da identidade pessoal<<strong>br</strong> />

ao processo de socialização primária e a construção da identidade social, ao<<strong>br</strong> />

processo de socialização secundária. A internalização de papéis caracteriza-se<<strong>br</strong> />

como um fenômeno de aprendizagem.<<strong>br</strong> />

A identidade pessoal diz respeito à própria construção pessoal do<<strong>br</strong> />

sujeito, objeto de estudo da Psicologia. A identidade social, por sua vez, objeto<<strong>br</strong> />

de estudo mais especificamente da Sociologia, refere-se a pessoas consideradas<<strong>br</strong> />

mem<strong>br</strong>os da mesma categoria, por características comuns, o que caracteriza o<<strong>br</strong> />

campo da identidade comum, independentemente de conviverem juntos. É nesse<<strong>br</strong> />

sentido, pois, que estamos tomando a identidade profissional como um tipo de<<strong>br</strong> />

identidade social.<<strong>br</strong> />

A concepção de identidade social, conforme explicitada acima, não<<strong>br</strong> />

pode, portanto, ser fundamentada no princípio de igualdade lógica, onde A = A.<<strong>br</strong> />

Ao invés dessa relação que não admite diferença, há uma relação de<<strong>br</strong> />

semelhança, pela qual os “pares” que compartilham algumas semelhanças não<<strong>br</strong> />

necessariamente precisam estar diante de iguais.<<strong>br</strong> />

Acima perguntamos o que fazer. Educar, respondemos. Logo depois<<strong>br</strong> />

perguntamos: como?<<strong>br</strong> />

Percebemos com essa introdução que necessitamos de compreensões<<strong>br</strong> />

trazidas por vários olhares: o filosófico, o sociológico, o psicológico, o pedagógico<<strong>br</strong> />

etc. Precisamos, então, de um trabalho interdisciplinar, onde os olhares<<strong>br</strong> />

contribuam para a formação do homem e da mulher integrais. Se a identidade<<strong>br</strong> />

pessoal é algo que vai sendo construída num processo de tomada de consciência<<strong>br</strong> />

gradativa das capacidades, possibilidades e probabilidades das relações<<strong>br</strong> />

intrapessoais, a identidade profissional é construída, não desconsiderando as<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

7


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

relações intra, pelas relações interpessoais, permitindo-nos construir um projeto<<strong>br</strong> />

maior, mais importante: o do grupo social ao qual pertencemos.<<strong>br</strong> />

Isto possibilitará a formação de sociedades mais igualitárias, no<<strong>br</strong> />

sentido democrático, orientadas pela idéia de que o bem comum deverá<<strong>br</strong> />

prevalecer so<strong>br</strong>e apropriações individuais ou minoritárias. Competência,<<strong>br</strong> />

envolvimento, sentimento, compromisso, marcam o itinerário de todos nós que<<strong>br</strong> />

trabalhamos por uma <strong>edu</strong>cação melhor e mais igualitária para todos, afirmandoa<<strong>br</strong> />

diariamente.<<strong>br</strong> />

O hábito do estudo sistematizado, o domínio da interpretação através<<strong>br</strong> />

do mundo da leitura que nos leve a leitura do mundo, para que vivamos<<strong>br</strong> />

contextualizado, devendo pautar-nos por diretrizes metodológicas que<<strong>br</strong> />

desenvolvam a contento, com eficiência e competência, a arte do pensar<<strong>br</strong> />

inteligente, da investigação, da criatividade, do imaginar, do relacionar, para<<strong>br</strong> />

sentirmo-nos concretamente integrado àquele projeto maior: o projeto do grupo<<strong>br</strong> />

social.<<strong>br</strong> />

Ao nos propormos construir uma apostila so<strong>br</strong>e INTRODUÇÃO A<<strong>br</strong> />

<strong>PSICOPEDAGOGIA</strong>, dispensamos nossa atenção ao ser humano – ao homem e<<strong>br</strong> />

à mulher – à sociedade, tomando um posicionamento baseado no potencial<<strong>br</strong> />

de realização do ser humano, para que todas as atitudes sociais sejam<<strong>br</strong> />

efetivas na concretização de ações voltadas para a organização de serviços e<<strong>br</strong> />

recursos <strong>edu</strong>cacionais, integrativos, que verdadeiramente promovam,<<strong>br</strong> />

transformem as crianças pequenas, as crianças, os jovens, os adultos e os da<<strong>br</strong> />

melhor idade, em cidadãos críticos, criativos, responsáveis, para que todos<<strong>br</strong> />

possamos, juntos, fluir uma vida social digna, saudável, feliz, portanto, cidadã e<<strong>br</strong> />

ecologicamente profunda.<<strong>br</strong> />

A Ecologia Profunda foi proposta pelo filósofo norueguês Arne Naess<<strong>br</strong> />

em 1973 como uma resposta a visão dominante so<strong>br</strong>e o uso dos recursos<<strong>br</strong> />

naturais. O quadro abaixo demonstra, pelo menos em parte, as propostas de<<strong>br</strong> />

Arne Naess e as suas diferenças frente à visão de mundo predominante:<<strong>br</strong> />

VISÃO DOMINANTE ECOLOGIA PROFUNDA<<strong>br</strong> />

DOMÍNIO DA NATUREZA HARMONIA COM A NATUREZA<<strong>br</strong> />

AMBIENTE NATURAL COMO RECURSO<<strong>br</strong> />

PARA OS SERES HUMANOS<<strong>br</strong> />

SERES HUMANOS SÃO SUPERIORES<<strong>br</strong> />

AOS DEMAIS SERES VIVOS<<strong>br</strong> />

CRESCIMENTO ECONÔMICO E<<strong>br</strong> />

MATERIAL COMO BASE PARA O<<strong>br</strong> />

CRESCIMENTO HUMANO<<strong>br</strong> />

CRENÇA EM AMPLAS<<strong>br</strong> />

RESERVAS DE RECURSOS<<strong>br</strong> />

PROGRESSO E SOLUÇÕES<<strong>br</strong> />

BASEADOS EM ALTA TECNOLOGIA<<strong>br</strong> />

TODA A NATUREZA TEM VALOR<<strong>br</strong> />

INTÍNSECO<<strong>br</strong> />

IGUALDADE ENTRE AS DIFERENTES<<strong>br</strong> />

ESPÉCIES<<strong>br</strong> />

OBJETIVOS MATERIAIS A SERVIÇO DE<<strong>br</strong> />

OBJETIVOS MAIORES DE AUTO-<<strong>br</strong> />

REALIZAÇÃO<<strong>br</strong> />

PLANETA TEM RECURSOS LIMITADOS<<strong>br</strong> />

TECNOLOGIA APROPRIADA E<<strong>br</strong> />

CIÊNCIA NÃO DOMINANTE<<strong>br</strong> />

CONSUMISMO FAZENDO COM O NECESSÁRIO E<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

8


COMUNIDADE NACIONAL CENTRALIZADA<<strong>br</strong> />

Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

RECICLANDO<<strong>br</strong> />

BIORREGIÕES E<<strong>br</strong> />

RECONHECIMENTO DE<<strong>br</strong> />

TRADIÇÕES DAS MINORIAS<<strong>br</strong> />

Não devemos esquecer, neste momento, de citar Edgar Morin com o<<strong>br</strong> />

seu livro: Os sete saberes necessários à Educação do Futuro 4 , que visa uma<<strong>br</strong> />

<strong>edu</strong>cação construtiva da totalidade, para o ser humano integral e não apenas a<<strong>br</strong> />

um de seus componentes. Os Saberes são: As cegueiras do conhecimento: o<<strong>br</strong> />

erro e a ilusão; Os princípios do conhecimento pertinente; Ensinar a condição<<strong>br</strong> />

humana; Ensinar a identidade terrena; Enfrentar as incertezas; Ensinar a<<strong>br</strong> />

compreensão; e A ética do gênero humano – sete eixos, e ao mesmo tempo,<<strong>br</strong> />

caminhos para uma construção <strong>edu</strong>cativa interdisciplinar, cidadã, ecologicamente<<strong>br</strong> />

profunda. Voltaremos ao assunto logo depois.<<strong>br</strong> />

Educar? Lem<strong>br</strong>a da pergunta? Depois perguntamos: como?<<strong>br</strong> />

Eis a questão: etimologicamente falando <strong>edu</strong>car significa Educare =<<strong>br</strong> />

amamentar, ou seja, fornecer o alimento para construção da autonomia, da<<strong>br</strong> />

ética, da liberdade com responsabilidade, ou seja, da cidadania. Ex-ducere =<<strong>br</strong> />

extrair de dentro, para, compreendendo o outro, a partir da compreensão que<<strong>br</strong> />

tenhamos de nós mesmo, realizar-se humanamente aplicando o instruere =<<strong>br</strong> />

construir para dentro, humanizando sempre com mais qualidade o humano.<<strong>br</strong> />

4 MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 8ª ed. São Paulo:<<strong>br</strong> />

Editora Cortez, 2003.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

9


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Capítulo 1. HÁBITOS SAUDÁVEIS: QUALIDADE DE VIDA,<<strong>br</strong> />

QUALIDADE DE APRENDIZAGEM.<<strong>br</strong> />

A existência humana é caracterizada por hábitos. Todo indivíduo que<<strong>br</strong> />

não os tem socialmente considerados bons, tem-nos maus.<<strong>br</strong> />

O ato gera o hábito e este constitui uma diferente natureza que se<<strong>br</strong> />

incorpora à conduta.<<strong>br</strong> />

O hábito é responsável pelo caráter do ser humano, tomando-o digno<<strong>br</strong> />

ou vulgar, conforme a contextura emocional de que se reveste, porquanto os<<strong>br</strong> />

valores que exornam a personalidade definem- lhe a forma de ser.<<strong>br</strong> />

A vida oferece recursos preciosos que nem sempre são valorizados<<strong>br</strong> />

conforme deveriam, em face da imperfeição humana, resultado dos hábitos<<strong>br</strong> />

nefastos adquiridos nos períodos anteriores do seu desenvolvimento moral.<<strong>br</strong> />

Arraigados no comportamento, procedentes dos instintos dominadores,<<strong>br</strong> />

tornam-se terríveis manifestações que retêm nos processos atrasados da<<strong>br</strong> />

evolução.<<strong>br</strong> />

Através dos hábitos são expressas as emoções e aspirações,<<strong>br</strong> />

geralmente aquelas que se mantêm como atavismos perturbadores, exigindo que<<strong>br</strong> />

a razão e o desco<strong>br</strong>imento das excelentes faculdades da alegria e do bem-viver<<strong>br</strong> />

reformulem-nos, dando início a novos atos que se hão de converter em<<strong>br</strong> />

automatismos felizes.<<strong>br</strong> />

Como decorrência disso, os hábitos de não valorizar o que se tem em<<strong>br</strong> />

detrimento do que não se possui, e que, certamente não faz falta de imediato,<<strong>br</strong> />

surgem as queixas e reclamações, o vocabulário chulo e descortês, as atitudes<<strong>br</strong> />

vulgares e descomprometidas.<<strong>br</strong> />

Seria de muito bom alvitre que se fizesse uma lista de tudo quanto se<<strong>br</strong> />

tem e é valioso, seja a respeito de pessoas, de coisas e de sentimentos.<<strong>br</strong> />

A relação se apresentaria muito expressiva, confirmando que a vida<<strong>br</strong> />

não são as ambições que se perseguem, mas deve converter-se em um hino de<<strong>br</strong> />

gratidão pelo de que se pode desfrutar e sequer tem sido valorizado.<<strong>br</strong> />

Em uma análise sucinta, que seja, em torno da organização fisiológica,<<strong>br</strong> />

das bênçãos dos sentidos, do funcionamento dos órgãos, da saúde, da lucidez<<strong>br</strong> />

mental e do equilí<strong>br</strong>io emocional, seria fácil constatar que tudo são concessões<<strong>br</strong> />

de Deus para a felicidade de todos.<<strong>br</strong> />

Se assim for feito, logo surge o sentimento de gratidão, que deve<<strong>br</strong> />

exornar a existência humana em todos os momentos.<<strong>br</strong> />

Nada obstante, as pessoas queixam-se de qualquer limite, dos<<strong>br</strong> />

pequenos impedimentos, das ocorrências naturais do processo existencial,<<strong>br</strong> />

reclamando sempre.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

10


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Existem as exceções, aquelas que dizem respeito às existências<<strong>br</strong> />

destituídas dos formosos patrimônios referidos, mesmo assim, desenhando a<<strong>br</strong> />

futura felicidade após esse trânsito mais difícil.<<strong>br</strong> />

Quantos corações afetuosos em torno da existência, a partir dos pais,<<strong>br</strong> />

mestres, amigos e conhecidos que se fizeram companheiros de jornada,<<strong>br</strong> />

constituindo uma verdadeira dádiva da vida!<<strong>br</strong> />

O essencial para a caminhada evolutiva todos possuem, em forma de<<strong>br</strong> />

coisas que se fazem importantes para o desempenho das tarefas. E quando<<strong>br</strong> />

escasseiam, razões existem para que assim ocorra, tornando-se lição de grande<<strong>br</strong> />

sabedoria em torno do necessário e do supérfluo que existem no mundo.<<strong>br</strong> />

Há sempre reclamações e queixas insensatas pelo que é secundário e<<strong>br</strong> />

desnecessário que se supõe faltar, quando se está abarrotado do indispensável<<strong>br</strong> />

com excedentes numerosos.<<strong>br</strong> />

Outros valores, como a fé, a esperança, a alegria, a honestidade, a<<strong>br</strong> />

confiança, os sentimentos que enriquecem a vida, aguardam ser reconhecidos, a<<strong>br</strong> />

fim de multiplicar-se.<<strong>br</strong> />

O hábito de expressar-se de maneira não convencional, usando<<strong>br</strong> />

vocabulário vulgar e agressivo, torna a pessoa inescrupulosa e doentia, porque<<strong>br</strong> />

investe com a sua formação defeituosa contra os demais, que nem sempre estão<<strong>br</strong> />

dispostos a esse tipo de conduta, afastando-se inevitavelmente da sua<<strong>br</strong> />

convivência.<<strong>br</strong> />

Da mesma forma que assim age, poderá criar novos hábitos de<<strong>br</strong> />

conversação saudável e prazenteira, gerando simpatia e sintonizando com as<<strong>br</strong> />

forças do bem, do bom e do belo, que permeiam todo o Cosmo.<<strong>br</strong> />

Igualmente comporta-se aquele que adota as expressões chocantes, o<<strong>br</strong> />

comportamento servil, descuidado, ameaçador.<<strong>br</strong> />

Desprezando-se e permitindo que nele se instalem os hábitos<<strong>br</strong> />

morbosos, eis que a sua conduta faz-se insensata, licenciosa, por falta do<<strong>br</strong> />

equilí<strong>br</strong>io que decorre do discernimento em torno dos deveres éticos para<<strong>br</strong> />

consigo mesmo e para com os outros.<<strong>br</strong> />

Os hábitos devem estruturar-se em comportamentos éticos, que vêm<<strong>br</strong> />

sendo desrespeitados, em face do afã de conseguir-se o triunfo, o sucesso de<<strong>br</strong> />

qualquer maneira, importando apenas alcançar-se o topo da aspiração, sem<<strong>br</strong> />

qualquer respeito pelos meios empregados.<<strong>br</strong> />

O sucesso, no entanto, está muito longe de ser essa situação invejosa<<strong>br</strong> />

que se coloca na condição de alcançar-se o destaque, o comando, a posição<<strong>br</strong> />

relevante.<<strong>br</strong> />

Pode-se atingir esse objetivo pelos meios escusos, o que é,<<strong>br</strong> />

relativamente freqüente, produzindo, porém, no íntimo, vazios existenciais e<<strong>br</strong> />

conflitos perturbadores que conduzem à usança de álcool e de outras drogas<<strong>br</strong> />

químicas, quando não às licenças morais perversas, que desestruturam,<<strong>br</strong> />

infelicitando.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

11


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

O sucesso real é aquele que se baseia nos padrões da consciência livre<<strong>br</strong> />

de conflitos, harmonizada com os ideais que são perseguidos.<<strong>br</strong> />

São eles que formam o caráter, ensejando os sentimentos adequados<<strong>br</strong> />

para a existência harmônica, rica de compensações emocionais e espirituais.<<strong>br</strong> />

Assim procedendo-se, surge a real liberdade do ser, aquela que não<<strong>br</strong> />

pode ser cerceada por imposições políticas, religiosas, sociais, porque de<<strong>br</strong> />

natureza interior. Ninguém consegue impedir outrem de ser o que pensa,<<strong>br</strong> />

especialmente quando vinculado a objetivos dignificadores.<<strong>br</strong> />

Durante as perseguições de todo tipo, que sempre existiram na<<strong>br</strong> />

sociedade, os verdugos dos povos e dos indivíduos submeteram-nos ao seu<<strong>br</strong> />

talante, na face externa, naquela que diz respeito ao exterior, sem jamais<<strong>br</strong> />

conseguirem alteração profunda no sentido íntimo de cada um. Em razão disso,<<strong>br</strong> />

foram sempre de efêmera duração as suas governanças arbitrárias, porque a<<strong>br</strong> />

liberdade, o amor, a razão de ser e de pensar, que constituem as conquistas do<<strong>br</strong> />

processo evolutivo, são imbatíveis, indestrutíveis. Podem ficar envoltas na<<strong>br</strong> />

escuridão imposta, nunca, porém, sem possibilidade de expandir a luz que nelas<<strong>br</strong> />

existe. Passado o período som<strong>br</strong>io de dominação, e ei-las fulgurantes,<<strong>br</strong> />

conduzindo os indivíduos e as massas.<<strong>br</strong> />

O hábito, portanto, de pensar e de agir corretamente, torna-se<<strong>br</strong> />

indispensável para uma existência digna.<<strong>br</strong> />

Decorrente dele, a ação da gratidão assume postura compatível com<<strong>br</strong> />

as conquistas logradas, ensejando novos horizontes a serem alcançados.<<strong>br</strong> />

<strong>Pos</strong>sivelmente, por essa razão, quando Jesus ensinou aos Seus<<strong>br</strong> />

discípulos a Oração dominical, colocou em primeiro lugar a exaltação ao Pai que<<strong>br</strong> />

está nos Céus, santificando-Lhe o nome...<<strong>br</strong> />

A gratidão deve presidir todos os hábitos do ser humano, compondo<<strong>br</strong> />

um caráter ilibado pelos atos praticados, especialmente ante as diretrizes do<<strong>br</strong> />

Evangelho.<<strong>br</strong> />

A aprendizagem universitária, principalmente a da pós-graduação,<<strong>br</strong> />

pode ser resumida num único objetivo: aprender a pensar inteligentemente.<<strong>br</strong> />

Quando falamos da Psicopedagogia esta dimensão assume uma a<strong>br</strong>angência<<strong>br</strong> />

maior, pois, sem desconsiderar outros profissionais e especialistas, cabe, de<<strong>br</strong> />

forma específica ao psicopedagogo, intervir, orientar a direção para os “caminhos<<strong>br</strong> />

facilitadores” da aprendizagem integral, bem como orientar na resolução para<<strong>br</strong> />

que se supere os obstáculos do estudo e da aprendizagem.<<strong>br</strong> />

A grande dificuldade de se ensinar alguma coisa para alguém é saber<<strong>br</strong> />

se esse alguém quer aprender. Se quiser, tudo se torna mais fácil.<<strong>br</strong> />

Há pessoas, porém, que não querem e não gostam, mas precisam<<strong>br</strong> />

aprender. O grande desafio é ensinar também a essas pessoas. Você, talvez,<<strong>br</strong> />

seja a pessoa que não gosta de ler, não gosta de escrever, nem de falar em<<strong>br</strong> />

público, mas precisa aprender a escrever um bom texto ou falar para uma<<strong>br</strong> />

platéia seleta, para garantir o mínimo necessário ao desempenho profissional.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

12


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Se você quer aprender o mínimo, isso é possível. Escrever uma<<strong>br</strong> />

composição é como fazer uma construção. Você precisa de alicerce, de cimento,<<strong>br</strong> />

de tijolos e de cobertura. Você pode não contar com recursos ilimitados para<<strong>br</strong> />

garantir um bom acabamento, mas é possível se fazer uma boa construção,<<strong>br</strong> />

apresentável, com tijolos à vista e pouco material de acabamento. Tudo depende<<strong>br</strong> />

da habilidade do construtor.<<strong>br</strong> />

Quando você escreve um texto, o processo é o mesmo. Os<<strong>br</strong> />

substantivos são os tijolos da construção. Os verbos são argamassa que os une.<<strong>br</strong> />

Os complementos são o acabamento e a cobertura. O conhecimento do<<strong>br</strong> />

vocabulário e da gramática são os alicerces.<<strong>br</strong> />

Quando você trabalha com a relação ensino-aprendizagem o processo<<strong>br</strong> />

também é o mesmo. A paciência é o tijolo para construção. A indulgência é a<<strong>br</strong> />

argamassa que os une. A humildade participa no acabamento e na cobertura. O<<strong>br</strong> />

conhecimento interdisciplinar e a cultura formam o alicerce.<<strong>br</strong> />

Podemos criar uma fórmula – um chá – com três ingredientes:<<strong>br</strong> />

C – conhecimento, necessário para alicerçar seu trabalho.<<strong>br</strong> />

H – habilidade, que você desenvolve praticando.<<strong>br</strong> />

A – atitude, sem o que você nada fará.<<strong>br</strong> />

O conhecimento você adquire com seu esforço pessoal, habilidade você<<strong>br</strong> />

desenvolve, mas se não tiver a atitude de se empenhar e usar seus recursos isso<<strong>br</strong> />

de nada lhe adiantará. Você pode aprender nos livros e com os professores. Mas<<strong>br</strong> />

somente vai conseguir fazer um bom trabalho, quando quiser realmente fazêlo.<<strong>br</strong> />

Como falamos acima a pós-graduação, tem uma dimensão bastante<<strong>br</strong> />

ampla, porém, pode ser resumida num único objetivo: aprender a pensar<<strong>br</strong> />

inteligentemente. Daí, a tarefa do professor ser essencial. Sem uma atitude<<strong>br</strong> />

interdisciplinar, uma visão de totalidade, que estabeleça uma perspectiva<<strong>br</strong> />

metodológica a<strong>br</strong>angente, o professor pode tornar-se um dos determinantes do<<strong>br</strong> />

fracasso escolar, um dos maiores problemas hoje, sem dúvida, da <strong>edu</strong>cação<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>asileira.<<strong>br</strong> />

Para o psicopedagogo, nessa introdução, há necessidade de muita<<strong>br</strong> />

reflexão. Então, vejamos abaixo:<<strong>br</strong> />

Quantos quadrados você poderá formar com o desenho abaixo?<<strong>br</strong> />

ANOTE A LÁPIS: ___________________<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

13


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

O CASO DOS MACACOS QUE NUNCA QUESTIONAVAM<<strong>br</strong> />

Damásio de Jesus (com adaptações)<<strong>br</strong> />

Contam que um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula.<<strong>br</strong> />

No meio, uma escada e so<strong>br</strong>e ela um cacho de bananas. Quando um macaco<<strong>br</strong> />

subia na escada para pegar as bananas, os cientistas jogavam um jato de água<<strong>br</strong> />

fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia<<strong>br</strong> />

subir a escada, os outros o pegavam e o enchiam de pancadas. Com mais algum<<strong>br</strong> />

tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.<<strong>br</strong> />

Então, os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A<<strong>br</strong> />

primeira coisa que ele fez foi subir a escada, sendo retirado pelos outros, que o<<strong>br</strong> />

surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais<<strong>br</strong> />

a escada.<<strong>br</strong> />

Um segundo macaco foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o<<strong>br</strong> />

primeiro substituto participado com entusiasmo da surra do novato.<<strong>br</strong> />

Um terceiro foi trocado, um quarto, até que o último dos veteranos foi<<strong>br</strong> />

substituído. Os cientistas então ficaram com um grupo de cinco macacos que,<<strong>br</strong> />

mesmo nunca tendo tomado o jato d’água, continuavam batendo naquele que<<strong>br</strong> />

tentasse pegar as bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles por que<<strong>br</strong> />

eles batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:<<strong>br</strong> />

“Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui”. Passou a ser lei<<strong>br</strong> />

entre eles a proibição de subir a escada para apanhar as bananas, e a pena era<<strong>br</strong> />

severa. Mas nenhum deles conhecia e nem questionava a razão da proibição.<<strong>br</strong> />

– Aprendi muitos princípios na faculdade e nos livros e nunca os<<strong>br</strong> />

questionei. Escrevi livros so<strong>br</strong>e eles, aceitando passivamente a proibição ou<<strong>br</strong> />

permissão sem indagar o fundamento, ou, conhecendo-o, sem procurar saber se<<strong>br</strong> />

estava certo ou errado.<<strong>br</strong> />

Durante muito tempo, como na experiência dos símios, fui um<<strong>br</strong> />

“macaco novo”, levando surras sem saber a razão e contrariando a natureza das<<strong>br</strong> />

coisas pela comodidade de não controverter. Mas comecei a questionar. Daí por<<strong>br</strong> />

que passei a adotar a subjetividade como integrando o conhecimento científico,<<strong>br</strong> />

os sentimentos superiores, como o amor, a compaixão, a humildade, a paciência,<<strong>br</strong> />

como fatores imprescindíveis na teoria/prática pedagógica no contexto<<strong>br</strong> />

<strong>edu</strong>cacional, a escola como sendo o melhor lugar para ensinar a aprender...<<strong>br</strong> />

Hoje, posso apanhar, mas quero saber porque estou apanhando.<<strong>br</strong> />

"É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO". ALBERT<<strong>br</strong> />

EINSTEIN<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

14


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

15


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

2. A EDUCAÇÃO E OS CONCEITOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM<<strong>br</strong> />

Comecemos nossa discussão dos conceitos de ensino e aprendizagem<<strong>br</strong> />

fazendo a seguinte pergunta: pode haver ensino sem que haja<<strong>br</strong> />

aprendizagem?<<strong>br</strong> />

Suponhamos uma situação em que um professor universitário<<strong>br</strong> />

apresente, em detalhes, os aspectos mais difíceis e complicados da teoria da<<strong>br</strong> />

relatividade de Einstein a grupo de crianças de sete anos. Suponhamos que o<<strong>br</strong> />

professor em questão seja profundo conhecedor do assunto e faça uma <strong>br</strong>ilhante<<strong>br</strong> />

exposição, utilizando meios audiovisuais ou quaisquer outros recursos que a<<strong>br</strong> />

didática moderna possa recomendar. Apesar de tudo isso, as crianças nada<<strong>br</strong> />

aprendem daquilo que ele apresentou. Podemos dizer que, embora as crianças<<strong>br</strong> />

nada tenham aprendido acerca da teoria da relatividade de Einstein, o professor<<strong>br</strong> />

esteve ensinando durante sua apresentação? A resposta afirmativa, neste caso<<strong>br</strong> />

claramente extremo e exagerado, parece pouco plausível. Mas suponhamos –<<strong>br</strong> />

uma suposição, agora, não tão absurda – que a audiência desse professor fosse<<strong>br</strong> />

composta, não de crianças de sete anos, mas de universitários no último ano do<<strong>br</strong> />

curso de física, e que o resultado fosse o mesmo: os alunos nada aprenderam<<strong>br</strong> />

acerca da teoria da relatividade de Einstein através da exposição. Podemos dizer<<strong>br</strong> />

que, embora o professor tivesse estado a ensinar a teoria da relatividade, os<<strong>br</strong> />

alunos não a aprenderam? A resposta afirmativa, aqui, parece bem mais<<strong>br</strong> />

plausível. Mas qual é, realmente, a diferença entre a primeira e a segunda<<strong>br</strong> />

situação? Vamos colocar esta questão, por enquanto, entre parênteses, para<<strong>br</strong> />

analisar algumas respostas que têm sido dadas à pergunta com que iniciamos<<strong>br</strong> />

este parágrafo: pode haver ensino sem que haja aprendizagem?<<strong>br</strong> />

Muitas pessoas dão uma resposta negativa a esta pergunta, afirmando<<strong>br</strong> />

que não há ensino sem aprendizagem. Este é um dos slogans que<<strong>br</strong> />

freqüentemente aparecem na literatura <strong>edu</strong>cacional. Correndo o risco de<<strong>br</strong> />

caracterizar algumas posições altamente complexas de uma maneira um pouco<<strong>br</strong> />

simplista, poderíamos dizer que, em relação às duas situações que imaginamos<<strong>br</strong> />

no parágrafo anterior, os que afirmam que não há ensino sem aprendizagem<<strong>br</strong> />

podem se dividir em dois grupos: de um lado estariam os que afirmam que<<strong>br</strong> />

naquelas situações não houve ensino, visto não ter havido aprendizagem. Do<<strong>br</strong> />

outro lado, porém, estariam aqueles que, quando confrontados com situações<<strong>br</strong> />

desse tipo, levantam a seguinte questão: Será que não houve mesmo<<strong>br</strong> />

aprendizagem? Ainda supondo que os alunos, tanto em um como no outro caso,<<strong>br</strong> />

nada tenham aprendido acerca da teoria da relatividade de Einstein,<<strong>br</strong> />

argumentam, será que eles não aprenderam alguma coisa através da exposição<<strong>br</strong> />

do professor? Eles poderão ter aprendido, por exemplo, no caso das crianças de<<strong>br</strong> />

sete anos, que, embora o professor estivesse falando o tempo todo, ninguém<<strong>br</strong> />

estava entendendo nada, que as aulas com a professora regular são muito mais<<strong>br</strong> />

divertidas, que o retro-projetor utilizado pelo professor é um "negócio bacana",<<strong>br</strong> />

etc.. No caso dos universitários, eles poderão ter aprendido que o professor<<strong>br</strong> />

devia desconhecer o nível da classe para dar uma aula dessas, que o curso que<<strong>br</strong> />

eles fizeram não deve ter sido muito bom, se não os capacitou a entender uma<<strong>br</strong> />

apresentação so<strong>br</strong>e a teoria da relatividade de Einstein, etc. Em poucas palavras:<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

16


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

os alunos, em um como no outro caso, devem ter aprendido alguma coisa, e,<<strong>br</strong> />

conseqüentemente, houve ensino nas situações imaginadas – este o argumento.<<strong>br</strong> />

A dificuldade com essa sugestão é óbvia: embora possa ter havido<<strong>br</strong> />

aprendizagem nas situações imaginadas, o que os alunos aprenderam não foi<<strong>br</strong> />

aquilo que o professor lhes estava expondo! Poderiam, talvez, ter aprendido as<<strong>br</strong> />

mesmas coisas, se a exposição houvesse sido so<strong>br</strong>e a química de Lavoisier, ou<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e as peças de Sheakespeare, ou so<strong>br</strong>e a filosofia de Kant. Isto, por si só, já<<strong>br</strong> />

indica que algo não está muito certo e que há necessidade de que algumas<<strong>br</strong> />

coisas sejam esclarecidas e colocadas em seus devidos lugares. Vamos, de uma<<strong>br</strong> />

maneira muito simples e elementar, tentar esclarecer alguns desses problemas.<<strong>br</strong> />

Se prestarmos atenção a algo muito simples, como a regência do<<strong>br</strong> />

verbo ensinar, poderemos começar a esclarecer a situação. Quem ensina, ensina<<strong>br</strong> />

alguma coisa a alguém. A situação de ensino é uma situação que envolve três<<strong>br</strong> />

componentes básicos: alguém que ensina (digamos, o professor), alguém que é<<strong>br</strong> />

ensinado (digamos, o aluno), e algo que o primeiro ensina ao segundo (digamos,<<strong>br</strong> />

o conteúdo). Não faz sentido dizer que fulano esteve ensinando sicrano a tarde<<strong>br</strong> />

toda sem mencionar (ou sugerir) o que estava sendo ensinado (se frações<<strong>br</strong> />

ordinárias, andar de bicicleta, amarrar os sapatos, atitude de tolerância, etc.).<<strong>br</strong> />

Também não faz sentido dizer que beltrano esteve ensinando História do Brasil<<strong>br</strong> />

nas duas últimas horas, sem mencionar (ou indicar) a quem ele estava<<strong>br</strong> />

ensinando História do Brasil (se a seus filhos, se aos alunos da quarta série,<<strong>br</strong> />

etc.).<<strong>br</strong> />

Nos dois casos que imaginamos, o professor universitário estava<<strong>br</strong> />

expondo a um grupo de alunos um certo conteúdo, a saber, a teoria de<<strong>br</strong> />

relatividade de Einstein. Este conteúdo os alunos, por hipótese, não aprenderam.<<strong>br</strong> />

Que eles tenham aprendido outras coisas, as quais ele, claramente, por hipótese,<<strong>br</strong> />

não estava interessado em transmitir-lhes, parece irrelevante à questão: pode<<strong>br</strong> />

haver ensino sem que haja aprendizagem? Por isso, vamos deixar de lado o<<strong>br</strong> />

"segundo grupo" dos que afirmam que não há ensino sem aprendizagem e<<strong>br</strong> />

discutir a posição do "primeiro grupo", ou seja, daqueles que afirmam que, visto<<strong>br</strong> />

não ter havido aprendizagem (da teoria da relatividade, naturalmente) nos casos<<strong>br</strong> />

em questão, não houve ensino.<<strong>br</strong> />

Será que esta afirmação é verdadeira? Cremos que não. É importante<<strong>br</strong> />

notar que a afirmação cuja veracidade aqui vai ser colocada em dúvida é uma<<strong>br</strong> />

afirmação composta, que diz (pelo menos) duas coisas: em primeiro lugar,<<strong>br</strong> />

afirma que não houve ensino; em segundo lugar, afirma que não houve ensino<<strong>br</strong> />

porque não houve aprendizagem. Afirmar simplesmente "não houve ensino" é<<strong>br</strong> />

constatar algo; afirmar, porém, "não houve ensino porque não houve<<strong>br</strong> />

aprendizagem" é, além de constatar algo, oferecer uma explicação: é indicar a<<strong>br</strong> />

razão (ou a causa) em virtude da qual não houve ensino. A afirmação cuja<<strong>br</strong> />

veracidade vamos questionar é a composta, que inclui a explicação da<<strong>br</strong> />

constatação. Isto pode parecer meio complicado, mas no fundo é simples, como,<<strong>br</strong> />

esperamos, se vai ver.<<strong>br</strong> />

Se for verdade que não há ensino sem aprendizagem, então não existe<<strong>br</strong> />

uma distinção entre ensino bem sucedido e ensino mal sucedido. Todo ensino é,<<strong>br</strong> />

por definição, bem sucedido, isto é, resulta, necessariamente, em aprendizagem.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

17


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Dizer, portanto, que fulano ensinou raiz quadrada a sicrano e sicrano aprendeu<<strong>br</strong> />

raiz quadrada é ser r<strong>edu</strong>ndante, é incorrer em pleonasmo, é dizer a mesma coisa<<strong>br</strong> />

duas vezes. Dizer, por outro lado, que fulano ensinou raiz quadrada a sicrano e<<strong>br</strong> />

sicrano não aprendeu raiz quadrada é incorrer em autocontradição, é afirmar e<<strong>br</strong> />

negar a mesma coisa, ao mesmo tempo, porque se fulano ensinou, então sicrano<<strong>br</strong> />

(necessariamente) aprendeu, e se sicrano não aprendeu, então fulano<<strong>br</strong> />

(necessariamente) não ensinou. Ora, tudo isso nos parece absurdo. Parece-nos<<strong>br</strong> />

perfeitamente possível afirmar que, embora fulano tivesse ensinado raiz<<strong>br</strong> />

quadrada a sicrano durante a tarde toda sicrano não aprendeu raiz quadrada. Em<<strong>br</strong> />

outras palavras, a distinção entre ensino bem sucedido (que resulta em<<strong>br</strong> />

aprendizagem) e ensino mal sucedido (que não resulta em aprendizagem)<<strong>br</strong> />

parece inteiramente legitima. Ora, se esta distinção é legítima, então não é<<strong>br</strong> />

verdade que não há ensino sem aprendizagem (ou que todo ensino resulta em<<strong>br</strong> />

aprendizagem).<<strong>br</strong> />

Mas parece haver um certo vínculo conceitual entre ensino e<<strong>br</strong> />

aprendizagem. Dificilmente diríamos que uma pessoa está ensinando algo a<<strong>br</strong> />

alguém se esta pessoa não tem a menor intenção de que este alguém aprenda o<<strong>br</strong> />

que está sendo ensinado. Talvez o que o slogan esteja querendo dizer é que se<<strong>br</strong> />

não houver, por parte de quem apresenta um certo conteúdo, a intenção de que<<strong>br</strong> />

alguém aprenda aquilo que ele está expondo, então não há ensino. Esta<<strong>br</strong> />

afirmação parece ser aceitável. Ela apresenta uma dificuldade, porém: a noção<<strong>br</strong> />

de intenção. Como é que se determina que uma pessoa tem, ou não tem, a<<strong>br</strong> />

intenção de que alguém aprenda o que ela está expondo? Esta é uma dificuldade<<strong>br</strong> />

séria, porque esta questão é virtualmente equivalente à seguinte pergunta:<<strong>br</strong> />

Como é que se determina que uma pessoa está, ou não está, ensinando?<<strong>br</strong> />

A QUESTÃO DA INTENÇÃO<<strong>br</strong> />

Imaginemos que alguém esteja levando aos lábios um copo contendo<<strong>br</strong> />

um líquido vermelho. O que é que esta pessoa está fazendo? A esta pergunta<<strong>br</strong> />

pode-se responder, obviamente, com uma descrição dos movimentos físicos da<<strong>br</strong> />

pessoa em questão: ela está levando aos lábios um copo que contém um líquido<<strong>br</strong> />

vermelho. Mas esta resposta é pouco informativa. Para se oferecer uma resposta<<strong>br</strong> />

que seja mais informativa, porém, é necessário que se faça menção da intenção<<strong>br</strong> />

(ou do propósito) que a pessoa tem a levar aos lábios o copo com o líquido. A<<strong>br</strong> />

pessoa pode estar meramente saciando a sua sede com um bom vinho. Ou pode<<strong>br</strong> />

estar se embebedando. Ou pode estar se suicidando com um líquido venenoso.<<strong>br</strong> />

Ou pode estar comungando. Ou, ainda, pode estar fazendo um número de coisas<<strong>br</strong> />

que não vem ao caso enumerar. Sua intenção ao tomar o líquido é que vai<<strong>br</strong> />

determinar o que esta pessoa esta realmente fazendo. É bom ressaltar que a<<strong>br</strong> />

questão da intenção é sumamente importante. Se se desco<strong>br</strong>e que a pessoa em<<strong>br</strong> />

pauta tinha meramente a intenção de saciar sua sede, mas que alguém (sem ela<<strong>br</strong> />

saber) despejou veneno no líquido, causando sua morte, nós não diríamos que<<strong>br</strong> />

ela se suicidou, e sim que foi assassinada. Se sua intenção era saciar a sede,<<strong>br</strong> />

mas, por puro engano, bebeu um líquido venenoso ao invés do vinho que<<strong>br</strong> />

pensava estar bebendo, nós não diríamos que houve suicídio, e sim um<<strong>br</strong> />

lamentável acidente, que veio a ser fatal, se, naturalmente, em conseqüência<<strong>br</strong> />

disso, a pessoa veio a falecer. Estas distinções são importantes, principalmente<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

18


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

em contextos jurídicos. Em nosso caso, porém, elas não parecem nos ajudar<<strong>br</strong> />

muito na determinação da intenção da pessoa que levou aos lábios o copo com o<<strong>br</strong> />

líquido vermelho. De que maneira poderíamos determinar sua intenção?<<strong>br</strong> />

Deve ser dito claramente que não há maneiras seguras e infalíveis de<<strong>br</strong> />

determinar a intenção de alguém. Intenções não são coisas direta e<<strong>br</strong> />

imediatamente observáveis, como o são movimentos físicos – pelo menos no<<strong>br</strong> />

caso de outras pessoas. (A situação parece bastante diferente quando se trata de<<strong>br</strong> />

nossas próprias intenções: a elas temos acesso direto e imediato, se bem que<<strong>br</strong> />

não através da observação.) Contudo, uma intenção pode, muitas vezes, ser<<strong>br</strong> />

indiretamente determinada através do contexto em que certos movimentos<<strong>br</strong> />

físicos são realizados, com ajuda do nosso conhecimento (mesmo que<<strong>br</strong> />

elementar) acerca do desenvolvimento e comportamento das pessoas. Se, no<<strong>br</strong> />

nosso caso, a pessoa estava levando o copo aos lábios dentro de uma igreja, na<<strong>br</strong> />

presença de um sacerdote, etc., é bastante plausível que sua intenção era<<strong>br</strong> />

comungar – pelo que sabemos do comportamento "normal" das pessoas,<<strong>br</strong> />

dificilmente ela estaria tentando se embebedar ou cometer suicídio ali. Se a<<strong>br</strong> />

pessoa, porém, estava levando o copo aos lábios em um clube noturno, onde<<strong>br</strong> />

esteve a dançar, tem o semblante alegre e descontraído, é bem possível que sua<<strong>br</strong> />

intenção fosse meramente saciar a sede – dificilmente estaria comungando ali,<<strong>br</strong> />

por exemplo. E assim por diante. Quando estamos na posição de observadores,<<strong>br</strong> />

procurando desco<strong>br</strong>ir a intenção de alguém, precisamos analisar o contexto e,<<strong>br</strong> />

com base em nosso conhecimento acerca do comportamento "normal" das<<strong>br</strong> />

pessoas, aventar uma hipótese, que terá maior ou menor probabilidade de ser<<strong>br</strong> />

correta, dependendo das circunstâncias. Em alguns casos pode ser impossível<<strong>br</strong> />

determinar a intenção de alguém. Em outros pode ser até razoavelmente fácil (o<<strong>br</strong> />

que não exclui a possibilidade de erro). No nosso caso, não há dados que<<strong>br</strong> />

permitam determinar qual das hipóteses é mais provável, ou mesmo se alguma<<strong>br</strong> />

delas tem certa possibilidade, pois só oferecemos a descrição de um movimento<<strong>br</strong> />

físico: o de levar aos lábios um copo com líquido vermelho – não descrevemos o<<strong>br</strong> />

contexto. Mas em grande parte dos casos há uma indicação do contexto, da<<strong>br</strong> />

situação, que nos permite inferir qual a intenção do agente ao realizar certos<<strong>br</strong> />

movimentos.<<strong>br</strong> />

Voltemos agora à afirmação que fizemos acima de que se não houver,<<strong>br</strong> />

por parte de quem apresenta um certo conteúdo, a intenção de que alguém<<strong>br</strong> />

aprenda aquilo que está se expondo, então não há ensino. O problema que esta<<strong>br</strong> />

afirmação enfrenta, dissemos, está relacionado com a dificuldade em determinar<<strong>br</strong> />

a intenção de alguém, a partir dos movimentos físicos que realiza. Esta<<strong>br</strong> />

dificuldade, contudo, não é intransponível, como acabamos de ver, e é<<strong>br</strong> />

compartilhada por todas as situações em que atribuímos intenções a outras<<strong>br</strong> />

pessoas, algo que fazemos em grande freqüência. Constantemente atribuímos<<strong>br</strong> />

intenções aos outros e, embora muitas vezes erremos ao fazê-lo, com<<strong>br</strong> />

surpreendente freqüência acertamos.<<strong>br</strong> />

Estamos agora em condições de responder à pergunta que formulamos<<strong>br</strong> />

no primeiro parágrafo desta segunda parte: Qual é realmente a diferença entre a<<strong>br</strong> />

primeira e a segunda situação que imaginamos naquele parágrafo? Por que é que<<strong>br</strong> />

no primeiro caso parece plausível dizer que o professor não estava ensinando, e<<strong>br</strong> />

que no segundo parece bem mais plausível dizer que o professor estava<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

19


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

ensinando, embora em ambos os casos os alunos nada hajam aprendido? No<<strong>br</strong> />

primeiro caso, os fatos da situação – o contexto – mais nosso conhecimento de<<strong>br</strong> />

que crianças "normais" de sete anos têm condições de aprender nos indicam que<<strong>br</strong> />

o professor dificilmente poderia ter a intenção de que as crianças aprendessem<<strong>br</strong> />

os aspectos mais complicados da teoria da relatividade de Einstein. Por bizarro<<strong>br</strong> />

que possa parecer, é bem mais plausível imaginar que o professor estivesse<<strong>br</strong> />

ensaiando uma aula ou conferência, e que a presença das crianças fosse<<strong>br</strong> />

puramente acidental ou ornamental. No segundo caso, porém, a situação é<<strong>br</strong> />

alterada. A audiência é composta de alunos no último ano do Curso de Física.<<strong>br</strong> />

Baseados nesse fato, e em nosso conhecimento (ou na suposição razoável) de<<strong>br</strong> />

que alunos no último ano do Curso de Física têm, em geral, condições de<<strong>br</strong> />

entender a teoria da relatividade de Einstein, torna-se bem mais plausível<<strong>br</strong> />

atribuir ao professor a intenção de que os alunos aprendessem o que ele estava<<strong>br</strong> />

expondo, ou seja, a intenção de ensinar. Em um caso, portanto, é plausível<<strong>br</strong> />

afirmar que o professor não estava ensinando, e no outro é plausível afirmar que<<strong>br</strong> />

estava. Em nenhum dos dois casos, porém, houve aprendizagem. A<<strong>br</strong> />

plausibilidade das afirmações acima não se deve, portanto, ao fato de os alunos<<strong>br</strong> />

não haverem ou haverem aprendido o que lhes era exposto. Deve-se, isto sim,<<strong>br</strong> />

ao fato de que em um caso não faz sentido atribuir ao professor a intenção de<<strong>br</strong> />

que seus alunos viessem a aprender o que expunha, e no outro faz.<<strong>br</strong> />

Foi por isso que ressaltamos acima que não iríamos discutir a<<strong>br</strong> />

afirmação simples de que não houve ensino naquelas situações e sim a<<strong>br</strong> />

afirmação composta de que não houve ensino porque não houve aprendizagem.<<strong>br</strong> />

Embora as situações sejam, exceto pela audiência, idênticas, estamos propensos<<strong>br</strong> />

a acreditar que no primeiro não houve ensino e que no segundo pode ter havido.<<strong>br</strong> />

Mas não estamos propensos a acreditar que este seja o caso porque na primeira<<strong>br</strong> />

situação não tenha havido e na segunda tenha havido aprendizagem, pois, por<<strong>br</strong> />

hipótese, não houve aprendizagem em nenhuma delas. Baseamo-nos no fato de<<strong>br</strong> />

que no primeiro não é plausível atribuir ao professor a intenção de causar (ou<<strong>br</strong> />

produzir, ou ocasionar, ou ensejar) a aprendizagem dos alunos, enquanto no<<strong>br</strong> />

segundo é.<<strong>br</strong> />

O CONCEITO DE ENSINO<<strong>br</strong> />

Em relação ao conceito de ensino, podemos resumir as nossas<<strong>br</strong> />

conclusões e sugerir algumas de suas implicações:<<strong>br</strong> />

Primeira: O conceito de ensino faz referência a uma situação ou<<strong>br</strong> />

atividade triádica, isto é, de três componentes, quais sejam, aquele que ensina,<<strong>br</strong> />

aquele a quem se ensina, e aquilo que se ensina. Esta conclusão sugere que não<<strong>br</strong> />

é muito apropriado dizer que alguém ensinou a si próprio alguma coisa, sendo,<<strong>br</strong> />

portanto, um autodidata (o termo "didata" provém do verbo grego didaskein,<<strong>br</strong> />

que quer dizer, exatamente, "ensinar"). Quando dizemos que uma pessoa esta<<strong>br</strong> />

ensinando algo a uma outra pessoa, pressupomos que a primeira saiba (ou<<strong>br</strong> />

domine) o que está ensinando e que a segunda não saiba (ou domine) o que<<strong>br</strong> />

está sendo ensinado. Se há, porém, apenas uma pessoa em jogo, mais um certo<<strong>br</strong> />

conteúdo, ou esta pessoa já sabe (ou domina) este conteúdo, em cujo caso não<<strong>br</strong> />

precisa ensiná-lo a si própria, ou esta pessoa não sabe (ou domina) o conteúdo<<strong>br</strong> />

em questão, em cujo caso não tem condições de ensiná-lo a si própria. Designar<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

20


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

certas pessoas como autodidatas parece, portanto, bastante descabido. Isso não<<strong>br</strong> />

quer dizer, porém, que alguém não possa aprender por si próprio um certo<<strong>br</strong> />

conteúdo, sem que alguma outra pessoa necessariamente lho ensine. Neste<<strong>br</strong> />

caso, porém, a pessoa que vem aprender um dado conteúdo por si própria não é<<strong>br</strong> />

um autodidata, mas sim um auto-aprendiz.<<strong>br</strong> />

Segunda: Para que uma atividade se caracterize como uma atividade<<strong>br</strong> />

de ensino não é necessário que aquele a quem se ensina aprenda o que está<<strong>br</strong> />

sendo ensinado; basta que o que ensina tenha a intenção de que aquele a quem<<strong>br</strong> />

ele ensina aprenda o que está sendo ensinado. Esta segunda conclusão é rica em<<strong>br</strong> />

implicações. Em primeiro lugar, ela implica a existência de ensino sem<<strong>br</strong> />

aprendizagem (o que poderíamos chamar de ensino mal sucedido). Em segundo<<strong>br</strong> />

lugar, ela sugere que coisas realmente não ensinam, porque não podem ter a<<strong>br</strong> />

intenção de produzir a aprendizagem. Isto, por sua vez, significa que não é<<strong>br</strong> />

muito correto dizer: "A natureza me ensinou", ou "a vida me ensinou", etc.<<strong>br</strong> />

Significa, também, que é só com muito cuidado que podemos falar em ensino<<strong>br</strong> />

através de máquinas (máquinas de ensinar, computadores, por exemplo), ou<<strong>br</strong> />

mesmo através de livros. Um computador (ou um livro) só ensina na medida em<<strong>br</strong> />

que a pessoa que o programou (ou escreveu) teve a intenção de que alguém<<strong>br</strong> />

aprendesse através dele.<<strong>br</strong> />

Terceira: A intenção de produzir a aprendizagem, isto é, a intenção de<<strong>br</strong> />

ensinar, só pode ser constatada mediante análise do contexto em que certas<<strong>br</strong> />

atividades são desenvolvidas. Se esta análise tornar razoável a atribuição da<<strong>br</strong> />

intenção em pauta, podemos concluir que pode estar havendo ensino; caso<<strong>br</strong> />

contrário, seremos forçados a admitir que não esteja. Esse exame do contexto é,<<strong>br</strong> />

portanto, extremamente importante. A presente conclusão, quando vista à luz<<strong>br</strong> />

das precedentes, tem pelo menos três implicações bastante significativas. Em<<strong>br</strong> />

primeiro lugar, desde que ensinar é sempre ensinar alguma coisa, algum<<strong>br</strong> />

conteúdo, a alguém, quem quer que seja que pretenda estar ensinando tem a<<strong>br</strong> />

o<strong>br</strong>igação de indicar, de maneira clara e inequívoca, exatamente o que é que ele<<strong>br</strong> />

tenciona que seus alunos aprendam. Se o conteúdo a ser aprendido não é<<strong>br</strong> />

claramente indicado, a pessoa que o expõe pode estar fazendo uma variedade de<<strong>br</strong> />

coisas (um discurso, uma pregação, etc.), mas dificilmente estará ensinando,<<strong>br</strong> />

pois se torna bastante problemático atribuir-lhe a intenção de que os alunos<<strong>br</strong> />

aprendam algo que não é especificado. Em segundo lugar, é necessário que as<<strong>br</strong> />

atividades desenvolvidas por quem pretende estar ensinando estejam<<strong>br</strong> />

relacionadas, de alguma maneira, com o conteúdo a ser aprendido. Isto significa<<strong>br</strong> />

que, embora as atividades que possam ser consideradas atividades de ensino,<<strong>br</strong> />

em geral, sejam virtualmente ilimitadas, as atividades que podem ser<<strong>br</strong> />

considerada de ensino de um conteúdo específico são limitadas pela natureza do<<strong>br</strong> />

conteúdo em questão. Se as atividades desenvolvidas não têm relação com esse<<strong>br</strong> />

conteúdo, torna-se difícil atribuir ao suposto ensinante a intenção de que seus<<strong>br</strong> />

alunos aprendam o conteúdo que lhes está sendo proposto. Em terceiro lugar,<<strong>br</strong> />

desde que ensinar é sempre ensinar alguma coisa a alguém, é necessário que<<strong>br</strong> />

quem pretende estar ensinando conheça e leve em consideração a condição de<<strong>br</strong> />

seus alunos (sua idade, seu desenvolvimento, seu nível intelectual, etc.) para<<strong>br</strong> />

não apresentar-lhes conteúdos para os quais não estão preparados e que não<<strong>br</strong> />

têm condições de aprender e para não desenvolver atividades inadequadas à<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

21


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

condição desses alunos. Torna-se bastante problemático atribuir a alguém a<<strong>br</strong> />

intenção de que seus alunos aprendam um certo conteúdo se esse conteúdo, por<<strong>br</strong> />

exemplo, está acima da capacidade desses, ou se as atividades escolhidas como<<strong>br</strong> />

meios para alcançar esse objetivo não podem ser desenvolvidas ou<<strong>br</strong> />

acompanhadas pelos alunos.<<strong>br</strong> />

Com essas conclusões chegamos, porém, ao segundo tópico a ser<<strong>br</strong> />

discutido nesta parte do trabalho. Até agora discutimos a possibilidade de haver<<strong>br</strong> />

ensino sem aprendizagem. Discutamos agora a questão inversa: pode haver<<strong>br</strong> />

aprendizagem sem ensino?<<strong>br</strong> />

PODE HAVER APRENDIZAGEM SEM QUE HAJA ENSINO?<<strong>br</strong> />

A resposta a essa pergunta parece ser bem mais fácil do que a<<strong>br</strong> />

resposta à questão anterior. Parece óbvio que pode haver aprendizagem sem<<strong>br</strong> />

ensino. Atrás já aludimos ao fato de que é possível que, durante uma aula ou<<strong>br</strong> />

exposição, alguém aprenda coisas que o professor não está querendo lhe ensinar<<strong>br</strong> />

(isto é, coisas que o professor não tem a intenção de que ele venha a aprender),<<strong>br</strong> />

como, por exemplo, que o assunto da exposição é terrivelmente maçante. Este<<strong>br</strong> />

seria um exemplo de aprendizagem sem ensino. Acabamos de sugerir que o<<strong>br</strong> />

chamado autodidata é, na realidade, um auto-aprendiz, alguém que aprende um<<strong>br</strong> />

certo conteúdo sozinho, e não alguém que o ensina a si mesmo. Sugerimos,<<strong>br</strong> />

também, que não é muito correto dizer que a natureza e a vida ensinam. Nestes<<strong>br</strong> />

casos, também, parece ser muito mais correto dizer que certas pessoas<<strong>br</strong> />

aprendem determinadas coisas por si próprias. Estes seriam exemplos de<<strong>br</strong> />

aprendizagem sem ensino. Parece claro, portanto, que pode haver aprendizagem<<strong>br</strong> />

sem ensino.<<strong>br</strong> />

Mas consideremos a posição de alguém que argumente da seguinte<<strong>br</strong> />

maneira. Concordo não ser muito correto dizer que a natureza e a vida ensinem<<strong>br</strong> />

coisas às pessoas; é muito mais correto dizer que as pessoas aprendem sozinhas<<strong>br</strong> />

– se bem que através de seu contacto com a natureza ou através de sua<<strong>br</strong> />

experiência da vida. Mas – continua o argumento – esta situação não é diferente<<strong>br</strong> />

da do aluno na sala de aula: o aluno, na sala de aula, também aprende, na<<strong>br</strong> />

realidade, sozinho – se bem que, muitas vezes, através de seu contacto com o<<strong>br</strong> />

professor. A sua aprendizagem, prossegue o argumentante, não é o produto, ou<<strong>br</strong> />

o resultado, ou a conseqüência do ensino do professor: há muitos fatores que<<strong>br</strong> />

incidem so<strong>br</strong>e ela, como, por exemplo, a motivação do aluno, suas condições de<<strong>br</strong> />

saúde e alimentação, o clima sócio-emocional na sala de aula, as condições do<<strong>br</strong> />

meio ambiente (a temperatura da sala, etc.), e assim por diante. Um dos fatores<<strong>br</strong> />

mais importantes a incidir so<strong>br</strong>e a aprendizagem é a experiência anterior do<<strong>br</strong> />

aluno com conteúdos semelhantes aos que agora se pretende que ele aprenda, a<<strong>br</strong> />

bagagem de experiência e conhecimento que ele traz consigo. É somente na<<strong>br</strong> />

medida em que estes fatores incidem de maneira favorável so<strong>br</strong>e o aluno que ele<<strong>br</strong> />

vem a aprender, continua o argumentante, e conclui: A aprendizagem do aluno é<<strong>br</strong> />

sempre uma auto-aprendizagem: se ele está doente, ou sub-nutrido, ou não tem<<strong>br</strong> />

motivação, ele não aprende, por melhor que seja o professor. Ao professor cabe,<<strong>br</strong> />

portanto, simplesmente facilitar a aprendizagem, remover os obstáculos a ela,<<strong>br</strong> />

criar-lhe condições propícias. A aprendizagem, porém, é sempre um ato do aluno<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

22


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

e nunca a conseqüência de um ato do professor, a saber, do ato de ensinar. Toda<<strong>br</strong> />

aprendizagem, portanto, diz o slogan, é auto-aprendizagem. Aqui termina o<<strong>br</strong> />

argumento.<<strong>br</strong> />

Várias observações podem ser feitas aos que assim argumentam. Em<<strong>br</strong> />

primeiro lugar, os que assumem essa posição respondem afirmativamente à<<strong>br</strong> />

pergunta: Pode haver aprendizagem sem que haja ensino? É verdade que vão<<strong>br</strong> />

mais longe, afirmando que a aprendizagem, em hipótese alguma, pode ser<<strong>br</strong> />

entendida como uma conseqüência do ensino. Em segundo lugar, precisa ser dito<<strong>br</strong> />

que grande parte das afirmações feitas pelos que defendem essa posição é<<strong>br</strong> />

perfeitamente aceitável – por exemplo, o que se diz acerca dos vários fatores<<strong>br</strong> />

que incidem so<strong>br</strong>e a aprendizagem. É este fato que faz com que a posição em<<strong>br</strong> />

pauta pareça ter uma certa plausibilidade inicial. O que precisa ser esclarecido –<<strong>br</strong> />

e esta é uma terceira observação – é o papel do ensino, e, conseqüentemente,<<strong>br</strong> />

do professor, no processo de aprendizagem.<<strong>br</strong> />

Estamos entrando, aqui, porém, em uma área perigosa para o filósofo,<<strong>br</strong> />

pois esta última questão parece levantar um problema de natureza empírica<<strong>br</strong> />

acerca do qual somente um psicólogo poderia nos dar informações. Um filósofo<<strong>br</strong> />

que se preocupa essencialmente com questões conceituais faria bem, poderia<<strong>br</strong> />

parecer, em não se intrometer nesta área. Para esclarecer nosso objetivo,<<strong>br</strong> />

portanto, é necessário que indiquemos claramente em que sentido um filósofo<<strong>br</strong> />

pode contribuir para a solução desse problema. Vimos atrás que o conceito de<<strong>br</strong> />

ensino inclui uma referência ao conceito de aprendizagem (mais precisamente,<<strong>br</strong> />

faz referência à intenção de produzir a aprendizagem). O que queremos<<strong>br</strong> />

examinar aqui é se o conceito de aprendizagem exclui a possibilidade de que a<<strong>br</strong> />

aprendizagem seja vista como o produto, o resultado, ou a conseqüência do<<strong>br</strong> />

ensino, pelo menos em alguns casos. Já admitimos a possibilidade de que a<<strong>br</strong> />

aprendizagem ocorra sem ensino. Queremos, agora, examinar a suposta<<strong>br</strong> />

impossibilidade de que ela aconteça em decorrência do ensino, como efeito ou<<strong>br</strong> />

conseqüência deste. Se esta impossibilidade for real, isto é, se o conceito de<<strong>br</strong> />

aprendizagem logicamente exclui a possibilidade de que a aprendizagem seja<<strong>br</strong> />

vista como (em alguns casos) uma decorrência do ensino, então o ensino, como<<strong>br</strong> />

uma atividade que é desenvolvida com a intenção de que dela resulta a<<strong>br</strong> />

aprendizagem, é um empreendimento fútil. Não caberá mais ao professor<<strong>br</strong> />

ensinar – restar-lhe-á apenas a tarefa de detectar obstáculos e empecilhos à<<strong>br</strong> />

aprendizagem (como falta de motivação, desnutrição, etc.) e de procurar<<strong>br</strong> />

encontrar maneiras de remover esses obstáculos e empecilhos, tornando-se,<<strong>br</strong> />

portanto, caso venha a ser bem sucedido, um facilitador da aprendizagem. Digase<<strong>br</strong> />

de passagem que essa tarefa não é pequena, nem fácil, e muito menos<<strong>br</strong> />

indigna. Todo professor sensível se dedica a ela. Acontece, porém, que muitos<<strong>br</strong> />

professores acreditam que, além da tarefa de detectar obstáculos e empecilhos à<<strong>br</strong> />

aprendizagem e de procurar encontrar maneiras de removê-los, cabe-lhes a<<strong>br</strong> />

tarefa de ensinar, ou seja, de desenvolver certos tipos de atividade que deverão<<strong>br</strong> />

resultar na aprendizagem, por parte dos alunos, de certos conteúdos. Ora, essa<<strong>br</strong> />

tarefa só é realizável se a impossibilidade a que nos referimos não for real.<<strong>br</strong> />

Para elucidar essas questões que, embora conceituais, têm muitas<<strong>br</strong> />

implicações práticas, é necessário levar em conta o que psicólogos afirmam<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

23


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

acerca da natureza da aprendizagem. Mas nossa investigação não é equivalente<<strong>br</strong> />

a uma investigação psicológica, de natureza empírica.<<strong>br</strong> />

Há um certo sentido em que é verdade que toda aprendizagem á autoaprendizagem,<<strong>br</strong> />

que é o seguinte: ninguém pode aprender por mim. Se eu quero<<strong>br</strong> />

vir a saber (ou dominar) um certo conteúdo, sou eu e ninguém mais que tenho<<strong>br</strong> />

que aprender esse conteúdo. Alguém pode me explicar em detalhe o conteúdo a<<strong>br</strong> />

ser aprendido, pode discuti-lo comigo, esclarecer minhas dúvidas, estabelecer<<strong>br</strong> />

paralelos entre esse conteúdo e outros que já conheço (ou domino), etc., mas a<<strong>br</strong> />

aprendizagem, em última instância, é minha. Sou eu que tenho que assimilar,<<strong>br</strong> />

compreender, dominar o que deve ser aprendido. Se for só isso que se quer dizer<<strong>br</strong> />

quando se afirma que toda aprendizagem é auto-aprendizagem, então o slogan é<<strong>br</strong> />

perfeitamente aceitável.<<strong>br</strong> />

Mas muita gente quer dizer mais com o slogan. Quer dizer que o<<strong>br</strong> />

professor não deve interferir no processo de aprendizagem do aluno (a não ser<<strong>br</strong> />

para remover obstáculos a essa aprendizagem) e que este deve desco<strong>br</strong>ir por si<<strong>br</strong> />

só aquilo que deve aprender. O melhor que o professor pode fazer, em uma linha<<strong>br</strong> />

de ação positiva, talvez seja criar condições propícias para que o aluno descu<strong>br</strong>a,<<strong>br</strong> />

ele próprio, o conteúdo a ser aprendido. Interpretado dessa maneira, o slogan já<<strong>br</strong> />

não nos parece tão aceitável. Em primeiro lugar, essa aprendizagem por<<strong>br</strong> />

descoberta parece inteiramente apropriada em contextos nos quais a pessoa está<<strong>br</strong> />

aprendendo sozinha, sem o auxílio do professor, ou em contextos nos quais<<strong>br</strong> />

aquilo que deve ser aprendido ainda não foi descoberto por ninguém, sendo,<<strong>br</strong> />

portanto, desconhecido. Em segundo lugar, não nos parece que jamais tenha<<strong>br</strong> />

sido provado que, no que diz respeito a conteúdos já conhecidos, já descobertos<<strong>br</strong> />

por alguém, a melhor maneira de aprender esses conteúdos seja trilhar o<<strong>br</strong> />

caminho seguido por quem originalmente os desco<strong>br</strong>iu. Em outras palavras,<<strong>br</strong> />

parece ser bem possível, por exemplo, que a melhor maneira de aprender um<<strong>br</strong> />

dado conteúdo já conhecido seja seguir o caminho inverso daquele percorrido<<strong>br</strong> />

por quem desco<strong>br</strong>iu esse conteúdo. Ou algum outro caminho, talvez. Essas<<strong>br</strong> />

questões precisam ser investigadas empiricamente. Não há garantias conceituais<<strong>br</strong> />

para a suposição de que no caso de verdades já conhecidas – estamos falando<<strong>br</strong> />

agora de conteúdos cognitivos – a melhor maneira de aprendê-los seja<<strong>br</strong> />

redesco<strong>br</strong>i-las. Por um lado, o processo de desco<strong>br</strong>imento (ou redesco<strong>br</strong>imento)<<strong>br</strong> />

é altamente demorado, e muitas vezes não é bem sucedido. Por outro lado, não<<strong>br</strong> />

há a menor garantia de que, se cada geração precisar redesco<strong>br</strong>ir as verdades já<<strong>br</strong> />

descobertas por prévias gerações, se vá chegar muito além do ponto ao qual as<<strong>br</strong> />

gerações prévias chegaram. Isto nos mostra que, em relação a certos conteúdos,<<strong>br</strong> />

é bem possível que a melhor maneira de ocasionar uma aprendizagem rápida e<<strong>br</strong> />

fácil seja através do ensino.<<strong>br</strong> />

Ora, se isto é possível – note-se que não estamos dizendo que seja o<<strong>br</strong> />

caso – então não é (logicamente) impossível que a aprendizagem aconteça em<<strong>br</strong> />

decorrência do ensino, como efeito ou conseqüência do ato de ensinar.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

24


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Olhe bem para a figura na página seguinte e descreva, por escrito o<<strong>br</strong> />

que vê. Em seguida leia o texto.<<strong>br</strong> />

______________________________________<<strong>br</strong> />

______________________________________<<strong>br</strong> />

______________________________________<<strong>br</strong> />

______________________________________<<strong>br</strong> />

______________________________________<<strong>br</strong> />

______________________________________<<strong>br</strong> />

______________________________________<<strong>br</strong> />

______________________________________<<strong>br</strong> />

______________________________________<<strong>br</strong> />

______________________________________<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

25


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

3. APRENDIZADO E SUAS DESABILIDADES: COMO LIDAR?<<strong>br</strong> />

O aprendizado é uma tarefa primária do ser humano que tem, na<<strong>br</strong> />

nossa cultural o seu ponto alto associado à escolaridade. É esse tipo de<<strong>br</strong> />

aprendizado que move o indivíduo em direção ao desenvolvimento intelectual,<<strong>br</strong> />

criativo e produtivo, levando-o a se tornar um vencedor, pois amplia as suas<<strong>br</strong> />

possibilidades de crescimento.<<strong>br</strong> />

Como já está estabelecido pela sociedade, o aprendizado escolar é um<<strong>br</strong> />

dos meios fundamentais de progresso profissional e de ascensão social. Sabemos<<strong>br</strong> />

que muitas são as pessoas que se encontram comprometidas com o<<strong>br</strong> />

aprendizado, nos mais diversos graus e pelas mais variadas causas. Nesse<<strong>br</strong> />

sentido, os objetivos básicos parecem nortear as instituições e os profissionais<<strong>br</strong> />

ligados, direta ou indiretamente, à <strong>edu</strong>cação, minimizar as causas determinantes<<strong>br</strong> />

do fracasso escolar e adaptar o sistema de ensino para um melhor aprendizado<<strong>br</strong> />

dos indivíduos com dificuldades; com isso, poder-se-á aproveitar o máximo de<<strong>br</strong> />

potencial de cada indivíduo, respeitando-se as suas limitações, mas procurando<<strong>br</strong> />

encaminhá-Io para um porvir melhor.<<strong>br</strong> />

APRENDER É UM ATO SEM FIM.<<strong>br</strong> />

O QUE É APRENDIZAGEM?<<strong>br</strong> />

É a capacidade e a possibilidade que as pessoas têm para perceber,<<strong>br</strong> />

conhecer, compreender e reter na memória as informações obtidas. É este o<<strong>br</strong> />

cortejo que leva à ampliação e ao enriquecimento das experiências<<strong>br</strong> />

anteriormente vividas; trata-se de um processo complexo que possibilita a<<strong>br</strong> />

criação e o desenvolvimento de novos conhecimentos. É por meio do<<strong>br</strong> />

aprendizado que se modifica o comportamento intelectual e social dos indivíduos.<<strong>br</strong> />

Portanto, o aprendizado é um processo fundamental na vida do ser humano.<<strong>br</strong> />

Na dimensão fisiológica, o aprendizado necessita de estruturas<<strong>br</strong> />

cere<strong>br</strong>ais íntegras, devidamente maturadas, isto é, mielinizadas, para que as<<strong>br</strong> />

funções específicas sejam elaboradas de modo adequado e eficiente. A<<strong>br</strong> />

integridade dos componentes cere<strong>br</strong>ais é fundamental para que o aprendizado se<<strong>br</strong> />

desenvolva; no entanto, somente isso não é suficiente, pois a integração cere<strong>br</strong>al<<strong>br</strong> />

com várias outras áreas, por meio das redes neurais, tais como a visual, auditiva<<strong>br</strong> />

e motora, é essencial e necessária para que o aprendizado se processe com o<<strong>br</strong> />

sucesso esperado.<<strong>br</strong> />

Na dimensão política, presente no trabalho pedagógico desenvolvido<<strong>br</strong> />

na escola a aprendizagem se caracteriza, geralmente, pelo poder. Ora, quando<<strong>br</strong> />

falamos em política a primeira palavra que inicialmente associamos é poder. E<<strong>br</strong> />

aqui podemos usar uma expressão usada por alguns dos discípulos de Sócrates:<<strong>br</strong> />

“o ethos se realiza na instância da polis”.<<strong>br</strong> />

Realmente, pois a ação dos homens em sociedade – em toda a História<<strong>br</strong> />

da Humanidade – sempre foi uma ação de caráter político, ou seja, o poder é um<<strong>br</strong> />

elemento presente, constante, na sociedade, ou no social.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

26


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Poder e força associam-se para, dialeticamente, construir uma<<strong>br</strong> />

sociedade mais justa, mais humana, mais lógica, mais crítica, que elege a “força<<strong>br</strong> />

do direito” para regular todas as relações interpessoais. (Vejamos, como<<strong>br</strong> />

exemplo, aliás, o melhor, IESHUA, ‘usando sua política’ - o cristianismo – onde o<<strong>br</strong> />

poder e a força do amor levará os homens a amar a Deus acima de todas as<<strong>br</strong> />

coisas e ao próximo como a si mesmo). Porém, quando se associam<<strong>br</strong> />

antidialeticamente, os interesses são escusos e a predominância será<<strong>br</strong> />

tiranicamente o “direito da força”. (Vejamos, como exemplo, aliás o pior, Hitler,<<strong>br</strong> />

usando sua política - o nazismo – onde o poder e a força do ódio ceifou mais de<<strong>br</strong> />

cinqüenta milhões de vidas humanas).<<strong>br</strong> />

No parágrafo acima verificamos dois modos intencionais de ações<<strong>br</strong> />

políticas. Logo, podemos associar a política a um programa de ação permeado<<strong>br</strong> />

pelo poder.<<strong>br</strong> />

No trabalho pedagógico desenvolvido na escola caracterizamos, “in<<strong>br</strong> />

totum”, competência e habilidade – competência técnica – como subjacente<<strong>br</strong> />

ao programa de ação desenvolvido para a socialização do saber.<<strong>br</strong> />

Não há dúvidas que essa forma de se estruturar a escola, onde a<<strong>br</strong> />

função da <strong>edu</strong>cação tem uma dimensão técnica e uma dimensão política,<<strong>br</strong> />

dialeticamente relacionadas, está historicamente construída, fazendo parte da<<strong>br</strong> />

cultura humana em todas as épocas, mesmo naquelas em que a escola não<<strong>br</strong> />

estava oficialmente constituída.<<strong>br</strong> />

Dessa forma, não nos parece difícil dizer que a manifestação desse<<strong>br</strong> />

aspecto político, presente no trabalho pedagógico desenvolvido na escola, se<<strong>br</strong> />

apresenta no interesse que desperta na comunidade escolar. Contudo, não<<strong>br</strong> />

podemos esquecer que este interesse está construído pela intencionalidade.<<strong>br</strong> />

Ora, sendo a escola o lugar de concepção, realização e avaliação de seu projeto<<strong>br</strong> />

<strong>edu</strong>cativo, parece-nos que a caracterização e a manifestação têm, assim, uma<<strong>br</strong> />

significação indissociável, vez que o trabalho pedagógico desenvolvido na escola<<strong>br</strong> />

torna-se um processo permanente de reflexão e discussão dos problemas<<strong>br</strong> />

da escola, na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua<<strong>br</strong> />

intencionalidade, que não é descritiva ou constatativa, mas é constitutiva.<<strong>br</strong> />

A escola faz parte da sociedade, agindo so<strong>br</strong>e ela e sofrendo a ação<<strong>br</strong> />

desenvolvida por ela.<<strong>br</strong> />

Através dessa manifestação na escola da sociedade capitalista<<strong>br</strong> />

podemos dizer que a socialização do saber não tem cumprido a finalidade<<strong>br</strong> />

<strong>edu</strong>cativa que desejamos, para tornar os homens – os alunos – críticos, criativos,<<strong>br</strong> />

capazes de interferir na sociedade de forma eficaz, transformando-a, a partir da<<strong>br</strong> />

própria transformação.<<strong>br</strong> />

Ainda temos, embora num tempo de transição, uma escola que se<<strong>br</strong> />

manifesta como aparelho ideológico do Estado, privilegiando uma inculcação<<strong>br</strong> />

ideológica, não somente em relação aos seus conteúdos e técnicas, mas<<strong>br</strong> />

principalmente na postura dos <strong>edu</strong>cadores que nela desenvolvem sua prática.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

27


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Falamos acima num tempo de transição, pois, a inevitabilidade da<<strong>br</strong> />

mudança e a reflexão filosófica, destacam, cada vez mais, a importância do<<strong>br</strong> />

trabalho do <strong>edu</strong>cador, destacando a dimensão ética como forma de resgatar seu<<strong>br</strong> />

legítimo papel social, bem como o significado político de sua ação.<<strong>br</strong> />

O QUE É DISTÚRBIO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR?<<strong>br</strong> />

Considera-se distúrbio do aprendizado escolar como sendo um<<strong>br</strong> />

processo que interfere ou impede a evolução adequada da criança nas diversas<<strong>br</strong> />

atividades escolares. Por conta dessa dificuldade, o aluno mantém-se defasado,<<strong>br</strong> />

se se compará-lo com os outros colegas do seu grupo. Deve-se salientar que o<<strong>br</strong> />

comprometimento do aprendizado pode estar relacionado à defasagem no<<strong>br</strong> />

desenvolvimento da escrita, leitura ou do raciocínio matemático.<<strong>br</strong> />

Existem várias citações na literatura mundial a respeito, e calcula-se<<strong>br</strong> />

que a incidência se encontra na faixa entre 10% - 15% das crianças na idade<<strong>br</strong> />

escolar. Embora não tenhamos dados concretos no nosso meio, calculamos que<<strong>br</strong> />

essa porcentagem deva ser bem maior, pois com a “lei da não-reprovação” até a<<strong>br</strong> />

quarta série o diagnóstico das dificuldades escolares é, praticamente, ignorado<<strong>br</strong> />

até lá. Portanto, o número de crianças não alfabetizadas, não diagnosticadas e<<strong>br</strong> />

sem orientação especializada, aos 10 anos de idade, é bastante significativo.<<strong>br</strong> />

Parece-nos importante lem<strong>br</strong>ar que, segundo os dados do IBGE, 14%<<strong>br</strong> />

da nossa população é composta por analfabetos. O que devemos melhor avaliar<<strong>br</strong> />

é o significado da palavra “analfabeto” para o IBGE, pois, se for considerado<<strong>br</strong> />

como alfabetizado o indivíduo que rabisca o seu nome, então esse dado do IBGE<<strong>br</strong> />

poderá ser verdadeiro. A se imaginar que o alfabetizado deva saber algo mais,<<strong>br</strong> />

além de só conseguir assinar o nome, o número de analfabetos deverá triplicar.<<strong>br</strong> />

O diagnóstico precoce é de fundamental importância, pois com o<<strong>br</strong> />

passar do tempo as dificuldades vão-se somando e tornam-se mais acentuadas,<<strong>br</strong> />

dificultando a resolução do quadro. O diagnóstico precoce é, também, importante<<strong>br</strong> />

para se evitar a desmotivação do jovem e o conseqüente abandono das<<strong>br</strong> />

atividades escolares, por conta dos progressos limitados no aprendizado; esse<<strong>br</strong> />

rendimento aquém do desejado torna-se fator de desestímulo para o<<strong>br</strong> />

aprendizado.<<strong>br</strong> />

Quais são as causas que podem determinar o comprometimento da<<strong>br</strong> />

aprendizagem?<<strong>br</strong> />

Várias são as causas relacionadas às dificuldades na aprendizagem<<strong>br</strong> />

escolar, como por exemplo:<<strong>br</strong> />

• Comprometimento do nível intelectual;<<strong>br</strong> />

• Alterações comportamentais;<<strong>br</strong> />

• Distúrbios emocionais;<<strong>br</strong> />

• Inadequação pedagógica;<<strong>br</strong> />

• Adaptação ao método de ensino;<<strong>br</strong> />

• Inadequação familiar;<<strong>br</strong> />

• Dificuldades específicas do aprendizado;<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

28


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

• Doenças orgânicas agudas ou crônicas;<<strong>br</strong> />

• Disfunções do sistema nervoso central.<<strong>br</strong> />

Várias são as intercorrências clínicas que podem interferir no<<strong>br</strong> />

desenvolvimento neurológico da criança. Podemos citar as anormalidades que se<<strong>br</strong> />

manifestam durante a gestação (hemorragias e abortamento iminente) e, ainda,<<strong>br</strong> />

no período da gravidez destacar as infecções intra-uterinas, as anormalidades<<strong>br</strong> />

nutricionais (anemia, deficiência protéica e de vitaminas), doenças<<strong>br</strong> />

cardiopulmonares, entre outras, além do parto prematuro com as suas diversas<<strong>br</strong> />

implicações e complicações relacionadas ao período do parto ou imediatamente<<strong>br</strong> />

após, como a hipoxia e as hemorragias intracranianas. Intercorrências que<<strong>br</strong> />

comprometem diretamente a criança, como o sofrimento fetal no período final da<<strong>br</strong> />

gestação, durante ou imediatamente após o parto, podem interferir, de modo<<strong>br</strong> />

marcante, no desenvolvimento motor e mental do lactente; além dessas<<strong>br</strong> />

anormalidades, devemos lem<strong>br</strong>ar-nos das doenças genéticas, infecciosas,<<strong>br</strong> />

metabólicas, vasculares e degenerativas, cujas manifestações clínicas poderão se<<strong>br</strong> />

evidenciar mais tardiamente.<<strong>br</strong> />

Existem causas clínicas, não-neurológicas, que podem ter uma<<strong>br</strong> />

interferência importante no processo da aprendizagem escolar. Podemos citar as<<strong>br</strong> />

alterações relacionadas às deficiências nutricionais, alterações das vias auditivas<<strong>br</strong> />

e alterações oculares, além dos quadros psiquiátricos, que são diagnosticados<<strong>br</strong> />

evolutivamente.<<strong>br</strong> />

Há trabalhos que demonstraram existir comprometimento neurológico<<strong>br</strong> />

importante nas crianças com carência protéica, pois, no caso, a maturação<<strong>br</strong> />

neurológica se faz de maneira mais lenta e compromete o seu desempenho<<strong>br</strong> />

intelectual. Além disso, as crianças portadoras de anemias importantes, bem<<strong>br</strong> />

como as desnutridas, apresentam aporte energético globalmente r<strong>edu</strong>zido e,<<strong>br</strong> />

dessa maneira, as crianças mantêm-se em um persistente estado de desânimo,<<strong>br</strong> />

denotando ser pouco ativas e com capacidade de raciocínio mais lento. Quanto<<strong>br</strong> />

mais jovem for a criança comprometida pela desnutrição, mais acentuadas serão<<strong>br</strong> />

as repercussões no desenvolvimento neuropsicológico.<<strong>br</strong> />

Devemos considerar como fatores causadores da desnutrição,<<strong>br</strong> />

especialmente na infância, além das doenças, as dificuldades socioeconômicas<<strong>br</strong> />

como geradoras da desnutrição. A solução, no caso, se fosse no campo médico,<<strong>br</strong> />

teria um caminho bem mais simples para corrigir essa distorção, mas, como é de<<strong>br</strong> />

cunho político e social, a resolução torna-se muito mais complicada.<<strong>br</strong> />

O estado nutricional da mãe, durante a gestação, poderá influir no<<strong>br</strong> />

futuro desenvolvimento da criança no período escolar. Deve-se dispensar<<strong>br</strong> />

especial atenção à gestante, pois as deficiências nutricionais exercerão uma<<strong>br</strong> />

influência so<strong>br</strong>e o desenvolvimento do feto; essas deficiências, relacionadas à<<strong>br</strong> />

carência de proteínas e vitaminas, poderão interferir, acentuadamente, no<<strong>br</strong> />

desenvolvimento cere<strong>br</strong>al; o comprometimento cere<strong>br</strong>al interferirá no<<strong>br</strong> />

desenvolvimento intelectual e, consequentemente, o desempenho escolar será<<strong>br</strong> />

comprometido.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

29


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

A saúde física pode exercer alguma influência no desempenho escolar?<<strong>br</strong> />

As crianças portadoras de doenças subagudas ou crônicas, que<<strong>br</strong> />

necessitam de tratamento prolongado, apresentam o rendimento escolar<<strong>br</strong> />

deficiente. Esse comprometimento pode estar relacionado à doença de base ou<<strong>br</strong> />

pode ser conseqüente aos medicamentos em uso que comprometem o estado<<strong>br</strong> />

geral e o ânimo; outra situação que deve ser considerada relaciona-se às<<strong>br</strong> />

sucessivas internações, necessárias ao tratamento, ou às relacionadas às<<strong>br</strong> />

questões de instabilidade emocional tanto da criança quanto dos parentes<<strong>br</strong> />

próximos.<<strong>br</strong> />

As crianças, na fase de pré-alfabelização ou mesmo de alfabetização,<<strong>br</strong> />

podem apresentar dificuldades na acuidade visual; essas crianças não<<strong>br</strong> />

conseguem perceber nem correlacionar essas deficiências, portanto, não se<<strong>br</strong> />

queixam. Quando o quadro é mais exuberante, os professores mais atentos<<strong>br</strong> />

conseguem notar; as próprias crianças, quando maiores, reclamam, pois já<<strong>br</strong> />

percebem suas dificuldades. Entretanto, e não raramente, quando a criança<<strong>br</strong> />

reclama das anormalidades visuais, já existe um certo grau de defasagem do<<strong>br</strong> />

aprendizado.<<strong>br</strong> />

Consideramos que todas as crianças no período escolar deveriam ser<<strong>br</strong> />

encaminhadas para uma triagem oftalmológica e esse procedimento pode ser<<strong>br</strong> />

realizado por um técnico especialmente treinado. Com essa medida simples e<<strong>br</strong> />

rápida pode-se diagnosticar os distúrbios visuais e encaminhar a criança ao<<strong>br</strong> />

oftalmologista. Não há necessidade de se aguardar o aparecimento de<<strong>br</strong> />

transtornos maiores do desempenho escolar para se concluir que a criança<<strong>br</strong> />

precisa lentes corretivas. Esta é uma condição inaceitável.<<strong>br</strong> />

As dificuldades auditivas nem sempre são percebidas com facilidade,<<strong>br</strong> />

pois a audição poderá estar preservada, mas a identificação do som poderá estar<<strong>br</strong> />

prejudicada; há vezes que a acuidade auditiva está comprometida, o que pode<<strong>br</strong> />

ser notado até em casa, pois os pacientes ligam os aparelhos de som e os<<strong>br</strong> />

mantêm com volume alto ou ficam muito próximos dos alto-falantes; nota-se<<strong>br</strong> />

que, muitas vezes, essas crianças falam muito alto e isso pode levar à suspeita<<strong>br</strong> />

da existência de nível r<strong>edu</strong>zido da capacidade auditiva, que pode ser uni ou<<strong>br</strong> />

bilateral. Durante as aulas a criança percebe que a professora está falando, mas<<strong>br</strong> />

tem dificuldade para entender o que está sendo falado; quando isso acontece, o<<strong>br</strong> />

prejuízo no aprendizado é grande, pois o aluno entende errado, escreve errado<<strong>br</strong> />

e, consequentemente, lê errado.<<strong>br</strong> />

Existe alguma relação entre a defasagem no desenvolvimento da fala e<<strong>br</strong> />

os distúrbios da aprendizagem?<<strong>br</strong> />

As crianças na fase de desenvolvimento da fala apresentam trocas de<<strong>br</strong> />

fonemas (r:l, t:b, f:v, etc.) ou omissões (r, I) que são consideradas normais até<<strong>br</strong> />

os 4 anos de idade. Ao ultrapassar essa faixa etária, mantendo essas trocas, que<<strong>br</strong> />

são denominadas de dislalias, essas crianças deverão ser encaminhadas para<<strong>br</strong> />

orientação fonaudiológica, pois com a persistência dessas alterações haverá<<strong>br</strong> />

uma grande probabilidade de apresentarem dificuldades para o aprendizado da<<strong>br</strong> />

escrita e leitura.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

30


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Os reflexos inerentes às dificuldades escolares interferem em várias<<strong>br</strong> />

atividades cotidianas e podem comprometer as relações, sejam elas familiares,<<strong>br</strong> />

sociais, culturais ou emocionais, do indivíduo. As crianças passam a sofrer uma<<strong>br</strong> />

série de interferências negativas, nos diversos ambientes que freqüentam; em<<strong>br</strong> />

várias ocasiões são rejeitadas pelos amigos que as consideram menos capazes e<<strong>br</strong> />

menos inteligentes; o seu progresso escolar e intelectual processa-se de modo<<strong>br</strong> />

ineficiente ou insuficiente, colocando-as em uma posição de inferioridade; o<<strong>br</strong> />

somatório desses fatores interfere, de forma acentuada, no seu estado<<strong>br</strong> />

emocional; uma vez comprometido o seu estado emocional, manifestam-se as<<strong>br</strong> />

alterações comportamentais nas mais variadas formas.<<strong>br</strong> />

escola?<<strong>br</strong> />

Aqui podemos fazer algumas perguntas importantes:<<strong>br</strong> />

Quais os motivos que levam as crianças a abandonarem a<<strong>br</strong> />

Várias são as circunstâncias enfrentadas pelas crianças que podem<<strong>br</strong> />

induzi-las à evasão escolar:<<strong>br</strong> />

• Marginalização nas salas de aulas, devido às suas dificuldades para<<strong>br</strong> />

o aprendizado.<<strong>br</strong> />

• Farta de estrutura pedagógica que ofereça, ao aluno, orientação<<strong>br</strong> />

adequada.<<strong>br</strong> />

• <strong>Pos</strong>sibilidades limitadas para conseguir superar suas dificuldades.<<strong>br</strong> />

• Condições socioeconômicas limitadas induzem a criança a procurar<<strong>br</strong> />

trabalho precocemente, e isso dificulta o bom desempenho nas<<strong>br</strong> />

atividades escolares.<<strong>br</strong> />

• O afastamento temporário do ambiente escolar, no caso das<<strong>br</strong> />

crianças de baixa renda, dificilmente as trará de volta à escola.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

31


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

O que é fobia escolar?<<strong>br</strong> />

Trata-se de um quadro apresentado pela criança que se caracteriza por<<strong>br</strong> />

crises de ansiedade, que se manifestam em casa, precedendo a ida para a<<strong>br</strong> />

escola. Nota-se uma alteração do comportamento com agressividade e, por<<strong>br</strong> />

vezes, associado a outros sintomas, como náuseas, vômitos, dor abdominal,<<strong>br</strong> />

cefaléia, enurese e encoprese. Esse quadro desaparece quando a criança é<<strong>br</strong> />

informada que não precisa ir à escola.<<strong>br</strong> />

Enurese = incontinência urinária; encoprese = incontinência fecal.<<strong>br</strong> />

Como as questões emocionais podem ter interferência na<<strong>br</strong> />

aprendizagem escolar?<<strong>br</strong> />

As dificuldades escolares podem ser determinantes de instabilidades<<strong>br</strong> />

emocionais, formando um círculo vicioso. Essas crianças, quando percebem<<strong>br</strong> />

serem menos hábeis que os colegas, por conta dos resultados negativos obtidos,<<strong>br</strong> />

passam a se sentir incapazes; esse sentimento de incompetência as leva à<<strong>br</strong> />

sensação de fracasso e, com isso, a auto-estima torna-se muito baixo.<<strong>br</strong> />

Os estados emocionais, como ansiedade, depressão, medos e<<strong>br</strong> />

insegurança, com certa freqüência, interferem no bom desempenho escolar.<<strong>br</strong> />

Essas alterações psicodinâmicas, geralmente, estão associadas aos distúrbios da<<strong>br</strong> />

atenção e concentração que apresentam, como resultado final, um rendimento<<strong>br</strong> />

escolar aquém do esperado para as possibilidades da criança.<<strong>br</strong> />

Sabe-se que a família é a referência mais importante para a criança, a<<strong>br</strong> />

qual se constitui no maior suporte para a sua segurança afetiva. Assim sendo,<<strong>br</strong> />

todos os indicadores que são demonstrados à criança, sugerindo a possibilidade<<strong>br</strong> />

de algum abalo na estrutura familiar, podem alterar o seu estado emocional e<<strong>br</strong> />

gerar resultados negativos no aprendizado escolar. Há de se lem<strong>br</strong>ar, também,<<strong>br</strong> />

que os casos de violência (física, sexual, psicológica), as doenças graves em,<<strong>br</strong> />

mem<strong>br</strong>os da família, os conflitos com os pais, o litígio entre estes, as desavenças<<strong>br</strong> />

com outros mem<strong>br</strong>os da família ou outros fatores de instabilidade que ameaçam<<strong>br</strong> />

o equilí<strong>br</strong>io familiar podem ser fatores de interferência no desempenho escolar.<<strong>br</strong> />

Devemos, ainda, citar os modelos de família pouco estruturados ou os modelos<<strong>br</strong> />

que “fogem” aos padrões habituais, como determinantes de instabilidade<<strong>br</strong> />

emocional e de interferência no rendimento escolar. Outra circunstância que<<strong>br</strong> />

determina grande ansiedade na criança é a exagerada expectativa, dos pais, em<<strong>br</strong> />

relação ao seu desempenho no aprendizado. Muitos pais insistem na<<strong>br</strong> />

alfabetização precoce, ignorando e desrespeitando o processo o<strong>br</strong>igatório de<<strong>br</strong> />

amadurecimento neurológico do seu filho. Vale mencionar a desmotivação, por<<strong>br</strong> />

parte da criança para o aprendizado, pelo sentimento de inferioridade gerado<<strong>br</strong> />

pela superproteção que os pais lhe dispensam. Em situação oposta, encontramse<<strong>br</strong> />

pais que pouco participam da vida dos filhos, ou até os rejeitam, pelos<<strong>br</strong> />

motivos mais variados. Portanto, os descompassos familiares exercem uma forte<<strong>br</strong> />

influência no desempenho escolar da criança, levando-a ao insucesso.<<strong>br</strong> />

A existência de dificuldades na adaptação social e ambiental interfere<<strong>br</strong> />

no estado emocional da criança e a leva à defasagem no aprendizado escolar.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

32


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

O professor ocupa uma posição muito destacada e é visto, pelos<<strong>br</strong> />

alunos, como uma figura importante, pois é um intermediário que auxilia a<<strong>br</strong> />

criança na aquisição e no desenvolvimento dos seus conhecimentos; portanto, o<<strong>br</strong> />

professor necessita ter maturidade e sensibilidade suficientes para uma boa<<strong>br</strong> />

interação com as crianças e, com isso, conseguir que elas atinjam o máximo de<<strong>br</strong> />

rendimento no aprendizado escolar.<<strong>br</strong> />

Há vezes que o professor passa por situações particulares que geram<<strong>br</strong> />

certa instabilidade emocional a qual pode repercutir na qualidade da aula, no<<strong>br</strong> />

relacionamento com o aluno e, consequentemente, interferir, negativamente, no<<strong>br</strong> />

aproveitamento escolar.<<strong>br</strong> />

Não podemos deixar de citar a existência de alguns professores mal<<strong>br</strong> />

preparados, de competência duvidosa e mal orientados que atrapalham o bom<<strong>br</strong> />

desempenho do aluno. Há, também, os inábeis para lidar com as crianças, sejam<<strong>br</strong> />

elas com ou sem dificuldades no aprendizado, que exercem uma interferência<<strong>br</strong> />

negativa no estado emocional do aluno, atrapalhando o seu desenvolvimento<<strong>br</strong> />

escolar.<<strong>br</strong> />

Quais as falhas do sistema escolar que podem dificultar o bom<<strong>br</strong> />

rendimento da criança?<<strong>br</strong> />

• Supervalorização da rapidez na execução das tarefas em classe.<<strong>br</strong> />

• Grande número de alunos nas salas de aulas impedindo ou<<strong>br</strong> />

impossibilitando um atendimento mais adequado a eles.<<strong>br</strong> />

• Trocas freqüentes de professores.<<strong>br</strong> />

• Condições precárias, seio sob o aspecto material, seio sob o aspecto<<strong>br</strong> />

humano.<<strong>br</strong> />

Existe relação entre o comportamento hiperativo e a<<strong>br</strong> />

aprendizagem escolar?<<strong>br</strong> />

As crianças hiperativas apresentam, em muitas ocasiões, dificuldades<<strong>br</strong> />

no aprendizado, pois a impossibilidade de se manterem quietas durante as<<strong>br</strong> />

atividades, aliada à dispersão e desatenção, interfere na assimilação dos<<strong>br</strong> />

conceitos. Havendo as falhas na assimilação dos conceitos, o rendimento final<<strong>br</strong> />

será aquém do esperado. Há vezes que a criança hiperativa executa as tarefas,<<strong>br</strong> />

rapidamente, mas de maneira inadequada e isso repercutirá no seu aprendizado.<<strong>br</strong> />

Além disso, a criança hiperativa interfere na dinâmica das aulas, o que, também,<<strong>br</strong> />

atrapalha o bom rendimento no aprendizado.<<strong>br</strong> />

As crianças hipoativas, em certas ocasiões, são até consideradas como<<strong>br</strong> />

deficientes mentais, pois apresentam o comportamento muito adequado, são<<strong>br</strong> />

<strong>edu</strong>cados, solícitas, mas o desempenho escolar está muito abaixo do esperado<<strong>br</strong> />

para as suas condições. A sua participação nas atividades em classe é limitada,<<strong>br</strong> />

especialmente por conta da dispersão, desatenção e dificuldade à concentração<<strong>br</strong> />

para a realização das tarefas. Para a execução das tarefas são muito lentas e<<strong>br</strong> />

muitas vezes não conseguem finalizá-las e isso prejudica o seu aprendizado.<<strong>br</strong> />

As disfunções psicomotoras interferem no desempenho<<strong>br</strong> />

escolar? .<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

33


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

As crianças que apresentam alterações da coordenação motora fina e<<strong>br</strong> />

global e falta de destreza podem apresentar dificuldades, em geral, muito<<strong>br</strong> />

evidentes na escrita. Em várias ocasiões as crianças escrevem de modo ilegível<<strong>br</strong> />

e, freqüentemente, lhes é solicitado mais capricho e mais empenho para a<<strong>br</strong> />

realização das tarefas. Devido às suas dificuldades motoras, essas crianças não<<strong>br</strong> />

conseguem contornar as dificuldades por si mesmas e isso as compromete sob o<<strong>br</strong> />

aspecto emocional, que acaba por interferir, negativamente, no seu rendimento<<strong>br</strong> />

escolar.<<strong>br</strong> />

No momento em que o professor perceber que o desempenho do aluno<<strong>br</strong> />

está aquém do esperado para o seu potencial intelectual, quando perceber<<strong>br</strong> />

dificuldades específicas ou notar a existência de desvios comportamentais.<<strong>br</strong> />

Nessas circunstâncias, os professores devem comunicar-se com os orientadores<<strong>br</strong> />

vocacionais para que estes encaminhem o aluno para uma avaliação<<strong>br</strong> />

especializada.<<strong>br</strong> />

As dificuldades escolares fazem parte de um complexo multidisciplinar<<strong>br</strong> />

no qual podem estar envolvidos os professores, pedagogos, psicopedagogos,<<strong>br</strong> />

psicólogos, neurologistas, psiquiatras, oftalmologistas e otorrinolaringologistas.<<strong>br</strong> />

Portanto, cada caso deve ser, criteriosamente, avaliado para que o aluno receba<<strong>br</strong> />

a orientação necessária e adequada e que não seja encaminhado para os vários<<strong>br</strong> />

especialistas, pois ,isso acarreta um desgaste muito grande para a criança e para<<strong>br</strong> />

os familiares.<<strong>br</strong> />

Os alunos com dificuldades escolares devem sempre ser<<strong>br</strong> />

encaminhado para uma classe especial?<<strong>br</strong> />

Deve-se ter muito cuidado, pois muitas vezes faz-se confusão entre a<<strong>br</strong> />

classe especial e a sala de aulas com número r<strong>edu</strong>zido de alunos. Há ocasiões<<strong>br</strong> />

em que o aluno é encaminhado, indevidamente, para classe especial, a qual é<<strong>br</strong> />

destinada para os alunos que apresentam deficiência mental. Nesse caso, o<<strong>br</strong> />

prejuízo torna-se muito maior, pois o aluno é nivelado por baixo, considerandose<<strong>br</strong> />

o seu potencial intelectual; este é um fator que limita, ainda mais, o seu<<strong>br</strong> />

aprendizado. Quando encaminhado para sala com menos alunos poderá receber<<strong>br</strong> />

um atendimento individualizado, possibilitando superar as suas dificuldades<<strong>br</strong> />

transitórias e o seu desempenho far-se-á dentro das suas possibilidades<<strong>br</strong> />

intelectuais.<<strong>br</strong> />

O retardo mental impede o aprendizado escolar?<<strong>br</strong> />

O retardo mental não é um fator que impede o aprendizado escolar,<<strong>br</strong> />

mas devemos estar cientes de que os progressos no aprendizado serão limitados<<strong>br</strong> />

e dependerão do grau de comprometimento intelectual da criança. O retardo<<strong>br</strong> />

mental significa que existe capacidade r<strong>edu</strong>zida e lenta para o processamento<<strong>br</strong> />

das informações em relação a uma criança normal. Para essas crianças são<<strong>br</strong> />

necessárias estratégias diferentes e especializadas para que se possa obter o<<strong>br</strong> />

melhor rendimento possível no seu aprendizado, respeitando-se as possibilidades<<strong>br</strong> />

individuais dos alunos, além de se lhes oferecer o máximo das oportunidades<<strong>br</strong> />

disponíveis.<<strong>br</strong> />

Há benefícios inestimáveis com as escolas profissionalizantes, que,<<strong>br</strong> />

possivelmente, tornará os portadores de retardo mental independentes; poderão<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

34


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

tornar-se auto-suficientes para a própria manutenção, o que diminuiria, de modo<<strong>br</strong> />

substancial, uma enorme preocupação dos familiares com esses indivíduos na<<strong>br</strong> />

adultividade. Esses jovens com oportunidades de se desenvolverem<<strong>br</strong> />

profissionalmente podem ser produtivos e, com isso, melhorar a sua autoestima,<<strong>br</strong> />

o que lhes possibilitaria uma vida futura mais feliz. Infelizmente, o<<strong>br</strong> />

número de escolas, para essas pessoas, é muito r<strong>edu</strong>zido e essas escolas são<<strong>br</strong> />

bastante dispendiosas. Em vários estados do país não existem ou são<<strong>br</strong> />

precariamente amparadas as escolas para esse tipo de pessoa. Deveria haver,<<strong>br</strong> />

em nível governamental, uma política, mais consistente voltada para atender<<strong>br</strong> />

esses jovens, seja em caráter oficial ou associado a entidades particulares<<strong>br</strong> />

especializadas. A parceria com outros setores poderia ser estimulada por meio de<<strong>br</strong> />

isenções tributárias, revertendo-se o benefício para o próprio governo e os<<strong>br</strong> />

interessados diretamente.<<strong>br</strong> />

A criança portadora de epilepsia pode apresentar dificuldades<<strong>br</strong> />

no aprendizado escolar?<<strong>br</strong> />

Várias são as circunstâncias que podem interferir no aprendizado da<<strong>br</strong> />

criança epiléptica:<<strong>br</strong> />

• Quando portadoras de lesões cere<strong>br</strong>ais pregressas.<<strong>br</strong> />

• Demonstração de crises convulsivas freqüentes;<<strong>br</strong> />

• Existência de doenças degenerativas associadas.<<strong>br</strong> />

• Alterações comportamentais que podem estar relacionadas ao<<strong>br</strong> />

quadro clínico ou aos medicamentos que o paciente ingere<<strong>br</strong> />

regularmente para controle das crises convulsivas (sonolência,<<strong>br</strong> />

irritabilidade).<<strong>br</strong> />

• Rejeição no ambiente escolar, pois existem, ainda, muitos<<strong>br</strong> />

preconceitos em relação ao paciente epiléptico.<<strong>br</strong> />

• Superproteção familiar, especialmente com os pacientes que<<strong>br</strong> />

apresentam crises convulsivas de difícil controle, como os que<<strong>br</strong> />

tomam muitos medicamentos e em horários estabelecidos.<<strong>br</strong> />

A maioria das crianças com epilepsia tem as crises facilmente<<strong>br</strong> />

controladas com os medicamentos prescritos e não apresentam nenhuma<<strong>br</strong> />

dificuldade para o aprendizado escolar. Portanto, essas crianças devem<<strong>br</strong> />

participar, indiscriminadamente, de todas as atividades escolares habituais.<<strong>br</strong> />

Há uma pequena parcela de pacientes que apresenta defasagem do<<strong>br</strong> />

desenvolvimento mental associado ao quadro epiléptico, portanto, e esse grupo<<strong>br</strong> />

de pacientes que necessita de orientação psicopedagógica e psicológica<<strong>br</strong> />

diferenciada.<<strong>br</strong> />

O que são as crises de ausência?<<strong>br</strong> />

Trata-se de um tipo especial de epilepsia no qual o indivíduo apresenta<<strong>br</strong> />

um período <strong>br</strong>eve de perda da consciência, com início súbito, que pode estar<<strong>br</strong> />

associado a discretos movimentos da face, boca, língua, olhos; a duração é de<<strong>br</strong> />

segundos, melhorando logo após, quando o paciente volta ao seu estado normal;<<strong>br</strong> />

essa manifestação pode repetir-se várias vezes durante o dia.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

35


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Nesses episódios <strong>br</strong>eves de “desligamentos”, que são as crises de<<strong>br</strong> />

ausência, o indivíduo parece estar como que distraído por alguns instantes, mas<<strong>br</strong> />

é o período <strong>br</strong>eve de perda da consciência. Esse corte interfere no desempenho<<strong>br</strong> />

das atividades gerais, pela interrupção das atividades cere<strong>br</strong>ais por alguns<<strong>br</strong> />

instantes.<<strong>br</strong> />

Como diferenciar uma criança distraída daquela que apresenta<<strong>br</strong> />

crises de ausência?<<strong>br</strong> />

Inicialmente deve estar-se familiarizado com o que seja a ausência,<<strong>br</strong> />

mas nem sempre é fácil se fazer o diagnóstico diferencial. Havendo suspeita<<strong>br</strong> />

deve-se encaminhar o pacier1te a um neuropediatra para avaliação. O<<strong>br</strong> />

eletroencefalograma é o exame indicado para a confirmação do diagnóstico, pois<<strong>br</strong> />

o traçado, nos casos de ausência, é típico.<<strong>br</strong> />

Existem vários medicamentos disponíveis para o tratamento das crises<<strong>br</strong> />

de ausência que controlam essas crises de modo muito eficiente.<<strong>br</strong> />

Alguns dos medicamentos indicados para essa finalidade podem causar<<strong>br</strong> />

sonolência, mas grande parte das vezes isso ocorre somente na fase inicial do<<strong>br</strong> />

tratamento, que é o período da adaptação. Quando esse desconforto persiste,<<strong>br</strong> />

deve comunicar-se ao médico assistente, visando encontrar outras alternativas<<strong>br</strong> />

entre os medicamentos disponíveis.<<strong>br</strong> />

O que é a dislexia?<<strong>br</strong> />

A dislexia, palavra de origem grega, é definida como uma dificuldade<<strong>br</strong> />

relacionada à aquisição e ao desenvolvimento da leitura. Atualmente o sentido é<<strong>br</strong> />

mais a<strong>br</strong>angente, pois se considera a dislexia como sendo a dificuldade<<strong>br</strong> />

relacionada, também, à escrita.<<strong>br</strong> />

Trata-se de uma dificuldade específica, que a criança apresenta, para<<strong>br</strong> />

perceber e decodificar as palavras de maneira adequada.<<strong>br</strong> />

Essa dificuldade é de origem constitucional, inesperada para a idade e<<strong>br</strong> />

para as condições da criança; compromete o aprendizado da leitura, da escrita e<<strong>br</strong> />

do soletrar.<<strong>br</strong> />

As crianças disléxicas apresentam a leitura lenta, trabalhosa, palavra<<strong>br</strong> />

por palavra, e isso interfere na compreensão do texto lido. Além disso, as<<strong>br</strong> />

distorções que aparecem na escrita reforçam o diagnóstico. A criança é<<strong>br</strong> />

considerada disléxica quando todas essas dificuldades que apresenta já deveriam<<strong>br</strong> />

ter sido superadas para a sua idade.<<strong>br</strong> />

Existem várias estatísticas, de autores estrangeiros, que apontam para<<strong>br</strong> />

uma freqüência variando em torno de 10% da população na idade escolar.<<strong>br</strong> />

Embora não tenhamos dados estatísticos consistentes no nosso meio, calculamos<<strong>br</strong> />

que a percentagem de disléxicos esteja nesse mesmo patamar, com o agravante<<strong>br</strong> />

de o número de analfabetos ainda ser muito grande.<<strong>br</strong> />

Isso significa que entre os 14% oficialmente declarados analfabetos<<strong>br</strong> />

deve haver um número não desprezível de disléxicos.<<strong>br</strong> />

Os dados mostram que a dislexia aparece predominantemente no sexo<<strong>br</strong> />

masculino, na razão de 2-3: 1.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

36


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

Podemos citar, de uma maneira simples, três tipos de dificuldades que<<strong>br</strong> />

definem a dislexia:<<strong>br</strong> />

• Falha no estabelecimento da relação som - símbolo gráfico. No<<strong>br</strong> />

caso há uma provável disfunção da discriminação auditiva.<<strong>br</strong> />

• Falha na discriminação visual que acarretará as inversões,<<strong>br</strong> />

rotações e confusões das letras com grafia semelhante.<<strong>br</strong> />

• Associação das duas anteriores.<<strong>br</strong> />

Para exemplificar o que foi citado:<<strong>br</strong> />

Grafia semelhante: b/d, p/q.<<strong>br</strong> />

Sons semelhantes: d/t, v/f.<<strong>br</strong> />

Inversão: sapato/solapo, par/pra.<<strong>br</strong> />

Adição: casa/casca, mal/male.<<strong>br</strong> />

Supressão: <strong>br</strong>anco/banco, carro/cao.<<strong>br</strong> />

Espelho: tio/oit, sol/los.<<strong>br</strong> />

Repetição: caramemelo, bananana.<<strong>br</strong> />

Quando as crianças lêem nota-se que a leitura é lenta, hesitante, com<<strong>br</strong> />

omissões, substituições, adivinhações e erros. Devemos estar cientes que este é<<strong>br</strong> />

um quadro transitório, o qual deverá ser superado em pouco tempo e essa<<strong>br</strong> />

dislexia desaparece. Todo o processo evolutivo necessita de um período de<<strong>br</strong> />

tempo determinado a fim de se desenvolver, aperfeiçoar e atingir a maturidade<<strong>br</strong> />

para o desempenho pleno da função.<<strong>br</strong> />

Há repercussões, também, na escrita nos casos de dislexia de<<strong>br</strong> />

evolução?<<strong>br</strong> />

Nesse caso encontramos comprometimento da escrita caracterizado<<strong>br</strong> />

por inversões de letras, inserções, omissões, alteração na ordem das letras. A<<strong>br</strong> />

essas alterações que se manifestam na escrita denominamos disortografia. Da<<strong>br</strong> />

mesma forma como em relação à leitura, a tendência é a superação dessa<<strong>br</strong> />

dificuldade com o desenvolvimento e a maturação neurológica da criança.<<strong>br</strong> />

Como é um quadro transitório e que tende a ser superado em curto<<strong>br</strong> />

espaço de tempo, não se recomenda um tratamento específico inicial; deve-se<<strong>br</strong> />

dispensar uma especial atenção para que essa situação não se prolongue para<<strong>br</strong> />

não retardar o aprendizado, pois isso pode ser um fator de desencorajamento à<<strong>br</strong> />

criança para a leitura e escrita.<<strong>br</strong> />

Devemos, ainda, lem<strong>br</strong>ar-nos que a dislexia de evolução está<<strong>br</strong> />

relacionada ao processo de desenvolvimento neurológico, portanto, o<<strong>br</strong> />

desaparecimento do quadro necessita de um determinado período de tempo<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

37


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

estabelecido para a devida maturação cere<strong>br</strong>al. Portanto, a compreensão e a<<strong>br</strong> />

paciência dos circunstantes são necessárias e importantes.<<strong>br</strong> />

A dislexia denominada específica é um quadro geneticamente<<strong>br</strong> />

determinado, portanto, é um quadro definitivo. Nesse caso, o indivíduo deverá<<strong>br</strong> />

conviver com essas dificuldades, pois não serão superadas nem na adultividade e<<strong>br</strong> />

isso significa que não tem cura. Atualmente, existem alguns artifícios que são<<strong>br</strong> />

utilizados para contornar essas dificuldades, tornando-as menos aparentes,<<strong>br</strong> />

podendo citar, no caso, os recursos da informática.<<strong>br</strong> />

Muitos apresentam as letras com traçado incorreto, erros ortográficos,<<strong>br</strong> />

sentenças incompletas, erros gramaticais; denotam, ainda, dificuldades para<<strong>br</strong> />

copiar do quadro negro ou de um livro, além da escrita ser lenta.<<strong>br</strong> />

O disléxico apresenta uma série de razões que pode interferir na<<strong>br</strong> />

interpretação dos textos, pois a leitura é lenta, fragmentada, monótona,<<strong>br</strong> />

hesitante e com troca de fonemas; esse conjunto de dificuldades atrapalhará a<<strong>br</strong> />

interpretação do texto lido. Quando o indivíduo lê, existe uma preocupação que é<<strong>br</strong> />

dirigida à decodificação, para que a leitura seja correta; essa preocupação acaba<<strong>br</strong> />

prejudicando a interpretação da parte global do texto, pois dispersa o leitor do<<strong>br</strong> />

conteúdo, dificultando a compreensão, portanto ele não consegue assimilar o<<strong>br</strong> />

sentido do que foi lido. Além disso, o disléxico dispersa-se com muita freqüência,<<strong>br</strong> />

fato este que acaba dificultando, ainda mais, a capacidade para a memorização<<strong>br</strong> />

durante a leitura. Como resultado final dessas dificuldades, teremos um texto<<strong>br</strong> />

mal lido, mal interpretado, mal armazenado na memória e, portanto, mal<<strong>br</strong> />

aproveitado.<<strong>br</strong> />

Em algumas ocasiões a criança disléxica é <strong>br</strong>ilhante em cálculos<<strong>br</strong> />

aritméticos, mas necessita que alguém leia os textos dos exercícios propostos,<<strong>br</strong> />

pois se isso não acontecer os enganos acontecem por erro de interpretação da<<strong>br</strong> />

proposta e não por dificuldade para a elaboração dos cálculos. Há vezes que o<<strong>br</strong> />

disléxico pode apresentar, assim como na escrita, inversões dos números,<<strong>br</strong> />

confusão com os símbolos operacionais (+ e x) e cópia de modo incorreto;<<strong>br</strong> />

apresenta, ainda, dificuldade para evocar as seqüências dos números e para<<strong>br</strong> />

memorizar a tabuada.<<strong>br</strong> />

O que é disgrafia?<<strong>br</strong> />

A disgrafia caracteriza-se por uma escrita mal elaborada, feia, não se<<strong>br</strong> />

conseguindo, muitas vezes, decifrar o que está escrito. Há vezes que nem a<<strong>br</strong> />

própria criança consegue entender o que escreveu. Entre os adultos a disgrafia é<<strong>br</strong> />

encontrada, de modo tradicional, principalmente no meio médico, pois poucas<<strong>br</strong> />

são as pessoas que conseguem decifrar o que foi escrito no receituário.<<strong>br</strong> />

As crianças que apresentam defasagem na aquisição e no<<strong>br</strong> />

desenvolvimento da fala poderão, na fase de alfabetização, apresentar algumas<<strong>br</strong> />

dificuldades transitórias no aprendizado da escrita e leitura. Deve-se salientar<<strong>br</strong> />

que esse quadro não está, necessariamente, relacionado à dislexia.<<strong>br</strong> />

Há vezes que o disléxico apresenta inversões das palavras, dificuldade<<strong>br</strong> />

para compreender a linguagem falada e se concentrar na conversa; constrói<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

38


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

frases gramaticalmente incorretas; além disso, repete o que se lhe diz e, por<<strong>br</strong> />

vezes, as idéias são confusas pela dificuldade para se expressar.<<strong>br</strong> />

O que é dislalia?<<strong>br</strong> />

Trata-se de uma alteração da fala caracterizada por troca, omissão e<<strong>br</strong> />

substituição de fonemas (som das letras). A dislalia é um quadro considerado<<strong>br</strong> />

normal no desenvolvimento da criança e que deve ser superado até os 4 anos de<<strong>br</strong> />

idade. Havendo persistência da dislalia após essa idade, é motivo de<<strong>br</strong> />

encaminhamento da criança para orientação e tratamento especializado para que<<strong>br</strong> />

não haja interferência no seu processo de alfabetização. Há ocasiões em que a<<strong>br</strong> />

dislalia é estimulada pelos pais, babás e parentes, pois acham graça no modo<<strong>br</strong> />

como a criança fala e, muitas vezes, usam a mesma maneira da falar, o que é<<strong>br</strong> />

um grande desserviço para o aprendizado da criança.<<strong>br</strong> />

Há um número considerável de crianças que apresentam dificuldades<<strong>br</strong> />

para cálculos, devido a problemas de percepção espacial da seqüência dos<<strong>br</strong> />

números, dificuldades para reconhecer os símbolos aritméticos e inabilidade para<<strong>br</strong> />

lidar com a linguagem lógica para realizar as operações simples de somar,<<strong>br</strong> />

subtrair, multiplicar ou dividir. Muitas crianças apresentam dificuldade para<<strong>br</strong> />

memorizar a tabuada e isso causa transtornos para a execução dos cálculos.<<strong>br</strong> />

Existem exames laboratoriais que podem detectar os distúrbios<<strong>br</strong> />

do aprendizado?<<strong>br</strong> />

Alguns exames estão sendo realizados com o objetivo de se<<strong>br</strong> />

demonstrar as correlações dos distúrbios do aprendizado e as alterações<<strong>br</strong> />

evidenciadas nos exames. Há autores que citam as alterações do ritmo elétrico<<strong>br</strong> />

cere<strong>br</strong>al registradas, no eletroencefalograma, em grupo de pacientes com<<strong>br</strong> />

alterações do aprendizado escolar. Outros pesquisadores estudando pacientes<<strong>br</strong> />

com dislexia encontraram alterações, por meio da ressonância magnética nuclear<<strong>br</strong> />

da cabeça, como as simetrias dos hemisférios cere<strong>br</strong>ais do lado direito e<<strong>br</strong> />

esquerdo. Estamos estudando, há algum tempo, pacientes que apresentam<<strong>br</strong> />

distúrbios do aprendizado por meio da cintilografia cere<strong>br</strong>al (SPECT); esse exame<<strong>br</strong> />

pode avaliar as condições circulatário-metabólicas do cére<strong>br</strong>o. Em uma<<strong>br</strong> />

porcentagem considerável, encontramos alterações da perfusão em algumas<<strong>br</strong> />

áreas do cére<strong>br</strong>o; todavia, a correlação das dificuldades no aprendizado e as<<strong>br</strong> />

alterações da perfusão cere<strong>br</strong>al ainda estão sendo avaliadas. Além desses<<strong>br</strong> />

exames, tem-se utilizado do processamento auditivo central, o qual detecta as<<strong>br</strong> />

dificuldades para a percepção e discriminação auditiva, que pode ser uma causa<<strong>br</strong> />

importante de distúrbio da fala e do aprendizado. No caso da dislexia, os estudos<<strong>br</strong> />

genéticos estão em andamento e em alguns casos têm-se alterações. Não se<<strong>br</strong> />

dispõe, ainda, de nenhum dado laboratorial absoluto que seja determinante dos<<strong>br</strong> />

distúrbios do aprendizado e, em especial, da dislexia.<<strong>br</strong> />

Como a incompreensão, em relação às dificuldades no<<strong>br</strong> />

aprendizado, interfere na vida da criança, prejudicando, ainda mais, as<<strong>br</strong> />

atividades escolares?<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

39


Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

O disléxico não consegue aprender como as outras crianças, mesmo<<strong>br</strong> />

que estas sejam menos dotadas intelectualmente, portanto, passa a ser<<strong>br</strong> />

considerado como preguiçoso, desinteressado, pouco inteligente e pouco<<strong>br</strong> />

responsável. Embora apresente um nível intelectual normal, as suas dificuldades<<strong>br</strong> />

não lhe permite atingir os objetivos de modo satisfatório. Por. tanto, devemos<<strong>br</strong> />

entender melhor a problemática do disléxico, sendo mais tolerante diante de<<strong>br</strong> />

suas dificuldades, dar mais oportunidades para que possa mostrar todo o seu<<strong>br</strong> />

potencial que é bastante grande e até acima da média.<<strong>br</strong> />

Existe, em muitas ocasiões, a conscientização da criança em relação às<<strong>br</strong> />

suas dificuldades:<<strong>br</strong> />

Queixa-se que a sua capacidade de concentração é pequena.<<strong>br</strong> />

• Percebe que a memorização é de curta duração, pois estuda muito e<<strong>br</strong> />

não se lem<strong>br</strong>a na hora das provas, “dá um <strong>br</strong>anco”.<<strong>br</strong> />

• Muitas vezes pergunta-se: “por que todos conseguem atingir os<<strong>br</strong> />

objetivos e eu não? Se o esforço não me beneficia no desempenho<<strong>br</strong> />

escolar para que preciso me dedicar tanto? Na realidade, devo ser<<strong>br</strong> />

menos inteligente e menos capaz do que os outros”.<<strong>br</strong> />

São essas dificuldades vivenciadas pelas crianças que interferem na<<strong>br</strong> />

sua auto-imagem e na sua auto-estima; essas interferências negativas<<strong>br</strong> />

comprometem o seu estado emocional. Essas crianças vivem uma angústia<<strong>br</strong> />

grande, diante da sua impotência para poder solucionar as suas dificuldades,<<strong>br</strong> />

somadas às expectativas dos pais, da escola e às suas próprias expectativas, em<<strong>br</strong> />

relação ao seu desempenho não atingido. Diante desse quadro, teremos como<<strong>br</strong> />

resultado uma criança apresentando anormalidades comportamentais nos mais<<strong>br</strong> />

diversos graus.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

40


BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

GASPARIN, Maria Cecília Castro. Psicopedagogia Institucional Sistêmica.<<strong>br</strong> />

Editora Lemos, 1997.<<strong>br</strong> />

GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a inteligência emocional. Rio de Janeiro:<<strong>br</strong> />

Objetiva, 1999.<<strong>br</strong> />

HEMMANN, Fábio. O que é Psicanálise? Editora Brasiliense, 1983.<<strong>br</strong> />

JOLSON, D. J. & MYKLEBHUST, H. R. Distúrbios de Aprendizagem. Editora<<strong>br</strong> />

Pioneira, 1987.<<strong>br</strong> />

JUNG, C. G. O homem e seus símbolos. Editora Nova Fronteira, 1964.<<strong>br</strong> />

KLEIN, Melanie. Os progressos da Psicanálise. Editora Guanabara, 1986.<<strong>br</strong> />

MARIOTTI, Humberto. As Paixões do Ego. Complexidade, Política e Solidariedade.<<strong>br</strong> />

São Paulo: Palas Athenas, 2000.<<strong>br</strong> />

MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 8ª ed.<<strong>br</strong> />

São Paulo: Editora Cortez, 2003.<<strong>br</strong> />

VYGOTSKY, L. S. Linguagem e Pensamento. Lisboa. Editora Antídoto, 1979.<<strong>br</strong> />

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo. Editora Martins<<strong>br</strong> />

Fontes, 1984.<<strong>br</strong> />

WALLON, H. A Evolução Psicológica da Criança. Persona. Editora Martins Fontes.<<strong>br</strong> />

Lisboa, 1968.<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />

41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!